sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

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Deixava de dormir por... : Novidades editoriais de 2014


2014 ainda agora começou e trouxe consigo algumas novidades literárias interessantes que por certo não nos deixariam pregar olho. 
Nesta secção, escolhemos 1 livro das novidades de diferentes editoras que fariam, certamente, as nossas estantes ficarem mais felizes.
Leram ou estão a pensar adquirir algum? Contem-nos tudo!
(Cliquem nos títulos para mais informação)

Alphabetum - A nossa parceira Alphabethum lançou, este mês, o segundo romance da escritora Beatriz Lima "Dependo de ti".

SinopseMia e Alex são duas gémeas de 17 anos que vivem a vida com uma intensidade colorida, doce e divertida. Extrovertidas, simpáticas e aventureiras, decidem aproveitar os 17 anos ao máximo e comprometem-se a viver todas as experiências que esta idade promete. Cada momento é vivido intensa e docemente; as paixões são sentidas, mágicas e verdadeiras. Contudo, acontece algo a Alex… uma descoberta grave e dolorosa que estilhaça o mundo «doce e cor-de-rosa» das duas irmãs. Agora, tudo recai sobre Mia. “Dependo de ti” é um livro que nos mostra que devemos lutar por aquilo em que acreditamos e que nos desvenda um modo de viver em que os sentimentos se opõem à razão. 

 

Babel - Mais uma editora parceira que editou um livro sobre um dos nossos escritores portugueses favoritos. Neste caso, Os Livros de Fernando Pessoa de Pedro Sepúlveda.

Sinopse: Pessoa não concebeu um, mas uma pluralidade de livros. Atribuídos a diferentes nomes de
autor e obedecendo a um mesmo desejo de totalidade, estes livros eram definidos enquanto expressão de concepções específicas e diferentes entre si e que, no seu conjunto, deveriam realizar o desejo de expressão total da experiência. […] O pensamento editorial de Pessoa, que tem como horizonte a publicação da obra em livro, é determinante na criação de autores e editores ficcionais para as obras a publicar. (...)




Bizâncio - Esta editora também não esteve parada e publicou este livro que.. promete.. A minha segunda Vida de F. Christiane.

Sinopse: A vida de Christiane F. deu a volta ao mundo. Milhões de jovens cresceram com as confissões trágicas desta adolescente alemã, de 13 anos, drogada, prostituta. E depois? Qual foi o seu destino? Trinta e cinco anos mais tarde, Christiane F., hoje com 51 anos, fala-nos dos tempos que se seguiram à publicação do livro Os Filhos da Droga e das diferentes etapas da sua vida até aos dias de hoje: os anos felizes na Grécia, depois de ter estado presa, o combate constante contra a dependência, o convívio com os seus ídolos do rock and roll e os momentos de felicidade com o seu filho, Phillip. Sem subterfúgios, tendo como pano de fundo o mundo da droga e as relações que se estabelecem, aquela que o mundo conhece como Christiane F. conta tudo neste livro, com uma franqueza surpreendente.


Caminho - A Caminho também tem novidades. É realmente uma editora versátil! A Criança como Recurso Terapêutico de Maurizio Andolfi. 

Sinopse:  Este livro nasce a partir de um seminário intensivo conduzido por Maurizio Andolfi no outono de 2006 para um vasto grupo de especialistas em terapia familiar, provenientes de muitas regiões de Itália. O seminário centrou-se em A criança como recurso na terapia familiar, um tema tratado quer a nível teórico, numa perspetiva sistémico-relacional, quer ao nível concreto da intervenção com crianças com dificuldades. A ideia central que acompanhou todo o seminário e que está presente ao longo deste volume é que o problema de uma criança é sempre um problema familiar. Daí resulta inevitavelmente que não se pode observar uma criança como uma ilha, isolada das suas ligações afetivas fundamentais. Isto significa que não é assim tão necessária a existência de «especialistas da criança» mas sim de terapeutas especialistas da família e dos seus processos de desenvolvimento. (...)

Civilização - Este já não é novidade, mas foi reeditado há pouco tempo com esta capa maravilhosa, um livro fabuloso de uma das nossas escritoras favoritas! Quem não o quereria na sua estante? Persuasão de Jane Austen.

Sinopse: Aos vinte e sete anos, Anne Elliot já não é uma jovem, e tem poucas perspetivas românticas. Oito anos antes, foi persuadida pela sua amiga, Lady Russell, a terminar o noivado com Frederick Wentworth, um comandante naval bem-parecido mas sem fortuna nem posição social. Aquilo que acontece quando os dois se voltam a encontrar é narrado de forma comovente no último romance que Jane Austen deixou completo. Persuasão é uma sátira brilhante sobre vaidade e pretensão mas, acima de tudo, é uma história de amor onde se sente a mágoa das oportunidades perdidas.




Esfera dos Livros - Mais uma editora que arregaçou as mangas e trouxe novidades. Uma novidade fantástica. Cuidar da casa de Filipa Brandão Mira.

Sinopse: A sua casa merece ser cuidada. Filipa Brandão Mira vai ensinar-lhe todos os truques que você precisa de saber para não perder demasiado tempo nas tarefas domésticas, nem gastar muito dinheiro. Divisão a divisão, a autora dá-lhe conselhos de limpeza para todos os tipos de pavimento, da madeira à tijoleira, como tratar os seus móveis mais antigos, limpar pratas ou bronzes, manter os azulejos da cozinha impecáveis, uma casa de banho a brilhar, um armário sempre cheiroso e arrumado, uma roupa cuidada e sem nódoas ou um hall acolhedor. (...) Primeira dica que vai mudar para sempre a sua vida: ter em casa, limão, bicarbonato de sódio, sal grosso e vinagre. Com estes ingredientes mágicos pode fazer os seus próprios detergentes, mais saudáveis e ecológicos. Depois é seguir os planos de limpeza que encontra neste livro e arregaçar as mangas. (...) Basta vontade e imaginação.

