Título Original: The Butterfly Garden
Ano de Edição: 2017
Género: Mistério, Terror
Autor: Dot Hutchison
Editora: Suma de Letras
* Por Mariana Oliveira *
Há livros cuja sinopse nos agarra logo na primeira frase. Foi precisamente isso que aconteceu com “O Jardim das Borboletas” que me trouxe à memória os bons velhos tempos em que vi pela primeira vez o filme “O Silêncio dos Inocentes”.
Sinopse:
“Perto de uma mansão isolada encontra-se um jardim com flores exuberantes, árvores frondosas e… uma colecção de preciosas borboletas: mulheres sequestradas e tatuadas para se parecerem com esses belos insectos. Quem toma conta deste estranho lugar é o aterrador Jardineiro, um homem com uma mente retorcida completamente obcecado com a captura e preservação destes espécimes únicos. Quando o jardim é descoberto pelo FBI torna-se fulcral juntar as peças deste quebra-cabeças. Para isso terão de interrogar Maya, uma das vítimas resgatadas do jardim que se encontra em estado de choque e cujo relato fragmentado está repleto de episódios chocantes. Será Maya uma simples vítima ou será que as suas meias palavras escondem uma outra realidade?”
Opinião:
Há muito tempo que um livro não despertava o Rambo que há em mim. É que ler este livro deu-me uma tremenda vontade de amarrar uma fita vermelha à volta da cabeça, pegar numa metralhadora e sair em perseguição do Jardineiro e dos seus dois filhos. Mas que família mais perturbada e horrível!
Desde cedo arrepiei-me com este jardim amaldiçoado cuja beleza oculta dezenas de horrendos crimes. Raptos, violações, violência e mortes prematuras… a lista é assustadora e dei por mim várias vezes a pensar onde terá Dot Hutchison ido buscar inspiração para se lembrar de uma história destas.
A forma como tudo é relatado é extremamente inteligente pois prende-nos do início ao fim: basicamente viajamos entre o presente e o passado através das palavras de uma misteriosa sobrevivente do amaldiçoado Jardim, a jovem Maya.
Esta rapariga que inicialmente não quer falar, provavelmente devido ao grande trauma que sofreu, lentamente inicia um relato de horror no qual pequenas pistas acerca dos desenvolvimentos subsequentes são lançadas quase como por acaso durante o seu discurso. São esses detalhes de que Maya fala que me deixaram hipnotizada com esta leitura e ávida por saber qual seria o seu desfecho.
Em vários momentos senti repulsa pelas macabras acções do Jardineiro e do seu filho mais velho, um jovem ainda mais perturbado que o seu pai e extremamente violento. Já o filho mais novo deixou-me completamente enfurecida pois, sem ser exactamente uma pessoa malvada, ao longo do livro demonstra uma passividade perante estes acontecimentos indescritíveis que fiquei com vontade de aplicar os meus golpes de Rambo em primeiro lugar nele.
O único aspecto que, a meu ver, poderia ter sido melhor neste livro foi o seu final. Sem entrar em detalhes para não vos estragar a surpresa, creio que foi demasiado fantasioso. Para mim, Dot Hutchison forçou um pouco a nota ao, inesperadamente, envolver uma determinada personagem nas últimas páginas tornando-a num mito vivo para todas as Borboletas e fazendo com que eu visse a estadia de Maya no Jardim de uma forma completamente diferente. Acredito que quando lerem o livro compreenderão o que estou a dizer.
Recomendo este livro a todos aqueles que gostam de uma boa história de mistério com requintes de terror à mistura. Um livro ideal para esta época do Halloween!
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