terça-feira, 30 de abril de 2013

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11º Entrevista: Ignacio Del Valle (escritor)


Ignacio del Valle‎

Ignacio del Valle é natural de Oviedo (1971) mas reside em Madrid actualmente. Além do Os Demónios de Berlim (Prémio da Crítica de Asturias 2010), já publicou outros seis romances, todos galardoados com importantes prémios e traduzidos em italiano, francês, polaco e português.
Conta, também, com mais de quarenta prémios a nível nacional.
Em Portugal, tem três obras publicadas até à data: O Tempo dos Imperadores Estranhos (Prémio de la Crítica de Asturias 2007, menção especial Premio Dashiell Hammett 2007, Prémio Libros con Huella 2006), A Arte de Matar Dragões (Prémio Felipe Trigo) e Os Demónios de Berlim.
Colabora regularmente com os jornais diários El Comercio e Panamá América, bem como nos suplementos Culturas, ABC.es, Culturamas, El Viajero (do jornal diário El País).
Desempenha, ainda, a função de subdirector e coordenador para a Europa da Fundación Mare Australe.

O FLAMES esteve à conversa com o escritor e ficámos a conhecê-lo um pouco melhor:

Qual é a sua nacionalidade: Espanhola

O seu Filme favorito: Apocalypse now
O seu Livro favorito: El gran Gatsby
O seu Anime favorito: El viaje de Chihiro
O seu Manga favorito: não tenho
O seu Espectáculo de música favorito: conciertos de música clásica
A sua Série de televisão favorita: Mad Men


Os seus romances abordam temas muito variados (guerra, amor, contrabando, terrorismo, drogas, etc.). Qual é a sua fonte de inspiração sempre que inicia uma nova história?
Es una mezcla de estímulos, libros, revistas, conversaciones, viajes, películas, canciones, cuadros, fotografías… En mi cabeza se produce una lava que comienza a entrar en ebullición y en un momento dado produce una idea o una imagen. Esta entra en un ritornelo obsesivo que no me abandona y a partir de ahí empiezo a escribir.
O seu livro “El tiempo de los emperadores extraños” foi adaptado para o cinema em 2012 no filme chamado “Silencio en la nieve”. ¿Que poder/liberdade teve para tomar decisões relativamente a um filme baseado numa obra sua?
En realidad, no tengo por qué tomar decisiones sobre una película basada en El tiempo de los emperadores extraños. La película es una interpretación de mi texto y pertenece al director, así como la novela me pertenece a mí. Silencio en la nieve es la visión de Gerardo Herrero sobre mi historia, y yo solo puedo, si me lo piden, aportar alguna idea o colaborar con los actores en la creación de los personajes.
Conta, até ao momento, com 3 obras publicadas em Portugal. Como tem sido o feedback dos leitores portugueses? Podemos esperar mais publicações suas no nosso país?
Pues ha sido excelente, el lector portugués es alguien informado y amable, he tenido unas relaciones óptimas con la gente que se ha acercado para firmar libros o en los numerosos correos que me han enviado. Espero que en breve podamos tener una nueva novela en el mercado portugués.
As suas obras contam já com inúmeros prémios. Quando começou a escrever, alguma vez imaginou poder vir a ganhar estes prémios? O que significaram eles para si?
En realidad, el éxito de la novela no se debe valorar por los premios que recibe. El premio es una consecuencia agradable de la escritura, pero esta no ha de estar pendiente de este tipo de recompensas, sino de perseguir los objetivos primordiales que me he marcado: la emoción y la profundidad. No obstante, es cierto que los premios pueden ayudarte ya sea por el reconocimiento que implican o por su parte pecunaria.
É frequente encontrarmos escritores que colaboram com jornais. Quão diferentes são o Ignacio “romancista” e o Ignacio “jornalista” durante o seu processo de escrita?
La mayor diferencia podría ser que en mis artículos puedo tener una actitud más “política”, mientras que en las novelas mi pacto solo es con la belleza.
A fundação “Mare Australe”, na qual desempenha o papel de subdirector e coordenador para a Europa, tem como missão “promover a cultura através da expressão criativa, aumentar a acessibilidade do público às artes e a valorização do património cultural”. Como é que, na sua perspectiva, um livro pode contribuir para o alcance desta missão?
Un libro es una afilada herramienta contra la sangre, el oscurantismo y la intolerancia. Un libro es cultura, cultura es memoria, memoria es criterio, criterio es carácter y el carácter significa más felicidad.
O nosso anterior entrevistado, o escritor Richard Zimler, teve como desafio deixar uma pergunta ao próximo entrevistado sem saber de quem se tratava. A pergunta foi a seguinte: “Qual foi o livro que leu em criança que acha que mais o influenciou?”
El gran Gatsby, de Scott-Fitzgerald.
Se pudesse, o que é que perguntaria ao próximo escritor ou escritora que iremos entrevistar?
¿Qué siente cuando, tras mucho trabajo y mucho oficio, aparece la magia en el texto?
Muito obrigada ao Ignacio del Valle pela sua disponibilidade e simpatia!
Visitem o Facebook do autor:
Visitem o seu blog:
As suas obras publicadas em Portugal:


segunda-feira, 29 de abril de 2013

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Livro: Palavras Cruzadas com Literatura



Autor: Paulo Freixinho
Editora: Quetzal
Páginas: 187

Trailer Book (vencedor da categoria Melhor Trailer enviado por um Autor 2013):



O livro de Paulo Freixinho "Palavras Cruzadas com Literatura" foi, para nós, uma agradável surpresa. Um livro ideal para quem gosta de palavras cruzada, gosta e/ou ensina literatura (um passatempo destes numa aula não seria algo de fabuloso para os alunos?) ou, simplesmente, para quem gosta de aprender e, sobretudo, ler. 

Neste livro, encontramos 72 problemas de palavras cruzadas com palavras que giram em torno das obras de 12 autores portugueses:

Almeida Garrett
Agustina Bessa-Luís
Luís Vaz de Camões
Florbela Espanca
Vergílio Ferreira
Dinis Machado
José Luís Peixoto
Fernando Pessoa
Eça de Queirós
J. Rentes de Carvalho
José Saramago
Miguel Torga

O livro é super interessante e, como dissemos, é excelente para quem gosta de palavras cruzadas ou para quem trabalha ou lida com as obras destes escritores.