Europa-América - Uma novidade não editada em Fevereiro, mas é impossível não falar nela. A QUEDA DE ARTUR de J. R. R. TOLKIEN. 

Sinopse: INÉDITO EM PORTUGAL EDIÇÃO BÍLINGUE A Queda de Artur, a única incursão de J. R. R. Tolkien nas lendas do rei Artur da Bretanha, pode muito bem ser vista como a sua mais delicada e hábil aventura na métrica aliterativa do inglês antigo, tendo concedido à sua interpretação inovadora das antigas narrativas uma sensação penetrante da natureza grave e determinista de tudo o que é contado: da expedição ultramarina de Artur até às distantes terras pagãs, da fuga de Guinevere de Camelot, do regresso de Artur à Bretanha e da grande batalha naval, no retrato do traidor Mordred, nas dúvidas atormentadas de Lancelot no seu castelo francês. Infelizmente, A Queda de Artur foi um dos seus vários poemas longos inacabados. Há evidências que terá começado a escrevê-lo no início dos anos 30 do século passado e estaria num estado suficientemente avançado para que o enviasse a um amigo perspicaz, que o leu com grande entusiasmo no final de 1934, e o incentivou a concluí-lo com urgência: «Tem mesmo de o terminar!» Contudo, foi em vão. Tolkien abandonou-o, em data desconhecida, ainda que alguns indícios apontem para 1937, o ano de publicação de O Hobbit e das primeiras incursões em O Senhor dos Anéis. (...)

Guerra e Paz - Para além do livro Inferno no Vaticano que tanto sucesso alcançou, esta editora também tem outra novidade.

A MENINA DOS OSSOS DE CRISTAL de Ana Simão.

Sinopse: Inês tem uma doença muitorara, Osteogénese Imperfeita (OI) – mais vulgarmente conhecida como doença dosossos de vidro – e aos 14 anos o seu pequeno corpo já tinha sofrido mais de 100fracturas. A menina cuja história de luta e coragem vamos acompanhar não se deixou vencer pelomedo: nem quando quis dar os primeiros passos e não conseguiu, nem quando todasas crianças corriam e brincavam e ela estava numa cama de hospital, embalando nosseus sonhos Mefibosete, o menino imaginado pelo seu pai. Da perda da inocência nasmãos de um curandeiro, passando pela enorme luta da família para não a perder,até à licenciatura conquistada a pulso, a vida da Meninados Ossos de Cristal transforma-se,diante dos nossos olhos, no triunfo da mulher que, contra todas as expectativas,consegue vencer. Como todos aqui aprenderemos, há apenas uma frase rara que nós, como Inês, nunca devemos esquecer: amor é poder.


Editorial Presença - Uma editora sempre cheia de novidades... esta foi a nossa eleita deste mês para a lista do "must have". UMA HISTÓRIA DE AMOR ETERNO de Sebastian Cole.

Sinopse: Noah Hartman é filho de uma família judia norte-americana, dona de um império empresarial. Cedo se habituou a aceitar a vontade paterna e sempre soube que no dia em que se apaixonasse, a sua escolha teria de passar pelo crivo da família. Mas Noah não se apaixona simplesmente, ele tem a imensa sorte de encontrar a sua alma gémea, Robin, uma mulher com uma alegria exuberante, fiel a si própria, que o faz ver ainda com maior intensidade a existência de fachada que tem sido obrigado a levar. Noah rebela-se contra o jugo familiar e escolhe crescer como ser humano e ser feliz ao lado de Robin. Mas será o facto de duas almas gémeas se encontrarem suficiente para que fiquem juntas para sempre?


Quinta Essência - E aqui está mais uma novidade que parece ser perfeita para se chorar... a rir! TENHO O TEU NÚMERO de Sophie Kinsella.

Sinopse: Às vezes o número errado conduz ao homem certo Dez dias antes do casamento, Poppy perde o anel de noivado. Desesperada, Poppy começa a telefonar a toda a gente para pedir ajuda e alguém lhe arranca o telemóvel da mão! Também o roubaram! Como irão agora avisá-la se encontrarem o anel? E, imediatamente, Poppy vê um telemóvel num caixote do lixo, um telemóvel abandonado de que ela precisa urgentemente. Poppy dá o seu novo número a todos os amigos e também atende as chamadas recebidas e lê as mensagens endereçadas à anterior proprietária, a secretária (que acaba de se demitir) de Sam Roxton, um empresário importante. Enquanto continua à procura do anel, Poppy mantem-se em contacto com Sam Roxton, o novo proprietário do telefone. Sam vai deixá-la ficar com o aparelho, desde que ela lhe reencaminhe todas as mensagens que receber, mas às vezes Poppy responde por Sam em assuntos profissionais e também pessoais. Não se contém. Sam também começa a opinar sobre a vida de Poppy, o seu casamento, sobre os sogros e até sobre o noivo, que talvez, não seja tão maravilhoso como ela pensava.

Saída de Emergência - Publicou uma novidade que foi Vencedora do prémio Pulitzer 2013. VIDA ROUBADA de Adam Johnson.

Sinopse: Jun Do é o filho atormentado de uma cantora misteriosa e de um pai dominante que gere um orfanato. É nesse orfanato que tem as suas primeiras experiências de poder, escolhendo os órfãos que comem primeiro e os que são enviados para trabalhos forçados. Reconhecido pela sua lealdade, Jun Do inicia a ascensão na hierarquia do Estado e envereda por uma estrada da qual não terá retorno. Considerando-se “um cidadão humilde da maior nação do mundo”, Jun Do torna-se raptor profissional e terá de resistir à violência arbitrária dos seus líderes para poder sobreviver. Mas é então que, levado ao limite, ousa assumir o papel do maior rival do Querido Líder Kim Jon Il, numa tentativa de salvar a mulher que ama, a lendária atriz Sun Moon. Em parte thriller, em parte história de amor, Vida Roubada é um retrato cruel de uma Coreia do Norte dominada pela fome, corrupção e violência. Mas onde, estranhamente, também encontramos beleza e amor.


