quinta-feira, 8 de março de 2018

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Livro: Boneca de Trapos




Título Original: Ragdoll
Ano de edição: 2018
Género: Policial, Thriller
Autor: Daniel Cole
Editora: Suma de Letras


* Por Mariana Oliveira *


Este livro chegou-me às mãos depois de a editora ter feito uma campanha publicitária que me deixara repleta de curiosidade. Assim, quando recebi a “Boneca de Trapos” acompanhada por uma sugestiva agulha e seis bocados de pano que unidos formam um corpo não aguentei mais e comecei a ler o livro no próprio dia... mal imaginava eu que esta seria a minha leitura mais rápida do ano até agora!


Sinopse:
“William Fawkes, um controverso detective conhecido por “Wolf”, acabou de ser reintegrado no seu posto após ter sido suspenso por agressão a um suspeito.
Quando se junta à sua antiga colega e amiga, a inspectora Emily Baxter, num local de crime, tem a certeza de que está perante um grande caso: o corpo que encontram é formado pelos membros de seis vítimas, suturados de modo a formar uma marioneta que fica conhecida como “Boneca de Trapos”.
Fawkes é incumbido de identificar as seis vítimas, mas tudo se complica quando a sua ex-mulher, que é repórter, recebe uma carta anónima com fotografias do local do crime acompanhadas por uma lista na qual constam os nomes de seis pessoas e as datas em que o homicida tenciona matá-las. O último nome da lista é o de Fawkes...
A sentença de morte com data marcada desperta as memórias mais sombrias de Wolf. O detective teme que os assassinatos tenham mais a ver com ele – e com o seu passado – o que qualquer um possa imaginar.”


Opinião:
Um bom policial tem de começar com um mistério que nos deixe curiosos logo à partida. Neste livro isso acontece quando nos deparamos com a inusitada Boneca de Trapos sobre a qual nada sabemos: quem são as seis vítimas que compõem o macabro corpo? Porque é que foram escolhidas pelo maquiavélico assassino? E porque será que tudo aponta para que, de alguma forma, o detective Wolf possa estar relacionado com estas mortes?
São estas as questões que me assaltaram logo nas primeiras páginas desta história e me deixaram curiosa para desvendar o motivo destas mortes. Contudo, eis que tudo se torna ainda melhor quando surge uma lista com o nome de mais seis futuras vítimas! A partir daqui, entramos no tipo de leitura que gosto de apelidar de “corrida contra o tempo que me vai levar a devorar páginas atrás de páginas na expectativa de conhecer o desfecho da história”.

Como se tudo isto já não fosse suficientemente interessante, eis que sou apanhada completamente de surpresa por um detalhe que não estou acostumada a ver em policiais: um sentido de humor exímio. Daniel Cole tem um dom para escolher o momento exacto para nos surpreender com uma piada que nos faz rir mesmo perante um macabro caso de polícia e que, de certa forma, serviu para aligeirar o ambiente ao longo da investigação. Adorei as pérolas com que o autor nos presenteia ao longo da obra que surgem aqui na quantidade certa e nos momentos ideais.

Se o humor me surpreendeu houve outro detalhe que me deixou ainda mais estupefacta: a minha afeição para com certas personagens. Confusos? Passo a explicar:
Sempre que leio um policial estou exclusivamente interessada no mistério em si, nas suas várias camadas e na sua possível resolução. Nunca, e repito, nunca me interesso pelas personagens. Não estou preocupada se alguém vai levar um tiro, cair nas mãos do assassino ou ficar maldisposto com o jantar do dia anterior. Com um policial nunca crio qualquer laço com as suas personagens, foi por isso que me surpreendi a mim mesma quando percebi que estava genuinamente preocupada com o dedicado Edmunds, a obstinada Baxter e o quebrado Wolf. Estas três personagens conseguiram fazer com que eu me interessasse verdadeiramente com o seu bem-estar e temesse pelo seu futuro.
Creio que o carácter que o autor lhes conferiu, a vida que construiu para cada uma delas e as conturbadas relações que criou entre elas as tornou mais humanas e, apesar de repletas de defeitos, tal como nós, conseguiram cativar-me.

Assim, pelo mistério cativante e pelo ritmo acelerado da trama que não nos deixa largar esta leitura; pelo sentido de humor inteligente e pelas personagens tão reais  e interessantes recomendo a obra “Boneca de Trapos” a quem não consegue resistir a uma história cheia de suspense, emoção, drama e humor.


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2 comentários:

  1. Apareceu com uma agulha e tecidos?! Foi a pensar em mim. De certeza. Além disso, quando era miúda, iniciei a escrever um livro(?!) que tinha esse título, embora a história em nada se assemelhasse!Beijinhos, Mariana.

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