Título
Original: Beatrice and Virgil
Ano
de Edição: 2010
Género:
Drama
Autor:
Yann Martel
*
Por Mariana Oliveira *
O
filme “A Vida de Pi” foi, há uns anos atrás, um verdadeiro sucesso mundial.
Escusado será dizer que o livro que inspirou a história na altura vendeu que
nem pãezinhos quentes. Mesmo nunca tendo lido essa obra, fiquei com o autor
debaixo de olho, não tivesse ele vencido o Man Booker Prize em 2002, e mal tive
a oportunidade de ler uma das suas criações não hesitei!
Sinopse:
“Henry,
um escritor reconhecido mundialmente, decide escrever um livro meio ficção e
meio ensaio como forma de abordar todos os aspectos de um mesmo tema – o
Holocausto. Contudo, cedo é criticado pela sua editora e desiste do projecto,
decidindo ir viver para outra cidade. Aí, continua a receber cartas dos seus
fãs até que um dia recebe uma estranha correspondência de um taxidermista que
lhe pede ajuda. É nesse momento que Henry percebe que estão ambos a tentar
escrever sobre o mesmo tema. Um livro polémico e provocador que confirma o
autor Yann Martel como um dos mais surpreendentes escritores canadianos da
actualidade.”
Opinião:
Simplesmente
fiquei desiludida com este livro e passo a explicar porquê.
Sempre
que possível, gosto de iniciar a leitura de um novo livro sem saber nada sobre
a sua história. Foi o que fiz com “Beatriz e Virgílio” mas rapidamente tive a
necessidade de ler a sinopse porque lia página atrás de página e continuava a
pensar “mas onde é que o autor quer chegar com esta linha de pensamento?”.
Para
começar, Yann Martel consegue ser exaustivamente descritivo. Pega numa
personagem e leva-a para uma loja de um taxidermista e começa uma longa
descrição sobre todos os objectos presentes. O facto de fazer isto algumas
vezes ao longo do livro tornou esta leitura algo extenuante.
Relativamente
à história, achei o ritmo da trama demasiado arrastado. Henry e o taxidermista
tinham uma dinâmica muito estranha entre si, muito culpa deste último que é das
personagens mais estranhas que conheci nos últimos tempos.
O
tema do Holocausto é abordado através de uma peça de teatro criada pelo
taxidermista cujos protagonistas são a burra Beatriz e o macaco Virgílio. Os
diálogos das personagens abordam de uma forma algo indirecta este dramático
tema e foram a minha parte preferida desta leitura. Acabei por afeiçoar-me a
estes dois amigos e gostei particularmente de algumas falas deles.
Contudo,
quando já estava a habituar-me a esta história eis que termina de uma forma
abrupta e, a meu ver, completamente descabida. Não sei qual foi a ideia do
autor em escolher um final tão, perdoem-me a escolha de palavras, parvo. Foi
nas últimas páginas que, para mim, o autor deu um tiro no próprio pé.
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