Para além desta obra, Paulo Freixinho tem também um blogue onde frequentemente coloca novas palavras cruzadas que vai criando.  http://palavrascruzadas-paulofreixinho.blogspot.pt/ 
Facebook: https://www.facebook.com/PalavrasCruzadasPauloFreixinho

As administradoras do FLAMES com o autor Paulo Freixinho - Janeiro 2014

sábado, 27 de abril de 2013

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33º Passatempo do FLAMES (em parceria com a editora Bizâncio)


O FLAMES já conta com 700 seguidores no blogue e 750 no facebook... Não é motivo para festejar? Em parceria com a editora BIZÂNCIO temos para oferecer 
3 exemplares

do livro "Coisas boas que não engordam" de João Viegas. Está a chegar aí o Verão por isso... toca a preparar-se ;) 


Todos nós temos a tentação de associar cozinha saudável a dietas e a comida sensaborona… Quando pensamos em perder peso, por motivos de saúde ou de estética, imaginamos à nossa frente um futuro insonso de peixe grelhado e de saladas. E afinal a realidade pode ser completamente diferente desse cenário tão pessimista. Com este livro, despretensioso e de fácil leitura, pretendemos transmitir conhecimentos básicos que poderão transformar a sua alimentação diária numa fonte de prazer, de saúde, de sabor… e de baixas calorias! Para além das dezenas de receitas apresentadas, juntamos tabelas de calorias, dicas importantes que poderão fazer toda a diferença e uma selecção de produtos que deverá passar a estar sempre presente na sua alimentação do dia-a-dia. Não se esqueça do nosso lema: Mais Sabor, mais Saúde …menos Peso!!!

Têm até ao dia 6 de Maio de 2013 para participar. Preencham o formulário abaixo fornecido e... Boa Sorte!

Nota: O FLAMES não se responsabiliza por extravios ou qualquer dano que o prémio sofra durante a sua entrega. O seu envio será, gentilmente, feito pela editora.





quinta-feira, 25 de abril de 2013

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Livro: Livrolândia- A terra dos livros


 

Ano de Edição: 2011
Género: Aventura
Autor: Rui Carreto
Editora: Coisas de Ler


Todos os anos, milhares de livros são editados em todo o mundo. Contudo, cada vez mais nos parece difícil encontrar histórias verdadeiramente originais e diferentes de tudo aquilo que se escreveu até à data. Por isso mesmo, "Livrolândia - A terra dos livros" foi uma autêntica lufada de ar fresco; um livro completamente diferente de tudo aquilo que alguma vez lemos.  
 
 
A história começa numa Livropólis, uma cidade de livros que durante o dia não passa de uma simples biblioteca. Contudo, quando a meia-noite chega, eis que uma névoa branca surge do chão e transforma este local, composto por simples prateleiras repletas de livros, numa cidade cujos habitantes são os livros que, como se de magia se tratasse, ganham pernas e braços, tomam consciência da sua existência e vivem as suas vidas tal e qual como no mundo dos humanos.
No entanto, os últimos anos têm vindo a tornar-se cada vez mais difíceis pois, durante o dia dos "Olheiros" (os humanos), estes cada vez menos visitam a biblioteca para ler os livros e, assim, dar-lhes a energia necessária para que estes se possam manter saudáveis.
Desta forma, durante a noite, os habitantes da Livropólis começam a recear pelo seu futuro, já que muitos deles estão a ficar seriamente doentes tal a ausência de "Olheiros" se faz notar.
E é neste ambiente de grande consternação e medo que quatro livros amigos, "O Principezinho", "Alice no País das Maravilhas", "Fernão Capelo Gaivota" e "Papalagui" decidem planear uma fuga em busca de um lugar no qual possam ser lidos e, assim, ter a saúde e vitalidade que há muito lhes escapa. E haverá melhor local para o qual fugir do que a "Livrolândia"? Uma terra encantada, onde nenhum livro se tem de preocupar em ser lido pois o "Olho Primordial" se encarrega de lhes transmitir a energia necessária a uma vida saudável. Um verdadeiro paraíso onde todos os livros são imortais e onde não há lugar para tristezas e problemas.
Mas será que a "Livrolândia" realmente existe? Ou será apenas um mito que ao longo de décadas tem passado de livro para livro? É isso mesmo que os quatro amigos descobrirão naquela que será a maior aventura das suas vidas...
 
 
Esta história é genuinamente encantadora e mágica: ao ser transportado para este "mundo" dos livros, o leitor como que entra num universo diferente, onde não se "dizem coisas" mas antes se "escrevem coisas"; onde a comida são "flocos de tinta" e se bebe "chá de lapiseira"; um local onde os "livros de medicina" tratam dos doentes e onde "os policiais" e "livros das leis" representam a autoridade.
 
Contudo, aquilo que poderá parecer, à primeira vista, um livro de conteúdo "leve" e simples, fruto da escrita clara e directa do autor Rui Carreto e deste universo de fantasia por ele criado, acaba por ser um livro com uma história muito mais profunda e complexa do que aquilo que as primeiras páginas deixam antever. Se é verdade que este livro se adequa a um público mais jovem por todo este universo criado, não é menos verdade que a população adulta poderá perceber nele mensagens que o autor transmitiu, de uma forma deliberada, e que, na nossa opinião, são aquilo que torna a "Livrolândia - A terra dos livros" numa  história verdadeiramente interessante e, dizemos mais, importante.
Dentre os vários temas abordados, Rui Carreto faz uma crítica à forma como a leitura parece ter caído cada vez mais em desuso, muito fruto das novas tecnologias que cada vez mais tempo consomem ao ser humano. Mas muito para além disso, o escritor aborda temas como as guerras religiosas, as lutas desenfreadas pelo poder e as suas nefastas consequências, os dogmas, a liberdade, o sentido da vida...entre muitas outras questões.
Por todos estes motivos, aconselhamos vivamente a leitura desta história que se destaca pela sua originalidade e profundidade latente. 
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segunda-feira, 22 de abril de 2013

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Filme: La Dolce Vita (1961)


Realizador: Federico Fellini
Ano: 1961
Trilha Sonora: Nino Rota
Idiomas falados: Italiano, alemão, francês, inglês
Género: Drama
Cast:
Marcello Mastroianni
Anita Ekberg
Anouk Aimée
Yvonne Furneaux
Magali Noël

A história: Ambientado em Roma, o filme conta a história de um jornalista italiano que vive a vida a contar histórias sensacionalistas das estrelas de cinema. É ao acompanharmos esta personagem que nos apercebemos de como funcionava a sociedade na época, especialmente em Roma, e de como os Estados Unidos começavam a influenciar a sociedade. Por outro lado, o filme aborda questões importantes, como as dificuldades de comunicação, os perigos de se viver uma vida mundana, tudo através de símbolos, por vezes, difíceis de descortinar.  

