Primitive Reason
Quem já os conhece sabe que são reconhecidos pela sua fusão de sonoridades e pelo caráter experimental e eclético, onde o rapcore, o reggae, o ska, o rock e o hardcore andam de mãos dadas.
Já têm 20 anos de carreira e são pioneiros no género no nosso país. Esta banda conta com uma vasta comunidade de fãs, espalhados em Portugal, mas também, e especialmente, lá fora.
Com mais de cinco álbuns de originais desde a sua estreia, os Primitive Reason lançaram em 2013 o álbum “Power to the People”.
A todas as bandas/músicos, o FLAMES pergunta...
Porquê este nome para a vossa banda?
GDL: O nome veio de um livro. Havia duas palavras em negrito e elas eram Primitive Reason. Achámos imediatamente que tudo tinham a ver com a direção musical que queríamos tomar.
Quais são os músicos/bandas favoritas que vos inspiram?
GDL: Só posso falar por mim, e eu gosto de tudo. Como me identifico facilmente com música, não consigo ter preferidos. Este ano adorei e fiquei muito inspirado pelos Queens of the Stone Age que vi ao vivo em Barcelona, Kayhan Kalhor and Erdal Erzincan, e Teta que vi no Festival de Músicas do Mundo de Sines.
Qual é o local onde mais gostariam de tocar?
GDL: Gostaríamos de tocar em todos os grandes festivais do mundo!
Quem compõe as músicas?
GDL: Desde o início dos Primitive Reason tenho sido o principal artífice do ‘mundo musical’ da banda. Sendo o único membro fundador é, também, o meu papel proteger de certa forma o legado e a identidade da banda nesse sentido. Nestes últimos tempos o Abel Beja têm sido o meu principal colaborador na composição mas todos os membros têm voz na altura de contribuir para a escrita de novas canções.
Que cartaz/mensagem gostariam de ver a ser erguida no meio do público?
GDL: Igualdade e fraternidade.
Lembram-se de alguma situação caricata que tenha ocorrido num dos vossos concertos?
GDL: No concerto de celebração de 20 anos de carreira [em Março de 2014 no Cinema São Jorge em Lisboa] entrei no palco aos trambolhões porque tropeçei num cabo mas o concerto, a partir daí, foi épico. Espero que isto possa ser um sinal de como as coisas vão correr daqui para a frente e que o trambolhão esteja já no passado ;)
Aos Primitive Reason, o FLAMES pergunta...
Os Primitive Reason existem desde 1993, no entanto os seus membros têm vindo a alterar-se ao longo dos anos. Sentem que há grandes diferenças entre a banda criada há mais de 20 anos e os Primitive Reason dos dias de hoje?
GDL: Sim, naturalmente, pois tudo muda com o tempo e nada fica exatamente igual. Porém, as maiores diferenças entre ‘estes e aqueles Primitive’ encontram-se mais nos detalhes e não em pormenores gerais como o ‘estilo’ musical da banda ou a atitude da mesma. Por exemplo o estilo pessoal de cada novo membro e o que pode aportar musicalmente ao grupo marca sempre uma diferença, mas nunca muda a linguagem já utilizada nos Primitive Reason. Por outras palavras, importa perceber que novas ‘nuances musicais’ pode cada novo membro introduzir à palete musical, à linguagem única do grupo.
Primitive Reason é um espírito próprio que vai além da soma da conjugação de todas as partes que o formam. Sempre foi assim, e nesse sentido não há diferenças entre as várias fases na evolução dos Primitive Reason.
A banda tem sido acompanhada pelos mesmos fãs ao longo do tempo ou sentem que estes mudaram com os anos?
GDL: Esta é uma pergunta muito interessante para mim. Por experiência própria, vim a perceber que a música dos Primitive Reason, tem um toque 'primal' que apela a certo tipo de pessoas, independentemente da faixa etária. Há algo de natural, criativo e espontâneo na música que temos vindo a fazer durante estes anos todos, e a resposta mais sentida e óbvia à nossa música vem, curiosamente, dos mais pequenos. Recentemente tocamos um concerto onde a fila da frente estava cheia de de ‘filhos de fãs’ que vibraram e dançaram tanto que tivemos que os deixar subir e encher o palco durante o 'encore'. Se fosse fazer uma análise do porquê, diria que o estilo musical que fazemos apela e estimula sensações primais, básicas e muito de encontro à natureza dos nossos ouvintes. Apesar ser eclética e até tecnicamente desenvolvida, em partes, a nossa música não deixa de apelar a sensações básicas.
No final dos anos 90 os Primitive Reason mudaram-se para os E.U.A. a fim de quebrarem barreiras e se lançarem para uma carreira internacional. Agora, encontram-se novamente em Portugal. Sentem que actualmente é mais fácil ter uma carreira internacional mesmo vivendo em território português?
GDL: Sem dúvida. É mais fácil vencer em Portugal vindo de lá fora do que desde dentro. Todos sabemos o porquê.
Sem querer meter-me em discursos, eu aconselharia todas as novas bandas e bandas em início de carreira a procurarem uma carreira que é independente do ‘music business local’, aliando-se a entidades existentes tal como a AMAEI (associação de músicos, artistas e editoras independentes), que podem ajudá-las a expôr e levar a sua música ao estrangeiro, e procurar também, através da Internet e das oportunidades que aí existem, promover a sua música e angariar um número crescente de fãs pelo mundo fora. Falo da utilização de redes sociais, os 'crowdfunding' etc.
São um dos destaques do festival Fusing Culture Experience deste ano. Qual é para vocês a diferença entre actuar num festival e entre dar um concerto em nome próprio?
GDL: O ambiente é uma mas maiores diferenças. Vive-se um ‘feeling’ de comunidade entre gentes que se juntam para ter uma experiência coletiva de forma positiva. Existe também o desafio de convencer quem não conhece a banda e de deixar orgulhosos os que já são fã dando um concerto épico. O mote é proporcionar um momento que se prolongue na memória ao longo dos anos.
Quais são os planos dos Primitive Reason para um futuro próximo? O que é que vos falta alcançar?
GDL: Temos vários planos para os próximos anos. Entre eles voltar a ‘tour’ lá fora depois de finalizarmos os ‘planos de celebração de 20 anos’. Nestes planos de celebração falta ainda lançar 'singles' de colaboração com vários artistas Portugueses, e talvez um lançamento em formato físico e digital que recompile de alguma forma estes últimos 20 anos. Mais além temos novas gravações e um novo disco já em fase embrionária mas em evolução rápida.
Onde é que os vossos fãs vos podem ver em concerto nos meses que se avizinham?
GDL: Por todo o lado na realidade. Norte, Centro, Sul, passando por todas as zonas do país. Esperamos que apareçam mais oportunidades de subir a palcos no Porto porque temos passado menos por essa zona este ano.
Proximamente temos as seguintes datas:
:: 12 de Agosto - Carviçais Rock, Carviçais
:: 14 de Agosto - Fusing Culture Experience. Figueira da Foz
:: 24 de Agosto - Festas do Mar, Cascais
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