Objectiva - Uma novidade que promete agitar os fãs do género literário Erótico. VEJO-TE, SINTO-TE, QUERO-TE de Irene Cao.


Sinopse: Se fosse possível capturar o prazer, Elena fá-lo-ia com os olhos. Com vinte e nove anos, de uma beleza inocente mas vistosa, ainda não sabe o que é a paixão. O seu mundo gira à roda do fresco que está a restaurar num palácio em Veneza, a cidade em que nasceu. Mas tudo muda quando conhece Leonardo, um chef de fama internacional, que irrompe na sua vida, arrasando tudo: a recente história de amor com Filippo, a ideia que sempre teve de si própria e, principalmente, a sua forma de viver o sexo.





Porto Editora - Richard Zimler é sinónimo de qualidade, por isso a nova edição de uma das suas obras não podia faltar na nossa lista. A SÉTIMA PORTA de Richard Zimler.

Sinopse: Em 1990, Richard Zimler encontrou, numa cave de Istambul, sete manuscritos do século xvi escritos pelo cabalista Berequias Zarco. Um deles narrava o pogrom de Lisboa e o autor utilizou-o para cenário do seu livro O Último Cabalista de Lisboa. Mas, o que revelavam os outros seis manuscritos? Em Berlim, na década de trinta, Isaac, um descendente de Berequias Zarco e detentor dos manuscritos, está determinado a descobri-lo. Convencido de que o pacto entre Hitler e Estaline anuncia uma profecia apocalíptica prestes a concretizar-se, Isaac Zarco procura arduamente descodificar aqueles textos cabalísticos medievais para assim salvar o mundo (...) A Sétima Porta junta Sophie Riedesel - uma jovem ousada, sonhadora e ambiciosa - a um grupo clandestino de ativistas judeus e antigos artistas de circo liderado por Isaac Zarco, numa luta contra as políticas antissemitas (...) Um romance emocionante carregado de simbolismo e uma verdadeira lição de História e de humanidade sobre as muitas vítimas sem rosto de um dos regimes mais implacáveis de todos os tempos.


Edições ASA - Um livro de contos que nos "enche as medidas" não podia ter sido editado em melhor altura. UM GATO, UM CHAPÉU E UM PEDAÇO DE CORDEL de Joanne Harris.

 Sinopse: «As histórias são como bonecas russas: abrem-se e em cada uma encontra-se uma nova. As histórias neste livro são um pouco assim. Embora ao princípio não pareçam estar relacionadas, os leitores descobrirão que elas estão ligadas de várias maneiras, umas com as outras e também com os meus romances. Para mim, as histórias são como mapas de mundos ainda por descobrir. Espero que estas vos levem a avançar um pouco mais por esse território inexplorado.» Joanne Harris
(…) O universo romântico, místico e sempre especial de Joanne Harris está de volta em dezasseis histórias que são como bombons: deliciosas, tentadoras e irresistíveis.


Planeta - Quem consegue resistir a um grande mistério? O FLAMES não consegue, de certeza! QUANDO A TUA IRA PASSAR de Asa Larsson.

Sinopse: Wilma e Simon são dois jovens apaixonados que decidiram mergulhar no lago gelado de Vittangijärvi, no norte da Suécia, em busca dos destroços de um avião alemão desaparecido em 1943. Enquanto mergulham, alguém corta a corda de segurança de Wilma e tapa o orifício de saída no gelo. Não têm como escapar. Quando a Primavera se aproxima do norte da Suécia, o corpo de Wilma emerge das águas do rio Torneälven. Ao mesmo tempo, uma figura fantasmagórica aparece nos sonhos de Rebecka Martinsson, a reputada advogada de Kiruna. Será o fantasma do corpo que apareceu no rio? Com a inspectora da polícia Anna-Maria Mella, Rebecka envolve-se num enigma que desperta antigos rumores de colaboradores nazis em Kiruna, um lugar onde a vergonha e o segredo controlam as recordações da guerra. Além disso, um assassino está disposto a continuar a matar de modo a manter o passado enterrado para sempre debaixo do gelo e da neve.


2020 Editora - No país de nuestros hermanos há escritores verdadeiramente talentosos. Um deles acabou de publicar este empolgante romance. O ANO EM QUE ME APAIXONEI POR TODAS de Use Lahoz.

Sinopse: Uma homenagem à vida, ao amor e à amizade. Sylvain, um jovem parisiense que está a caminho dos trinta, sofre de um caso grave de síndrome de Peter Pan: recusa-se a entrar na idade adulta (...) A ideia de crescer assusta-o de morte, o que o leva a aceitar um trabalho mal remunerado em Madrid, para estar mais perto de Heike, a antiga namorada que ele não consegue esquecer. Sylvain traz consigo um plano para reconquistar Heike, mas, entre tantas outras pessoas incríveis com quem se cruza, alguém muito especial irá levá-lo a fazer uma escolha. E quando descobre acidentalmente um manuscrito que contém toda a saga da família do seu vizinho Metodio Fournier, revela-se diante dos seus olhos uma história maravilhosa e excitante, cheia de estranhas coincidências, que muda para sempre a sua visão do amor e do mundo (...) Uma história sobre as atribulações e os desafios das relações. Uma ode à beleza da vida, ao amor e à amizade.


Marcador - Um romance histórico escrito por uma portuguesa? Só pode ser espetacular. A FILHA DO BARÃO de Célia Correia Loureiro.