A nossa opinião: O filme custou-nos muito a ver pois é muito parado e algumas coisas não nos fazem sentido. Formatados um pouco à forma como os filmes hoje se apresentam, olhamos muitas vezes para as cenas que se desenrolam à espera da finalidade pelas quais aparecem. E nem sempre deve ser assim! Apesar disso, algumas partes (poucas a nosso ver) são muito interessantes e alguns diálogos muito bons, muito bens construídos e, estranhamente, muito actuais.

Os factos: Apesar de a nossa apreciação ser um pouco mais para o negativa, temos de dar ao filme o crédito que ele merece. De facto, La Dolce Vita é considerado um filme importante de transição do neo-realismo (que predominava) para o simbolismo. É considerado um clássico e, para muitos, um dos melhores filmes de todos os tempos. Segundo o The New York Times, é um dos 1000 melhores filmes de todos os tempos.

Os prémios:
Oscar (1962) USA: Melhor figurino - preto e branco. Indicado nas categorias de melhor diretor, melhor roteiro original e melhor direção de arte - preto e branco.

BAFTA (1961) UK:  Indicação na categoria de melhor filme.

Festival de Cannes (1960) França: Vencedor da Palma de Ouro.

Premio NYFCC (1961) USA: Venceu na categoria de melhor filme em língua estrangeira.

Sindacato Nazionale Giornalisti Cinematografici Italiani (1961) Itália: Venceu nas categorias de melhor ator (Marcello Mastroianni), melhor história original e melhor cenografia.
 
Fiquem com o trailer:



sexta-feira, 19 de abril de 2013

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10ª Entrevista: Richard Zimler (escritor)



Richard Zimler


Nota: A presente entrevista foi feita telefonicamente no dia 19 de Abril de 2013 e foi, aqui, transcrita da forma mais fiel possível. Agradecemos imenso ao autor esta oportunidade única. 

Sigam o autor através do seu site oficial: http://www.zimler.com/
Ou através do seu facebook: http://www.facebook.com/pages/Richard-Zimler/179279892106230?fref=ts

Richard Zimler nasceu em Roslyn Heights (Nova Iorque) em 1956. Tirou o bacharelato em religião comparada na Duke University (1977) e o mestrado em jornalismo na Stanford University (1982). Para além de jornalista foi professor de jornalismo durante 16 anos no Porto, cidade para onde foi morar em 1990. Publicou 9 romances, contos, mas também livros infantis.  Em Portugal, editou O Último Cabalista de LisboaTrevas de LuzMeia-Noite ou o Princípio do MundoGoa ou o Guardião da AuroraÀ Procura de SanaA Sétima PortaConfundir a Cidade com o MarDança Quando Chegares ao fim (livro para crianças), Os Anagramas de VarsóviaIlha Teresa e Hugo e Eu e as Mangas de Marte (livro para crianças). Apesar de ser uma personagem muito acarinhada e conhecida do público português, vamos conhecê-lo um pouco melhor...

Qual é a sua nacionalidade?: Americana e Portuguesa


O seu Filme favorito: Não tenho só um, mas sempre gostei muito do filme Cabaret (1972) de Bob Fosse com a Liza Minelli . Vi-o no mínimo umas 6 ou 7 vezes. As músicas são muito inteligentes, gosto muito, e a atmosfera do filme foi muito bem recriada e tem um significado muito especial por causa da vinda dos nazis  para Berlim  Outro filme que gosto bastante é Fanny e Alexander (1982), um filme de co-produção sueca com uma história muito bonita. Os actores foram maravilhosos.  
O seu Livro favorito: Não sei se é o meu favorito, mas foi um livro que me inspirou muito A Luz em Agosto do grande grande grande escritor William Faulkner. Fiquei tão fascinado com a história desse livro que fiz uma análise do mesmo. Foi um livro que me marcou muito.   
O seu Anime favorito: Nenhum
O seu Manga favorito: Nenhum 
O seu Evento/Espectáculo de música/Programa de Entretenimento favorito: O último concerto que assisti foi em Espinho da cantora Jacinta. Adorei. Acredito que ela tenha muito talento e não é tão conhecida como devia. Um outro espectáculo  que assisti e adorei foi  do Leonard Cohen em Nova York.  
A sua Série de televisão favorita: CSI Las Vegas. É uma série que está muito bem escrita  com actores muito bons. É um programa internacional de muita qualidade. 

Os seus livros são lidos em inúmeros países. Costuma integrar-se no processo de tradução e na construção das capas etc. ou é um processo feito à parte e só tem acesso ao resultado final?
Sempre que posso ou a editora mo permite envolvo-me muito em tudo. Na sinopse, no que se encontra na contracapa do livro, na capa... faço sempre que posso uma revisão muito cuidadosa das versões portuguesas porque é uma língua que conheço bem. Nas outras já não faço uma revisão tão rigorosa, apesar de até compreender bem o francês, por exemplo. Sempre que um dos meus tradutores entra em contacto comigo, respondo-lhes. É uma grande ajuda quando o fazem porque, por mais inteligente que o tradutor seja, há sempre questões em que eu posso ajudar. Estou muito envolvido nesse processo sempre que posso. Por outro lado há sempre escritores que, numa ou noutra edição, têm capas menos bonitas. Às vezes nem têm nada a ver com a história do livro e isso é sempre uma tristeza muito grande pois há muitas pessoas que compram os livros influenciados pela capa. Quando vejo uma capa que não gosto, e já me aconteceu numa edição estrangeira, é sempre uma tristeza muito grande porque sei que ninguém vai comprar o meu livro. Infelizmente há muitos editores que não conseguem fazer bem os aspectos gráficos dos livros e, por isso, sempre que posso, envolvo-me, porque às vezes as minhas ideias são muito melhores. Isto porque, por vezes, quem trabalha nestes meios é da área do marketing, e olha para um livro como quem olha para uma cerveja que tem de promover. Outras vezes é um processo muito arriscado pois não vejo mesmo como será o produto final.

