Título
Original: Ragdoll
Ano
de edição: 2018
Género:
Policial, Thriller
Autor:
Daniel Cole
Editora:
Suma de Letras
*
Por Mariana Oliveira *
Este
livro chegou-me às mãos depois de a editora ter feito uma campanha publicitária
que me deixara repleta de curiosidade. Assim, quando recebi a “Boneca de Trapos”
acompanhada por uma sugestiva agulha e seis bocados de pano que unidos formam
um corpo não aguentei mais e comecei a ler o livro no próprio dia... mal
imaginava eu que esta seria a minha leitura mais rápida do ano até agora!
Sinopse:
“William
Fawkes, um controverso detective conhecido por “Wolf”, acabou de ser
reintegrado no seu posto após ter sido suspenso por agressão a um suspeito.
Quando
se junta à sua antiga colega e amiga, a inspectora Emily Baxter, num
local de crime, tem a certeza de que está perante um grande caso: o corpo que
encontram é formado pelos membros de seis vítimas, suturados de modo a formar
uma marioneta que fica conhecida como “Boneca de Trapos”.
Fawkes
é incumbido de identificar as seis vítimas, mas tudo se complica quando a sua
ex-mulher, que é repórter, recebe uma carta anónima com fotografias do local do
crime acompanhadas por uma lista na qual constam os nomes de seis pessoas e as
datas em que o homicida tenciona matá-las. O último nome da lista é o de
Fawkes...
A sentença de morte com data marcada desperta as memórias mais sombrias
de Wolf. O detective teme que os assassinatos tenham mais a ver com ele – e com
o seu passado – o que qualquer um possa imaginar.”
Opinião:
Um
bom policial tem de começar com um mistério que nos deixe curiosos logo à
partida. Neste livro isso acontece quando nos deparamos com a inusitada Boneca
de Trapos sobre a qual nada sabemos: quem são as seis vítimas que compõem o
macabro corpo? Porque é que foram escolhidas pelo maquiavélico assassino? E
porque será que tudo aponta para que, de alguma forma, o detective Wolf possa
estar relacionado com estas mortes?
São
estas as questões que me assaltaram logo nas primeiras páginas desta história e
me deixaram curiosa para desvendar o motivo destas mortes. Contudo, eis que
tudo se torna ainda melhor quando surge uma lista com o nome de mais seis
futuras vítimas! A partir daqui, entramos no tipo de leitura que gosto de
apelidar de “corrida contra o tempo que me vai levar a devorar páginas atrás de
páginas na expectativa de conhecer o desfecho da história”.
Como
se tudo isto já não fosse suficientemente interessante, eis que sou apanhada
completamente de surpresa por um detalhe que não estou acostumada a ver em
policiais: um sentido de humor exímio. Daniel Cole tem um dom para escolher o
momento exacto para nos surpreender com uma piada que nos faz rir mesmo perante
um macabro caso de polícia e que, de certa forma, serviu para aligeirar o
ambiente ao longo da investigação. Adorei as pérolas com que o autor nos presenteia
ao longo da obra que surgem aqui na quantidade certa e nos momentos ideais.
Se
o humor me surpreendeu houve outro detalhe que me deixou ainda mais estupefacta:
a minha afeição para com certas personagens. Confusos? Passo a explicar:
Sempre
que leio um policial estou exclusivamente interessada no mistério em si, nas suas
várias camadas e na sua possível resolução. Nunca, e repito, nunca me interesso
pelas personagens. Não estou preocupada se alguém vai levar um tiro, cair nas
mãos do assassino ou ficar maldisposto com o jantar do dia anterior. Com um
policial nunca crio qualquer laço com as suas personagens, foi por isso que me
surpreendi a mim mesma quando percebi que estava genuinamente preocupada com o
dedicado Edmunds, a obstinada Baxter e o quebrado Wolf. Estas três personagens
conseguiram fazer com que eu me interessasse verdadeiramente com o seu
bem-estar e temesse pelo seu futuro.
Creio
que o carácter que o autor lhes conferiu, a vida que construiu para cada uma
delas e as conturbadas relações que criou entre elas as tornou mais humanas e,
apesar de repletas de defeitos, tal como nós, conseguiram cativar-me.
Assim,
pelo mistério cativante e pelo ritmo acelerado da trama que não nos deixa
largar esta leitura; pelo sentido de humor inteligente e pelas personagens tão
reais e interessantes recomendo a obra “Boneca de Trapos” a quem não consegue resistir a uma
história cheia de suspense, emoção, drama e humor.
Apareceu com uma agulha e tecidos?! Foi a pensar em mim. De certeza. Além disso, quando era miúda, iniciei a escrever um livro(?!) que tinha esse título, embora a história em nada se assemelhasse!Beijinhos, Mariana.
ResponderEliminarA vida é repleta de coincidências engraçadas... Beijinhos!
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