Sinopse: Quando D. João tece a união da sua única filha, Mariana de Albuquerque, com o seu melhor amigo - um inglês que investiga o potencial comercial do vinho do Porto -, não prevê a espiral de desenganos e provações que causará a todos. Mariana tem catorze anos e Daniel Turner vive atormentado pela sua responsabilidade para com a amante. Como se não bastasse, o exército francês está ao virar da esquina, pronto a tomar o Porto e, a partir daí, todo o país. No seu retiro nos socalcos do Douro, Mariana recomeça uma vida de alegrias e liberdade até que um soldado francês, um jovem arrastado para um conflito que desdenha, lhe bate à porta em busca de asilo. Daniel está longe, a combater os franceses, e Gustave está logo ali, com os seus ideais de igualdade e o seu afecto inabalável, disposto a mostrar-lhe que a vida é bem mais do que um leque de obrigações.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

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Livro: O Assassino do Aqueduto


 
 
Ano de Edição: 2014
Género: Romance Histórico
Autora: Anabela Natário
Editora: Esfera dos livros

 

“E o destino é como o vinho, umas vezes  bom outras vezes mau, todavia, engole-se.”

 
Tivesse este livro sido escrito antes e eu não teria vivido tanto tempo ignorando que, em tempos, Portugal teve um famoso assassino em série a percorrer as ruas de Lisboa.
 
A história de “O Assassino do Aqueduto” apresenta-nos Diogo Alves, conhecido como o Pancada, que habita os pesadelos dos Lisbonenses fruto da sua fama de malfeitor e verdadeiro assassino. Há quem diga que é ele o responsável pelas numerosas quedas/suicídios de pessoas do alto do aqueduto de Lisboa. Mas a lista das suas façanhas não se fica por aí pois muitos roubos a moradias, assaltos na rua e mortes horrendas são atribuídas a esta fugidia personagem.
Contudo, há um agente da lei, o juiz Bacelar, que decide travar o lanço de Diogo Alves e companhia. Conseguirá reunir todas as provas para finalmente conduzir o Pancada à forca?
 
Em bom português é usual usar-se a velha máxima “Primeiro estranha-se, depois entranha-se”. Comigo o que me aconteceu em relação à escrita de Anabela Natário foi mais “Primeiro estranha-se, depois adora-se” (desculpem a ausência de rima). A verdade é que a autora teve o cuidado de escrever o livro utilizando a linguagem da época, século XIX, pelo que a obra está repleta de expressões curiosas e a “cheirar” a um Portugal de há dois séculos. Assim, foi-me impossível não ser imersa nesta história e sentir que estava presente em cada conversa de tasca, em cada esquina mal iluminada e em cada assalto.
 
Por ser uma história baseada em factos verídicos, a própria autora revela que fez uma extensa pesquisa sobre o assunto, “O Assassino do Aqueduto” acaba por também ser uma pequena lição de História. Aprendemos costumes dessa época e ficamos a saber ao pormenor como era a vida na capital portuguesa nessa altura.
 
O fator mistério também não falta num livro que, a cada página, vai aumentando a expetativa acerca do seu desfecho: conseguirá o juiz Bacelar condenar o perigoso Diogo Alves?
 
Uma leitura interessante para os apaixonados por livros de época e que queiram conhecer um pouco mais da História de Portugal.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

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29ª Entrevista: Marine Antunes (escritora)


Marine Antunes


Marine Antues é a jovem autora do livro “Cancro com Humor” editado pela Livros de Ontem. Sobreviveu a um linfoma aos 13 anos e é a criadora do projeto Cancro com Humor e fundadora e Presidente da Associação Cancro com Humor, sem fins lucrativos. Dá palestras, é criativa num projeto da COOPJOVEM, é letrista, escreve teatro e dinamiza diferentes atividades e projetos para os doentes oncológicos. Vamos conhecê-la um pouco melhor.


Qual é a sua nacionalidade: Portuguesa
O seu Filme favorito: É díficil escolher O filme - Antes do Amanhecer e Divã.
O seu Livro favorito: Ensaio sobre a Cegueira e agora, li recentemente um que ficou no meu top 10 - Gayvota de Guilherme de Melo.
O seu Anime favorito: As Navegantes da Lua! Todas!
O seu Manga favorito: O Samurai X! Graças a ele, e à séria "Xena a Princesa Guerreira", fui treinar karate.
O seu programa de Entretenimento favorito: Adoro espetáculos de humor e de stand-up comedy ao vivo; vibro com teatro e música ao vivo mas cada vez estou mais apaixonada pelos espetáculos de improviso que se fazem cá dentro e lá fora.
A sua Série de televisão favorita: No Limit, Modern Family. Existem outras séries que também gosto muito mas estas duas representam o diferente humor que gosto, o mais light e o mais negro.

Como nasceu este projecto e porque é importante falar de cancro com humor?
Este projeto nasceu como uma ideia, ainda meio vaga e abstrata. Sabia que gostava de escrever, comunicar e de humor e quis fazer isso tudo, num só projeto. Depois, ao perceber como era urgente falar de cancro sem medo, e de perceber que este projeto era arrojado e pioneiro, decidi torná-lo público. Falar com os doentes. Mostrá-lo ao mundo. Em texto, na oralidade e nas atividades criadas pela Associação que fundei. Falar de cancro com humor é fundamental para os doentes, para os médicos, para os que apoiam os doentes. As pessoas têm tanto medo, tantas reservas que tornam o tema ainda mais pesado, dificultam o processo de cura, tornando tudo mais escuro e difícil. Ajudar a que as pessoas se exprimam e que não tenham medos nem preconceitos com os doentes é, para mim, essencial.

Tendo em conta o título que deu ao livro, não teve medo de críticas negativas ou de não ser levada a sério?
Não ligo muito a críticas mas também não ligo muito aos elogios. Se acho que é correto se tenho provas de que as palestras, os textos, as atividades, as partilhas fazem bem aos doentes e aos seus amigos, porque hei-de ter medo? Sou demasiado teimosa para não fazer só porque o Mundo torce o nariz. Adoro criar, adoro inventar, adoro estar na linha da frente. Por vezes, estou demasiado exausta (todo este trabalho é voluntário) e tenho vontade de desistir mas, se o fizer, não serei mais eu.