A sua formação de base foi feita, praticamente, no estrangeiro, onde nasceu e viveu grande parte do seu tempo. Cá em Portugal continuou a escrever e a dar aulas. Encontra muitas diferenças entre os dois países ou acha que não há um grande choque cultural?
Há choques culturais enormes porque, pelo menos para mim, quando cheguei a Portugal em 1990, pensava que toda a gente no mundo pensava da mesma maneira sobre o amor, o tempo, a amizade, a tolerância, a intolerância etc. e isso não é verdade. As minhas ideias, em alguns temas, não eram iguais ao do povo português. Por exemplo, quando me mudei para o Porto foram necessárias obras em casa. A relação que o português tem com o tempo não tem nada a ver com o americano. Quando necessitei das obras tive de ligar a muitos profissionais que acabavam, na maioria das vezes, por não cumprir com os horários que estabelecíamos. Isto era um contraste com o qual eu não sabia lidar. Não digo que o americano seja melhor ou pior, tem a ver com as nossas personalidades e era eu que não sabia lidar com as coisas. Mas penso que as coisas estejam a mudar. Eu tenho uma personalidade muito nervosa, por exemplo, e gosto de tudo feito no seu tempo porque senão fico muito nervoso por ter de fazer tudo ao último minuto. É por isso que por vezes não gosto de trabalhar em grupo. Mas a questão do tempo é apenas uma questão simples, imaginem então o que é com questões como a solidariedade, o amor ou a amizade.

Num dos seus livros "À procura de Sana", tornou-se numa das personagens do livro. Foi uma ideia muito original e que tem por base uma história muito interessante que lhe ocorreu. Poderia contá-la aos nossos leitores?
De facto esta foi uma experiência diferente como escritor. Tudo começou em 2000 numa viagem que fiz à Austrália e que tinha uma escala em Londres. Ao todo, a viagem durou 35 horas. Por isso tudo, fiquei muito esgotado. Estava desnorteado e não conseguia dormir por causa da diferença de horários. Estava muito mal e foi muito difícil para mim. Tudo foi uma experiência muito interessante. Quem me "salvou" foram os escritores e os bailarinos que conheci, pois estávamos lá num festival que envolvia a escrita mas também a dança. Neste romance, conto esse evento da minha vida. Lá, encontrei uma bailarina que dizia ser italiana mas que, mais tarde, descobri ser palestiniana. Essa bailarina, Sana, reconheceu-me e falou comigo. Disse que adorou o meu livro "O último cabalista de Lisboa" e que tinha sido um livro importante para ela. E, assim, desenvolvemos uma relação de amizade (daquelas que se estabelecem quando viajamos). No dia seguinte, estava no café que se encontrava fora do hotel, e ouvi uns estilhaços e um corpo a cair. Alguém se tinha suicidado (ou tinha sido morto não se sabia). Fiquei muito traumatizado. Não foi nada fácil. O romance conta a minha procura pela história de Sana. Queria saber porque se tinha suicidado e o que teria acontecido. É uma história que envolve a Palestina, Israel e, no fim, terrorismo. O livro é uma mistura da minha vida com ficção.

A escrita desse livro foi, a nosso ver, um acto corajoso, assim como o foi quando escreveu o livro "Goa ou o Guardião da Aurora", pois sabemos que fez muita pesquisa para o livro, mas decidiu não visitar a cidade... 
Sim, fiz muita pesquisa para acertar em todos os pormenores da vida em Goa no século XVII. Na verdade, eu queria visitar a cidade, mas um amigo meu que conhecia a zona disse que era um risco. Contou-me que a cidade se tinha desenvolvido muito e estava modificada e, então, decidi não ir, pois não queria ser influenciado pelo carácter moderno da cidade. Curiosamente, depois do livro ter saído, muita gente de lá me escreveu a dizer que a descrição era muito fiel e perguntavam-me quando é que eu estava a pensar voltar a Goa... e eu nunca lá tinha ido. Fiquei muito lisonjeado pois vi que tudo tinha batido certo.

Há uns tempos criou uma música muito bonita dedicada ao seu irmão que morreu com HIV. Pensa vir a criar outras músicas ou este foi apenas uma ocasião especial?
Penso que já escrevi umas 7 ou 8 canções. Não escrevo muitas. Estudei música e toco guitarra, mas para além disso estudei também a teoria da música. Curiosamente, para mim, o mais difícil não é a construção da música ou dos sons mas a da letra, porque há muitas músicas com letras vulgares e eu quero criar algo de novo. Curiosamente é isto que me custa mais e curiosamente não consigo escrever músicas enquanto estou a escrever um livro ou um conto, porque fico completamente obcecado com as personagens do livro e dedico-me inteiramente a elas.

E como é que foi a escrita dos guiões para a curta-metragem?
Escrevi com a realizadora Solveig Nordlund o guião para uma curta-metragem "O Espelho Lento" baseado num conto meu. A realizadora conseguiu o patrocínio da ICAM, a entidade portuguesa para os filmes e, assim, realizámo-lo em 2009. Entretanto, escrevi um papel para mim pois eu queria participar nas filmagens e queria ver como tudo se desenrolava, porque não sabia quando é que teria outra oportunidade para o fazer. Adorei a experiência. As actrizes Gracinda Nave e Marta Peneda foram excelentes. A curta estreou-se no Fantasporto e venceu o prémio de Melhor Drama no New York City Downtown Short Film Festival em 2010. Infelizmente esta curta não foi muito vista em portugal, mas no final de Maio podem voltar a vê-la em Lisboa. Gostava muito de a ver a passar na TV. Pode ser que algum canal mostre interesse nela... Entretanto já escrevi uma longa metragem também "I’m Not Here" e a Maria de Medeiros gostava de ser realizadora e actriz, mas ainda não está produzida. Necessitamos ainda de dinheiro para a fazer. Mais recentemente, transformei o livro "Os Anagramas de Varsóvia" também em guião, por uma questão muito simples, é que o livro vai ser transformado numa ópera em New York. Para isso, tem de haver a construção do libreto. Pensei que se construísse o guião, seria muito mais fácil escrever-se o libreto porque já fica muito mais reduzido. O libreto já retira cerca de 80% do livro, assim a tarefa fica mais facilitada. Acabei também de enviar o guião e estou à espera que alguém esteja interessado em fazer um filme com ele.

O nosso anterior entrevistado, o realizador, argumentista e actor, Luís Ismael, teve como desafio deixar uma pergunta ao próximo entrevistado sem saber de quem se tratava (Pode ver a entrevista aqui: (http://flamesmr.blogspot.pt/2013/04/entrevista-ao-realizador-argumentista-e.html). A pergunta foi a seguinte: "Costuma ver cinema português?" 
Curiosamente sim. Penso que o posso dizer, não é segredo para ninguém, mas sou dos poucos portugueses que vai ao cinema ver cinema português, porque acho que um português mais facilmente acredita que um filme feito em Portugal é uma seca. O último filme português que vi foi o filme TABU (do realizador Miguel Gomes) e vi-o em Paris. Vejo muitos filmes em Paris. Gostei muito da segunda parte do filme que achei muito interessante.

Se pudesse, o que é que perguntaria ao próximo autor ou autora (ainda a definir) que iremos entrevistar? 
Qual foi o livro que leu em criança que acha que mais o influenciou?

(Na foto em baixo podem ver o autor com uma das administradoras do blogue FLAMES, a Mariana. Esta foto foi tirada meses depois desta entrevista, no evento "Não há feira mas há escritores" no Porto).

quinta-feira, 18 de abril de 2013

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Manga: Death Note How to read 13




Ano de Edição: 2008
Nº Páginas: 192
Autores: Tsugumi Ohba e Takeshi Obata

 
Um dos primeiros posts no FLAMES, quando iniciámos este blogue há mais de 3 anos atrás, dizia respeito a Death Note , um dos nossos animes de eleição. E foi precisamente por sermos fãs confessas desta história que decidimos fazer aquilo que qualquer apreciador deste anime deveria fazer: ler o manga "Death Note How to read 13".
Ao contrário da maioria dos mangas que lemos, este livro apresenta-se organizado como uma encicoplédia, cujo principal objectivo é o de permitir ao leitor aprofundar os seus conhecimentos acerca do manga e/ou anime Death Note.
 
Em cada página, ficamos a conhecer as biografias de cada personagem, a sua personalidade, os seus principais interesses bem como as acções de maior destaque que cada uma teve ao longo da história. Desta forma, os fãs de "Death Note" têm um acesso exclusivo a informações não só interessantes mas que também permitem compreender melhor toda a história.
Como se isto não bastasse, este manga ainda contém uma entrevista exclusiva aos autores do manga "Death Note", Tsugumi Ohba e Takeshi Obata, na qual nos revelam todo o processo de criação desta fantástica história, o caminho que percorreram desde os primeiros esboços até à edição de um dos mangas mais famosos e bem sucedidos de sempre.
Para finalizar, "Death Note How to read 13" brinda o leitor com o capítulo piloto de "Death Note", sendo que, assim, temos a oportunidade de conhecer o primeiro humano de sempre a utilizar um death note e quais as dificuldades pelas quais este passou ao ter em sua posse um caderno com tal poder.
 
Em suma, este é um manga que recomendamos aos verdadeiros fãs de "Death Note", quer do manga quer do anime. Contudo, aqui fica um aviso: quem não conhecer esta história deverá primeiro inteirar-se do que é que esta se trata ou, de outra forma, "Death Note How to read 13" não será mais do que um manga confuso e sem qualquer interesse.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

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Passatempo: 32º Passatempo do FLAMES (em parceria com o autor)

Parece que a Primavera finalmente chegou e nada melhor para celebrar esse facto do que começar um novo passatempo!
O FLAMES tem para oferecer desta vez, em parceria com o próprio autor da obra, o escritor Carlos Rodrigues, um exemplar do seu fantástico livro "Eu, ela e os vampiros".
Sinopse:

"A noite sempre foi o seu palco favorito, embora nos últimos tempos, agraciados com o imenso poder do Vampiro Supremo que tinha grande parte do seu mundo no seu controlo, pouco se cuidavam com a estratégia dos seus ataques, destruindo tudo e todos à sua passagem, sem cessar, sem misericórdia..."
Na mente de Diana surgiu o globo azul que, lentamente, era tingido por manchas negras, ouviu gritos de dor, viu homens a lutarem contra sombras roxas e aldeias a serem destruídas. Florestas inteiras ardiam e os montes cediam à força de um exército negro que, liderado por uma criatura grotesca, marchava sobre o mundo...
Mesmo quando todo o mundo parecia conquistado, uma intensa luz branca brilhou e fez a onda negra recuar. A luz branca fez a Diana virar-se na cama repetidamente, até despertar, encharcada em suor.
Têm até ao dia 26 de Abril para participar. Preencham o formulário abaixo fornecido e... Boa Sorte!


Nota: O FLAMES não se responsabiliza por extravios ou qualquer dano que o prémio sofra durante a sua entrega. O seu envio será, gentilmente, feito pelo autor.

terça-feira, 16 de abril de 2013

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9ª Entrevista: Luís Ismael (realizador, argumentista e actor)


Luís Ismael  

Realizador, argumentista e actor, Luís Ismael (nome que adoptou em honra ao pai) é mais conhecido pelo público português como o Tone nos filmes Balas & Bolinhos (uma trilogia de sucesso – o filme português mais visto nas salas de cinema - e a primeira trilogia portuguesa). Nascido no Porto, é apaixonado por cinema e fundou a Lightbox (a sua própria empresa). Apesar de já ser conhecido do público português, aqui ficam algumas perguntas que servirão para o conhecermos melhor.