Tem outros projetos em mente? Envolvem o mesmo tema ou não?
Tenho mil projetos em mente. Estou com uma equipa a trabalhar num projeto da COOPJOVEM, europeu e muito interessante que brevemente ouvirão falar; estou a trabalhar com um grupo de teatro no peça que irei estrear este ano, quero escrever mais letras, estou a trabalhar em outro projeto também sobre cancro, ainda secreto mas muito empolgante e vou continuar a sonhar, e a querer fazer ainda mais e melhor. Quero ter uma crónica só minha, um dia destes, numa rádio talvez, porque não?

Como tem sido a reação dos leitores vítimas de cancro e seus familiares? Acredita que o livro possa ser uma forma de terapia para eles?
Tem sido bastante positiva, felizmente. Tenho muitas pessoas que compram para oferecerem a uma amigo que está doente e que precisa de uma força extra. Sem dúvida que a melhor coisa que posso ouvir é isso - o livro Cancro com Humor ajudou o meu amigo. Isso é tudo para mim. Espero que seja pelo menos uma companhia e sinto que o livro quebra tabus e permite que se converse sobre o tema, o que só isso, já é importante.

Sendo a Marine uma sobrevivente de cancro, sente que este livro de alguma forma a ajudou a encerrar esse capítulo na sua vida de uma forma mais positiva e otimista?
Sempre encarei assim mas, de facto, o livro foi também uma libertação. Desde que comecei este projeto que os meus pesadelos diminuíram e isso, é um sinal. Este cancro foi importante para mim, fez-me bem passar pelo que passei e não desejaria não o ter vivido. As experiências da vida é que nos fazem crescer.

O autor Samuel Pimenta deixou-lhe a seguinte pergunta (pode ver a sua entrevista aqui – http://flamesmr.blogspot.pt/2014/02/entrevista-samuel-pimenta.html).
“O que é que a sua voz tem a dizer?”
A minha voz tem a dizer - pensa antes de falares mas encontra um equilíbrio para nunca perderes a espontaneidade.

Agora é a sua vez... Pedimos-lhe para deixar uma pergunta ao próximo entrevistado, mesmo sem saber de quem se trata:
" Sabe sempre quem é realmente?"

Obrigada Marine, e até à próxima entrevista!

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

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Livro: Jesus Cristo Bebia Cerveja


  
Ano: 2012
Género: Romance
Nº Páginas: 248
Autor: Afonso Cruz
Editora: Alfaguara (chancela da Editora Objectiva)
 
 
Só quem andar muito distraído nos últimos anos em Portugal é que nunca ouviu falar de Afonso Cruz. Um nome de um português. Um nome de um escritor. Um nome de um génio.
Quase a rivalizar com o impacto de tal nome está o título desta obra que deixa qualquer um curioso e torna a leitura deste livro obrigatória – “Jesus Cristo Bebia Cerveja”.
 
 
A sinopse do livro explica tudo, ou talvez não…
 
 
“Uma pequena aldeia alentejana transforma-se em Jerusalém graças ao amor de uma rapariga pela sua avó, cujo maior desejo é visitar a Terra Santa. Um professor paralelo a si mesmo, uma inglesa que dorme dentro de uma baleia, uma rapariga que lê westerns e crê que a sua mãe foi substituída pela própria Virgem Maria, são algumas das personagens que compõem uma história comovente e irónica sobre a capacidade de transformação do ser humano e sobre as coisas fundamentais da vida: o amor, o sacrifício, e a cerveja.”
 
 
Esta é uma história simples e complexa. Repleto de personagens caricatas, o livro “Jesus Cristo Bebia Cerveja” acompanha o leitor numa visita ao Alentejo rural, a uma pequena aldeia isolada do resto do mundo onde ainda se cuida dos afectos e se olha para dentro das pessoas.
Esta é uma história ternurenta de uma neta que tudo faz para concretizar o grande sonho da sua avó. É ternurenta pela sua preocupação, pelo seu entusiasmo e pela solução encontrada para permitir que aqueles olhos gastos pela vida pudessem ver a Terra Santa, Jerusalém.
Esta é uma história curiosa, ou não habitasse nas suas páginas uma inglesa rica que quer ter o mundo todo dentro de si.

Esta é uma história irreverente por apresentar-nos um professor inconformado, dono do seu saber que encontra na neta e na avó uma tábua de salvação.
Esta é uma história em que o leitor descobre que, afinal, Jesus Cristo bebia cerveja.
 
 
Um livro à superfície simples mas que a cada camada nos revela os receios, defeitos e virtudes de cada personagem.
Mas se a trama de “Jesus Cristo Bebia Cerveja” é única, a escrita de Afonso Cruz é fenomenal, para dizer pouco. Cada parágrafo tem a particularidade de fazer parte da história e simultaneamente consistir numa história em si mesma. Perdi a conta às frases que anotei para mais tarde rever.
São livros assim que nos deixam divididos: dão-nos alento ao percebermos que Portugal pode contar (ou melhor, já conta) com mais um talento que ficará para a História da literatura, mas que ao mesmo tempo fazem-nos sentir uma nulidade por percebermos que tal talento apenas está reservado a alguns.
Resta-nos então ler este livro, ler todos os outros de Afonso Cruz e aguardar pelos que virão.


As administradoras do Blogue com o autor Afonso Cruz - Janeiro 2014

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

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Livro: O Oceano no Fim do Caminho




Título Original: The Ocean at the End of the Lane
Ano de Edição: 2014
Género: Fantasia
Nº Páginas: 183
Autor: Neil Gaiman

 

 

Neil Gaiman é um nome incontornável no panorama literário mundial. Contudo, confesso que até ler “O Oceano no Fim do Caminho” o mais próximo que tinha estado deste autor fora aquando da visualização da adaptação de uma das suas obras mais conhecidas para o grande ecrã – “Coraline”.
Foi, assim, com a história de um jovem rapaz de apenas 7 anos como protagonista que me estreei por estas paragens.
 