 
Site da Lighbox - http://www.lightbox.pt/web/

Qual é a sua nacionalidade: Portuguesa
 
O seu Filme favorito:  A Costa de Mosquito de Peter Weir
O seu Livro favorito: Aquele que estou a ler agora a Biografia de Steve Jobs
O seu Anime favorito: Nenhum
O seu Manga favorito: Nenhum 
O seu Evento/Espectáculo de música/Programa de Entretenimento favorito: The Wall Live (Roger Waters) 
A sua Série de televisão favorita:  Californication e Duarte&Companhia

Acabou de levar o Balas e Bolinhos ao teatro... como foi a experiência e a adesão do público? Era o que esperava? 
Foi uma experiência única. Porque em primeiro lugar nunca tinha pisado um palco para teatro e em segundo por ter sentido na pele toda a envolvência com o público. Foi muito especial.
Esperava surpreender o público e levá-lo a participar connosco nesta "aventura" de transformar um filme português em teatro.
Confesso que fui arrebatado pelo público em variadas situações. É tão intenso ver tanta alegria que provocávamos nas pessoas.  
Foi fácil, ao longo destes 3 filmes, combinar o papel de argumentista, realizador e actor ou acabou por sofrer de múltipla personalidade :) ? Como reagia o Luís Ismael actor às críticas do Luís Ismael realizador?
Não foi nada fácil porque era uma quantidade abismal de trabalho e pouco tempo para o fazer. Como todas as pessoas na área da criatividade, também eu sofro durante o processo de escrita e depois de "transformação" de ideias em imagens. Normalmente sou muito mais exigente no processo de escrita e depois durante a rodagem tenho muitas vezes que me conformar com aquilo que é possível fazer e não com o que eu idealizei. Mas nunca confundi o Luís com o Tone, ambos têm o seu "lugar". :) 

Para a construção das 4 personagens (Tone, Rato, Culatra e Bino) baseou-se em “tiques”, expressões ou características de personalidade típicas dos próprios actores? 
Não diria que me baseei na personalidade, mas que aproveitei certas características físicas para depois "colar" a personagem no actor. O Jorge por exemplo é um sujeito baixo e com um perfil bastante cómico e com essa particularidade, surgiu o Rato, o tal criminoso de 50 olhos e frenético que tinha idealizado. O Pires tinha um aspecto que potenciava e muito o Bino e o Culatra foi idealizado como um "Bon Vivant" mas sem o glamour associado a este tipo de personagem. O Tone é um líder sem credibilidade que começa exactamente no seu nome… Tone. Uma mente brilhante do crime nunca se pode chamar Tone. Mas tem de ter todos os tiques de um sujeito que se acha bom e líder no meio da sarjeta. Em resumo foi olhar para os actores e depois olhar para aquilo que tinha idealizado para estas personagens e fazer uma "colagem". 

Quais são, para quem gostaria de empreender o mesmo caminho que o Luís, as maiores dificuldades que irão encontrar em Portugal? 
Creio que estás a falar de Cinema. A maior dificuldade que poderão encontrar é a descrença e o preconceito. Vivemos num país completamente agarrado a conceitos culturais bastante restritos, claramente intelectuais e elitistas e sem tolerância para produtos diferenciadores. Temos muita gente neste país que se leva muito a sério e depois criam barreiras a tudo que acham que não é "produto culturalmente aceitável". A definição quase bíblica e a compartimentalização de tendências cinematográficas, a fuga em pânico de tudo que é americano e o que eu apelido de "racismo cultural" é deveras evidente em Portugal. Além disso, temos uma classe jornalística de rédea curta, preconceituosa, pouco informada e com poucos hábitos de pesquisa. Mas as dificuldades são mesmo isso, dificuldades e cabe a quem está a iniciar carreira, seguir o seu caminho ignorando as críticas e fazendo aquilo que acredita. 

O que se pode esperar da LightBox? 
Pode-se esperar que consiga ultrapassar esta crise medonha e que consiga continuar a produzir cinema em Portugal. Luta-se por isso todos os dias. 

É um pequeno grupo de pessoas que dá a cara do Balase Bolinhos 3. No entanto, imaginamos que muitas mais pessoas se tenham envolvido neste mega projecto... foram muito os intervenientes?
Ainda existe a ideia que o projecto balas é uma pessoa que está atrás de um computador algures na Lightbox. Neste último filme tivemos mais de 60 pessoas que colaboraram connosco e outras dezenas que orbitaram na sua periferia. Desde a pré-produção, até à rodagem e pós-produção a agregar neste projecto centenas de pessoas. Olhando para trás, foi uma verdadeira loucura o nível de investimento e complexidade técnica e humana deste último filme. Nada é deixado ao acaso e tudo é discutido e planeado antes de obter o "prime time".

Inspira-se no trabalho de outros actores e realizadores? Quais? 
Sei que sou influênciado por outros autores. Só não sei por quem. Mas como qualquer autor que vê outros filmes e produtos audiovisuais, também eu recebo "inputs criativos". Tenho referências, gostos, mas tento ser o mais original possível. 

E o futuro? Tem projectos cinematográficos em vista?  
Tenho muitos projectos e veremos se algum dia chegam ao cinema. Estou a escrever 3 argumentos e veremos qual deles tem a sorte de ser produzido. 

O nosso anterior entrevistado, o escritor e autor de palavras cruzadas Paulo Freixinho, teve como desafio deixar uma pergunta ao próximo entrevistado sem saber de quem se tratava (Pode ver a entrevista aqui: (http://flamesmr.blogspot.pt/2013/03/entrevista-ao-autor-paulo-freixinho.html). A pergunta foi a seguinte: “Faz Palavras Cruzadas?... ;-)"
Não costumo fazer palavras cruzadas. O mais perto que estou de o fazer é preencher a declaração do IRS.

Se pudesse, o que é que perguntaria ao próximo autor ou autora (ainda a definir) que iremos entrevistar? Costuma ver cinema português?

segunda-feira, 15 de abril de 2013

2

Livro: Óscar e a Senhora Cor-de-Rosa


Autor: Eric-Emmanuel Schmitt
Data 1ª Edição: 10/01/2013
Nº de Edição:
Nº de Páginas: 104
Site: http://www.presenca.pt/livro/ficcao-e-literatura/romance-contemporaneo/oscar-e-a-senhora-cor-de-rosa/

Nesta história encantadora, conhecemos as duas personagens que dão nome ao livro. Óscar, uma criança com leucemia trava amizade com a senhora cor de rosa, uma voluntária que todos os dias o visita ao Hospital. Encorajado por ela, Óscar tem dois desafios: o primeiro é o de escrever cartas a Deus, o segundo é o de tentar viver cada dia como se cada dia valesse 10 anos.