A verdade é que no livro a personagem principal nunca vê o seu nome revelado, mas tal não é necessário ao leitor para que acompanhe as suas aventuras (ou será melhor dizer desventuras?) quando por um infeliz acaso se cruza com uma família peculiar: 3 mulheres de 3 gerações distintas, que em comum têm o facto de, aparentemente, habitarem este planeta desde o seu início e serem possuidoras de um imenso e misterioso poder.
 Acabarão por ser elas que ajudarão o rapaz de 7 anos a enfrentar os perigos que ameaçam o mundo tal e qual como o conhecemos. Serão muitas as situações perigosas, vários os mistérios, mas tudo é possível quando se possui um oceano nas traseiras de um quintal.
 
Desengane-se quem, à primeira vista, pensa que esta se trata de uma história para crianças. Mesmo sendo narrada do ponto de vista de um menino de 7 anos, a história assume a determinada altura uma profundidade tal que só consigo imaginar que Neil Gaiman tenha escrito este livro tendo na sua mente um público-alvo adulto. Algo, diria, ao estilo da premiada obra "Que monstros Fabricamos?" de David Almond.
O ponto alto de "O Oceano do Fim do Caminho" está na capacidade do seu autor de descrever momentos assustadores, opressivos e angustiantes de mãos dadas com situações mágicas e ternurentas.
A imaginação de Gaiman é tal que fui obrigada a reler alguns parágrafos para acompanhar a linha de pensamento do autor que de um momento para o outro nos apresenta uma mudança nos acontecimentos inesperada. Imaginação é, aliás, a palavra que a meu ver melhor descreve este livro ou não se tratasse de uma história cheia de magia vista pelos olhos de uma criança medrosa e ao mesmo tempo valente.
 
Um livro repleto de pensamentos interessantes para ler e reler e uma história plena de fantasia, sobre a vida e os incríveis segredos que podem estar ocultos mesmo ao virar da esquina.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

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Passatempo: 93º Passatempo do FLAMES

O FLAMES voltou a unir forças com a Chiado Editora para vos trazer um livro empolgante que um sortudo ganhará neste passatempo. Assim, temos um exemplar da obra "Campo de Sangue" de Hélder Diniz para oferecer:





Sinopse
"Lendo por acaso o diário deixado pelo seu falecido pai, Bjørn Vorbeck descobre com surpresa que este mais não era afinal do que seu pai adoptivo, que os seus verdadeiros pais haviam perecido num desastre de viação na antiga colónia alemã do Tanganika onde haviam sido sepultados em local não mencionado. Em estado de choque, Bjørn parte para África, em busca da sepultura dos pais, de cuja existência nunca tivera conhecimento. O que na altura porém nunca imaginou foi a reacção em cadeia que a sua viagem iria desencadear, como mais tarde viria a descobrir para grande espanto seu."
Têm até ao dia 5 de Março para participar. Para isso, têm que inscrever-se no formulário abaixo disponibilizado.
Podem inscrever-se uma vez por dia, tal como diz a velha máxima: uma inscrição por dia nem sabe o bem que lhe fazia ;)
Boa Sorte!
Notas:
- O FLAMES não se responsabiliza por extravios ou qualquer dano que o prémio sofra durante a sua entrega;
- Após o anúncio do vencedor, este tem 4 dias úteis para responder ao nosso e-mail enviando-nos os seus dados; findo esse prazo, na ausência de uma resposta, o FLAMES sorteará um novo vencedor;
- Caso não vos apareça a setinha para descerem (no formulário), cliquem nele e desçam usando a seta do teclado.
  

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

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Filme: Diana (2013)




Duração: 113 minutos
Género: Biografia, romance, drama
RealizadorOliver Hirschbiegel
Actores
Naomi Watts ... Princess Diana
Naveen Andrews ... Dr. Hasnat Khan
Douglas Hodge ... Paul Burrell
Geraldine James ... Oonagh Toffolo
Cas Anvar ... Dodi Fayed
Juliet Stevenson ... Sonia

A Princesa Diana foi, sem dúvida, das mulheres mas conhecidas e amadas de todos os tempos. Muitos de nós seguiram e sabem grande parte da sua história, mas nunca saberemos tudo. Os jornais gostam de inventar, as pessoas costumam mentir, e a vida privada só cada um é que conhece.
Apesar de tudo, foi com muita curiosidade que vi este filme que recomendo vivamente a quem goste de filmes sobre personalidades. Vi um lado de Diana que não conhecia (e terá sido verdadeiro? Só ela sabe...)

O filme foca-se nos últimos anos da sua vida (sensivelmente os últimos 3) e do romance que empreendeu com o cirurgião cárdio-vascular Hasnat Khan.
De facto, muito se tem especulado sobre o caso de Diana com Dodi Fayed, mas no filme, essa relação é vista de forma totalmente diferente. Repito, não sei o que é verdade ou o que não é, mas não deixou de ser particularmente interessante.

No final, continuo com uma grande admiração pelo trabalho que empreendeu, mas agora vejo também algumas coisas com outros olhos...

domingo, 16 de fevereiro de 2014

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28ª Entrevista: Samuel Pimenta (escritor)


Samuel Pimenta

Samuel Pimenta no Lançamento do livro "Geo Metria", na Feira do Livro de Frankfurt (12/10/2013)

Samuel Pimenta nasceu a 26 de Fevereiro de 1990, em Alcanhões. Começou a escrever aos 10 anos de idade. É licenciado em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa. A sua carreira é pautada por vários sucessos literários, tendo ganho, em 2010, o VI Prémio Literário Valdeck Almeida de Jesus na vertente de Poesia, no Brasil, e em 2012 o Prémio Jovens Criadores, na vertente de Literatura, promovido pelo Governo de Portugal e pelo Clube Português de Artes e Ideias, com o poema “O relógio”. Em 2013, foi homenageado no VI Encontro de Escritores Moçambicanos na Diáspora, na Fundação José Saramago, pelo trabalho que tem vindo a desenvolver em prol da Literatura e da Cultura Lusófona, tendo sido nomeado Sócio Honorário do Círculo de Escritores Moçambicanos na Diáspora. Actualmente, é cronista do site “Rede Regional” e da “Revista ID – Identidade”, além de ser Conselheiro em Portugal da “Literarte – Associação Internacional de Escritores e Artistas”, com sede no Brasil, e Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de Lisboa.