Uma história fenomenal e de cariz obrigatório, a nosso ver, para qualquer pessoa. Fenomenal e arrebatador, deve ser lido por todos e por pessoas de qualquer idade. É um pouco como o Princepezinho.. de facto, acreditamos que tendo em conta a idade do leitor, as interpretações e o que se irá ler nas "entrelinhas" será diferente. Por isso, é um livro para ler e reler.

Não há muito mais a dizer sobre o livro pois ele é mesmo curtinho e não queremos estragar nada, mas aconselhamos que o leiam e depois nos venham dar aqui a vossa opinião. Boas leituras

sexta-feira, 12 de abril de 2013

4

Passatempo: 31º Passatempo do FLAMES (em parceria com a editora Coisas de Ler)

Aqui está uma forma de terminar a semana em grande e começar o fim-de-semana com o pé direito: um novo passatempo!

Desta vez, o FLAMES tem para vos oferecer, em parceria com a editora Coisas de Ler, um exemplar do original livro "Livrolândia - A terra dos livros" do escritor Rui Carreto.


 Sinopse:
"Ao redor do mundo, depois da meia-noite e sempre que não há seres humanos no interior de bibliotecas, feiras de livros, livrarias e alfarrabistas, o interior destes espaços metamorfoseiam-se em cidades de livros vivos. Partir numa busca por um antigo continente livresco- a Livrolândia- é o objectivo destes livros aventureiros, um continente do qual “ouviram escrever” apenas rumores, vindos esses rumores de manuscritos antiquíssimos que já se transformaram em pó... Segundo esses rumores a Livrolândia é o único sítio onde um livro se pode tornar imortal e, a partir de então, ser lido para todo o sempre (o sonho de qualquer livro)...
Mas será possível fugir da Livropólis onde vivem? Será a Livrolândia algo real?... Ou será apenas uma história inventada pelos livros antigos?...
Passado em três ambientes diferentes: uma biblioteca, uma feira de livros e um alfarrabista, esta história transporta o leitor para um mundo orgânico de livros vivos fazendo o leitor praticamente “sentir” e “cheirar” este universo, repleto de cidades fantásticas em papel, pergaminho e papiro, cheias de mistérios e tramas, onde vivem e interagem personagens como: “O Conde de Monte Cristo” , “Odisseia”, “O Principezinho”, “O Senhor dos Anéis”, “Os três mosqueteiros”, “A Divina Comédia” entre muitas outras.
Com ideias muito fortes e uma linha narrativa ímpar sempre em crescendo “Livolândia- a Terra dos Livros” mais do que uma leitura é uma forte experiência literária sem precedentes ..."
Têm até ao dia 21 de Abril para participar. E como?! Da mesma maneira de sempre: preencham o formulário abaixo disponibilizado e... Boa Sorte!!
Nota: O FLAMES não se responsabiliza por extravios ou qualquer dano que o prémio sofra durante a sua entrega. O seu envio será, gentilmente, feito pela Editora.
 


quinta-feira, 11 de abril de 2013

5

Filme: Antes do amanhecer



 
Título Original: Before Sunrise
Ano de Estreia: 1995
Género: Romance, Drama
Realizador: Richard Linklater
Argumentistas: Richard Linklater e Kim Krizan


Apesar de ser um filme de meados da década 90, "Antes do amanhecer" continua a ser, para muitos, um dos filmes mais originais dos últimos tempos. Por isso mesmo, mesmo com muitos anos de "atraso", decidimos ficar a conhecer tão badalada produção.
 
 
A história tem como pano de fundo a bela cidade de Viena. É nesta que dois jovens desconhecidos, o americano Jesse e a francesa Celine, passeiam depois de, fruto do acaso, se terem conhecido numa viagem de comboio. O tempo escasseia, pois na manhã do dia seguinte Jesse terá que apanhar o seu avião rumo a casa. Assim, os dois sabem que apenas têm as horas que os separam do amanhecer do dia seguinte para se conhecerem melhor.
 
 
Após vermos este filme não podíamos concordar mais com as opiniões que tínhamos ouvido acerca dele: trata-se de uma história bastante diferente da maioria das produções, principalmente as norte-americanas, que conhecemos. Basicamente, o filme consiste neste casal simplesmente a passear por Viena durante horas e a falar sobre os mais diversos assuntos: família, amor, religião, morte, vida, ...
Reconhecemos que não se trata de um filme para "massas", basta para isso ter em conta as pobres receitas que o mesmo teve. Contudo, aquilo que poderia ter sido uma história enfadonha e sem qualquer interesse como que nos viciou e "obrigou" a ver o filme até ao fim.
A nosso ver, "Antes do amanhecer" é uma das produções cujo maior mérito vai para os argumentistas que conseguiram criar uma história com um único diálogo entre dois jovens; um diálogo brilhantemente criado, em que os diferentes temas como que fluem e se interligam, completando-se e fazendo sentido como um todo.
Por tudo isto, aconselhamos "Antes do amanhecer" aos fãs de histórias românticas que também gostem de argumentos com um teor filosófico e profundo.  

segunda-feira, 8 de abril de 2013

10

Livro: A Paixão pelas Orquídeas


Autor: José M. M. Santos
Título: A Paixão pelas Orquídeas
Páginas: 207
Editora: Dinalivro
Página da Dinalivro no facebook: https://www.facebook.com/DinalivroEdicoes?fref=pb

Imagine que tem uma grande paixão (não deve ser difícil de imaginar... todos nós temos uma) e decide criar um manual sobre ela!! Foi isto que o autor José M. M. Santos decidiu fazer. Poucos de vocês sabem, mas somos fãs da Mãe Natureza e de.... orquídeas! Recentemente a Dinalivro fez o lançamento deste livro e... para o acompanhar, uma mega-exposição na Biblioteca Almeida Garret (Porto), uma exposição belíssima. Infelizmente, não pudemos estar presentes, mas um amigo foi à exposição, relatou-nos o evento e... ofereceu-nos o livro (autografado)!! :)

Trata-se de um manual fenomenal para todos os amantes de flores (em geral) e orquídeas em particular. Claro que não necessita de ser um orquidófilo para o querer ter na sua estante.
O livro é muito importante pois nós, que gostamos de plantas, muitas vezes procuramos na internet ou em livros, mais dicas de cultivo das mesmas. O problema é que os conselhos não são específicos para o nosso clima e território e este livro ultrapassa essas dificuldades. Mais do que um livro de leitura, é um manual de consulta com imagens de uma beleza estonteante, e com conselhos importantes.

Encontra-se dividido de várias formas para facilitar as consultas que podem precisar de fazer.

Primeiro, faz uma pequena introdução histórica (parte que ADORÁMOS ler), depois passa a descrever de forma detalhada o que é uma orquídea (uma parte um pouco mais técnica).  De seguida, consoante o tipo de orquídea, ensina-nos a escolher a melhor forma e local de crescimento, bem como as diferentes formas de cultivo. Aconselha-nos relativamente à rega, substrato, humidade e temperatura e aos melhores vasos e "cachepots" bem como à fertilização. Seguidamente faz uma descrição mais aprofundada dos tipos de orquídeas. Desta forma, podem ver quais são as orquídeas que têm em casa e que tipo de "tratamento" lhes deverão dar. Todo o livro é acompanhado de imagens ilustrativas que nos ajudam. E por falar em tratamento, um capítulo é todo dedicado às doenças que as vossas plantas poderão vir a ter e que afectam o tempo que vos farão companhia em vossa casa!
Por fim, pode aprender a germinar plantas e tem umas fichas de cultivo.
Enfim... nós ficámos fãs do livro e aconselhamos vivamente a sua compra para quem já tenha orquídeas e queira saber como tomar conta delas, ou para quem está a pensar comprar uma ou iniciar-se no mundo destas maravilhas!

sexta-feira, 5 de abril de 2013

6

8ª Entrevista: Cátia Lopes dos Reis (vídeo)




de Cátia Lopes dos Reis
1ª Edição: Novembro 2012

Editor: Alfarroba

Colecção: Testemunho

PVP: 14€

ISBN: 978-989-8455-52-9

Formato: 21 x 14 cm

Páginas: 254
Sinopse
O meu nome é Cátia, nasci na Charneca da Caparica, em Almada, em fevereiro de 1985.
Sou enfermeira de profissão, trabalho na Urgência do Instituto Português de Oncologia de Lisboa e sou pós-graduada em Gestão de Serviços de Saúde pelo INDEG/ISCTE.
Em setembro de 2010, após uma crise conjugal resolvida, eu e o meu marido Vasco decidimos empreender uma nova etapa na nossa vida, a de sermos pais. Mas o sonho tornou-se pesadelo, quando o nosso filho Afonso nasceu de apenas 23 semanas e 6 dias de gestação.
Quando as perdas se sucedem, a perda de sonhos, da perfeição, da vida como a conhecíamos até então, sobrevivemos juntos a 123 dias de internamento em duas Unidades de Cuidados Intensivos de Neonatologia.
Acompanhada à distância por uma confidente muito especial, a Ilídia, mãe de uma prematura que nasceu de 23 semanas e 5 dias, hoje com 14 anos de idade, conto a nossa história. Como forma de tentar escapar a um surto de loucura iminente, encontrei o meu escape, relatando sob a forma de um diário o meu dia a dia, as dúvidas e os sentimentos de uma época em que vivi algures entre a esperança e o desespero.
Ao longo deste doloroso percurso, existiram momentos-chave, de loucura, de pânico, de esperança e de dormência. As questões da vida e da morte, da prematuridade extrema, abaixo do limiar da viabilidade, os nossos valores, as nossas crenças foram levados ao limite na derradeira decisão da nossa vida, deixar partir o Afonso em paz.
Dois testemunhos de vida, semelhantes no seu percurso, diferentes no seu final.
Desafiando as estatísticas, as lógicas da ciência, lutando contra os nossos próprios demónios e contra os das equipas de saúde, expiamos assim a nossa culpa, a nossa dor e as nossas memórias. É o meu legado, o legado de outra mãe prematura, o legado dos nossos filhos, para que outras mães prematuras sintam que não estão sozinhas nesse sofrimento atroz.

Cátia Lopes dos Reis | a VIDA antes do TEMPO

quinta-feira, 4 de abril de 2013

3

Livro: Que monstros fabricamos?




Título Original: Clay
Ano: 2011
Género: Romance, Drama, Suspense
Autor: David Almond



 
Um escritor pode ser muito talentoso, contar histórias fantásticas e criar personagens incríveis, contudo, se não conseguir que o leitor "viva" as suas histórias, sinta na pele as emoções das personagens embrenhando-se por completo nas páginas de um livro, então não consegue atingir aquilo que muitos poucos autores conseguem. E um desses autores especiais é David Almond, que com "Que monstros fabricamos?" conseguiu apresentar uma obra que perdura na memória do leitor muito depois da última página ter sido lida. 
 
 
A história apresenta-nos David, um jovem cuja vida em nada difere dos demais da sua idade. Contudo, a chegada de um misterioso e estranho rapaz, Stephen Rose, à sua aldeia vem alterar por completo a sua realidade.
Muito se diz acerca de Stephen, sobre o seu passado sombrio, e o comportamento diferente e estranho do mesmo apenas serve para aumentar os receios de todos que com ele se cruzam. Contudo, David sente-se estranhamente ligado a este jovem que passa os seus dias a esculpir figuras em barro. Assim, é inevitável que uma amizade entre os dois surja. Uma amizade que conduzirá David a um caminho perigoso, assustador e muito perturbador...
Como reagirá David quando os dois rapazes criarem... um verdadeiro monstro?
 
 
O que mais gostámos neste livro foi a aparente facilidade com que David Almond consegue fazer com que o leitor "entre" no ambiente por ele criado: um ambiente sombrio, assustador, onde parece que a qualquer momento algo de realmente aterrador está prestes a acontecer.
Sendo uma obra com uma escrita bastante simples, com frases claras, curtas e sem grandes floreados, o seu teor não deixa de ser viciante. Assim, à medida que íamos avançando na leitura, não conseguimos evitar ser "arrastadas" para a realidade de David, à medida que este se depara com situações cada vez mais intensas e perigosas.  
Este é um livro que recomendamos a todos aqueles que gostam de histórias envoltas em mistério, com um toque de terror à mistura.

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