Blogue oficial do autor: http://samuelpimentablog.blogspot.pt/
Página de Facebook oficial do autor: https://www.facebook.com/samuelpimentaescritor 

Qual é a sua nacionalidade: Sou português. Nasci em Alcanhões, uma vila do concelho de Santarém. Sou um filho da Lezíria.
O seu Filme favorito: Tenho imensos filmes favoritos. O último que vi e que entrou na lista foi “Ladies in Lavender”, de Charles Dance. Há qualquer coisa na simplicidade do filme que me fascina, que me detém o olhar.
O seu Livro favorito: Também são imensos. Destaco o último que li e que se tornou num dos livros que tenho como referência: “O Búzio de Cós e Outros Poemas”, de Sophia de Mello Breyner Andresen.
O seu Anime favorito: Não sei se entra na categoria de anime, confesso que sou um leigo nesta matéria, mas é um desenho animado que desde sempre me apaixonou: “A Bela e o Monstro”, da Walt Disney.
O seu Manga favorito: Não tenho.
O seu programa de Entretenimento favorito: Não sou muito de ver programas de entretenimento, mas quando estou a fazer zapping e apanho o programa, fico a ver o Masterchef Australia.
A sua Série de televisão favorita: Neste momento, Downton Abbey.

Foi o vencedor do prémio "Jovens Criadores 2012" com o seu poema "O relógio". Podia contar aos nossos leitores como foi o processo de escrita e de candidatura?
O processo de escrita surgiu depois de saber do prémio, o poema foi escrito para o concurso. Decidi de imediato que iria tentar e pus-me a escrever. Escrevi alguns versos que me soaram estranhos. Depois parei, para ouvir. E surgiram os versos “Odeio o meu/ relógio”. Logo aqui percebi que não era o Samuel enquanto personalidade a expressar-se, era um outro Eu em mim que já tinha identificado noutros poemas, mas ainda sem personalidade vincada. As palavras foram emergindo em catadupa e Lise, o meu outro Eu, ia-se afirmando cada vez mais. Entretanto, chegámos a um ponto em que nos encontrámos e percebi que o poema já não era escrito só por Lise, era escrito a duas mãos. A dado momento, as duas mãos fundiram-se. E nasceu “O relógio”. Foi estranho, confesso, mas estes fenómenos são comuns entre quem cria, vim mais tarde a perceber. Todos somos seres multidimensionais, não temos é consciência disso. Terminado o poema, treze páginas A4, enviei-o para o Clube Português de Artes e Ideias e, sensivelmente um mês depois, recebo a notícia de que tinha sido um dos premiados. A alegria foi imensa. Soube a um Sábado, dia 20 de Outubro de 2012, lembro-me perfeitamente. Liguei aos meus pais, que vivem em Alcanhões, eu estava em Lisboa. Depois, peguei em alguns amigos e fomos festejar para o Bairro Alto. Que sítio melhor para festejar um prémio literário? Ahahah!

Esperava alcançar todos estes prémios?
Quando escrevo, não estou a pensar que vou ganhar prémios. Escrevo porque tenho algo a dizer. Os prémios dão-me alento, confesso. Sabe bem sentir todo o reconhecimento que os prémios acarretam. É como se me dissessem “percebemos o que queres dizer, continua”. O acto de criar é um trabalho tão solitário… Maravilhoso. Doloroso também. Mas solitário.

Quando estava a ler a sua obra, vinha-me Fernando Pessoa à cabeça. Tem algum poeta que o inspire?
São tantos os poetas que me inspiram… Não me surpreende que se tenha lembrado de Fernando Pessoa, ele está lá de alguma forma, assim como está toda a experiência do que li e do que vivenciei até escrever “O relógio”. Acredito que TUDO nos influencia no acto de criar, porque criar é um acto que vem do movimento natural da vida, a Arte é Vida. Logo, tudo o que vivencio, seja através da leitura, do pensamento ou das minhas relações sociais e com o mundo, influencia-me.

Nas primeiras páginas do seu livro, fala na forma como, por vezes, cruza caminhos com Lise, a "entidade" que, aos seus olhos, concedeu "O relógio". Quando escreve, é Lise que "tomas as rédeas" ou já sentiu que se “transformava” de outras formas? 
Já senti outros eus ao escrever, mas sem a personalidade tão vincada como aconteceu com a Lise. De momento, isso não acontece, mas pode voltar a acontecer, não se controla. Confesso que não perco muito tempo a pensar sobre isso.

Na sua página vêem-se outras poesias escritas por si. Pensa no futuro vir a editar um livro de outro estilo? 
O primeiro livro de poesia que publiquei na minha vida não foi “O relógio”, foi “Geo Metria”, no Brasil. “O relógio” é o meu primeiro em Portugal. “Geo Metria”, que será publicado em breve pela editora Livros de Ontem, em Portugal, tem um registo totalmente diferente de “O relógio”. Além disso, já tenho algumas participações em colectâneas de contos. Portanto, sim, quero poder experimentar todos os estilos e registos literários quanto assim o meu ser o entenda.

Em todas as nossas entrevistas pedimos à pessoa entrevistada para deixar uma pergunta para a próxima pessoa a entrevistar. No seu caso, foi o autor William Landay que lhe deixou uma pergunta. A pergunta foi:
At the end of your life, what would you like people to say about your books or your writing? How would you like to be remembered as an artist? 
Gostaria de ser lembrado como um ser livre e feliz. No fundo, é isso que eu sou e que o meu trabalho artístico procura. A busca pela liberdade plena e pela beleza em estado puro.

Agora é a sua vez... Pedimos-lhe para deixar uma pergunta ao próximo entrevistado, mesmo sem saber de quem se trata: “O que é que a sua voz tem a dizer?”

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

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Livro: O Espião Português (Nuno Nepomuceno)


Capa actual

Capa antiga
Ano de edição: 2012
Género: Espionagem, Ação
Autor: Nuno Nepomuceno

Como já tive oportunidade de referir anteriormente junto de alguns amigos, após ler “O Espião Português” o primeiro pensamento que me ocorreu foi de que alguém deveria multar o Nuno Nepomuceno por ter escrito uma história tão viciante e, com isso, ter interferido nas minhas tarefas diárias.
  
O protagonista em “O Espião Português” é o jovem André Marques-Smith. Com um cargo de grande importância no Ministério dos Negócios Estrangeiros, é durante as suas perigosas missões a mando da Cadmo, uma organização semigovernamental internacional, que o jovem português revela quem realmente é: um espião treinado para enfrentar as mais perigosas situações e para cumprir as suas tarefas, por mais difícil que seja o obstáculo e mais improváveis as hipóteses de sucesso.
Contudo, no início desta aventura, André está muito longe de imaginar que as maiores surpresas e desilusões da sua vida estão ao virar da esquina e que tudo aquilo que toma como garantido poderá não passar de uma grande mentira.
  
Nada habituada a ler histórias de espiões, devo ser uma das 10 pessoas no mundo que foge a sete pés de qualquer filme do famoso espião 007, fui completamente apanhada de surpresa por este livro.
A verdade é que esta obra me agarrou desde a primeira página para apenas me soltar finda a última frase.
   
O primeiro culpado para esta minha alienação do mundo durante a leitura de “O Espião Português” é o ritmo em que a história decorre. Tempos mortos, passagens maçadoras e capítulos sem qualquer interesse para o desenvolvimento da trama não têm lugar nas páginas escritas pelo autor. A ação decorre a um ritmo de tal forma alucinante que a expetativa acerca do que vai acontecer a seguir leva o leitor a querer ler sempre “apenas mais uma página”.
  
A escrita de Nuno Nepomuceno também teve a sua quota-parte de responsabilidade no vício em que este livro se tornou para mim: clara, direta, sem floreados desnecessários e com o interessante pormenor de nos transportar para a mente das várias personagens de uma forma tão natural, que a mudança frequente dos pontos de vista em que a história é contada se torna facilmente percetível e contribui para um aprofundar da personalidade de cada personagem do livro.
   
O terceiro e último ponto que alegarei perante todos os que negligenciei durante a minha leitura por estar completamente absorta neste livro são as reviravoltas que a história sofre ao longo de mais de 300 páginas. Sei que não é bonito ler-se de boca aberta mas acreditem que foi mais forte do que eu. Afinal, já não havia coração para tantas surpresas!
  
Em jeito de conclusão: não. Continuo a não gostar de filmes e histórias de espiões. Contudo, abro uma exceção muito especial para a obra de estreia de Nuno Nepomuceno, “O Espião Português", que me mostrou que é possível ficar fascinada com um livro de um escritor português que escreve sobre espiões, associações secretas e cidades europeias maravilhosas que aqui servem de palco para as mais arrojadas missões.
   
Agora aproveitem enquanto voltei à minha vida normal. Pois mal seja editado o próximo livro desta saga voltarei a fechar-me para o mundo.


As administradoras do FLAMES com o autor Nuno Nepomuceno - Janeiro 2014

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

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Livro: O Psicanalista




Titulo: O Psicanalista
Autor: John Katzenbach
Edição: 2007
Editora: Esfera dos Livros
Páginas: 488

"O Psicanalista" foi um livro que me atraiu logo, quer pela concepção da capa, quer pela história que apresentava. Na altura, quando o vi pela primeira vez, ainda era estudante de psicologia, por isso, não é difícil entenderem o porquê do meu interesse.

O enredo está muito bem pensado porque os acontecimentos acabam por "bater todos certo". Quando achamos que tudo já aconteceu e que mais nada pode acontecer, o autor apresenta-nos mais novidades numa verdadeira espiral de acontecimentos. Muitas vezes dei por mim a ler, depois fechava o livro e via que ainda me faltava mais de metade e pensava "como é possível? O que mais poderá acontecer?"

A minha formação não é psicanalítica.. antes pelo contrario! No entanto, foi muito interessante ler sobre esta área, e fiquei a compreender melhor a maneira como estes médicos (estamos a falar no contexto americano) pensam e actuam.

Mas chega de dar a minha opinião, vou-vos aguçar a curiosidade contando-vos do que trata a história. O doutor Fred Starks vai completar 53 anos e, nesse dia, recebe uma carta que lhe irá mudar completamente a sua vida. «Um 53º aniversário muito feliz, senhor doutor. Seja bem-vindo ao primeiro dia da sua morte». De facto, segundo a carta, o doutor Starks tem 2 hipóteses: ou descobre quem é o remetente desta carta (o senhor R.) ou terá de se suicidar... Bom, na verdade existe outra hipótese. Se ele não descobre a identidade do Sr. R e não se suicidar, o próprio irá matar, ao acaso, um membro da sua família. Escapar não é hipótese porque, ao longo do livro, R. vai demonstrando que não está a brincar. Conseguirá o doutor Starks desenvencilhar-se? Como se sentiriam no seu lugar?

É um livro que aconselho a todos os amantes de um bom triller. A história é empolgante, tem alguns momentos iniciais mais "parados", mas vale a pena ir até ao fim.

Nota: o livro tem um grande spoiler sobre o filme 'O Padrinho' e faz referências a muitas outras obras literárias e algumas das quais médicas.

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