Desde tenra idade que o mundo do terror e mistério sempre despertou em mim um especial fascínio. Enquanto na minha adolescência essa paixão foi alimentada com a famosa série “Arrepios”, confesso que na idade adulta tenho tido dificuldades em encontrar obras que me façam sentir aquilo que R.L. Stine provocava em mim quando lia as suas frases arrepiantes.
Por isso mesmo, foi para mim uma excelente surpresa descobrir a obra “Bird Box”.
Sinopse:
“Um thriller psicológico tenso e aterrorizante, que explora a essência do medo. Uma história que vai deixar o leitor completamente sem fôlego mesmo depois de terminar de ler.
Basta olhar para algo desconhecido para desencadear um impulso violento e incontrolável que acabará em suicídio. Ninguém é imune e ninguém sabe o que provoca essa reacção nas pessoas. Cinco anos depois de o surto ter começado, restam poucos sobreviventes, entre eles Malorie e os seus dois filhos pequenos de apenas quatro anos de idade. A jovem mulher sonha em fugir para um local onde os três possam estar em segurança, mas a viagem de olhos vendados que têm pela frente é assustadora: uma decisão errada e todos morrerão.”
Opinião:
Mas que história! Quando a terminei dei por mim a pensar nela várias vezes durante os dias que se seguiram.
Este é daqueles livros em que uma escrita brilhante se funde com uma história intensa para dar origem a uma obra ímpar.
Começando pela história, quero dizer que fiquei impressionada com a imaginação do autor neste seu livro de estreia. A ideia base é incrivelmente simples: alguém ou alguma coisa está a fazer com que todas as pessoas que olharem para ela enlouqueçam atacando quem com elas se cruzar e acabando por cometer suicídio. O grande mistério é o seguinte: mas afinal o que está a causar esta loucura súbita?! A resposta permanece uma incógnita e é incrível ver o impacto que esse acontecimento tem no mundo. A partir daí, acompanhamos a protagonista Malorie e mais alguns sobreviventes à medida que tentam resistir num mundo onde estão presos nas suas próprias casas e só podem sair à rua de olhos vendados.
E se a ideia é extremamente interessante, foi a escrita de Josh Malerman que a tornou absolutamente cativante. Isto porque a forma como o autor descreve aquilo que sente alguém que se encontra vendado num mundo no mais completo caos é absolutamente brilhante. Os pequenos barulhos, a mais leve brisa, um objecto desconhecido no qual se tropeça… é aterrador para o leitor colocar-se na pele das personagens. Como seria sair à rua em busca de alimento sem poder abrir os olhos não sabendo se nos vamos cruzar com outros sobreviventes potencialmente enlouquecidos, com um animal selvagem ou até com as supostas criaturas causadoras de todo este problema? Aqui, o escritor leva a questão mesmo ao extremo e apresenta-nos a seguinte situação: como seria descer um rio num pequeno barco com os olhos vendados durante horas neste mundo selvagem? Aterrador não é?!
Foi muito entusiasmante acompanhar o dia-a-dia dos protagonistas: o seu desespero, a sua tentativa em manter a sanidade, o seu receio do futuro e simultânea esperança de que possa, algures, existir uma solução.
Assim, no meio deste terror, confusão e medo constantes dei por mim a ler este livro com a respiração quase suspensa, percebendo que sempre que ia dormir reparava em todos os sons que de repente se tornavam estranhos. E foi então que pensei: é isto que um verdadeiro livro de terror deve despertar em nós; fazer-nos ter medo, pensar na história mesmo quando não a temos nas mãos e recear poder algum dia passar por uma experiência semelhante!
A ter de apontar algum defeito, apenas me ocorre referir o final que, a meu ver, foi um pouco abrupto. Gostava que o autor tivesse escrito mais umas vinte páginas e explorado melhor a conclusão apresentada. Contudo, não posso dizer que tal facto tenha servido para estragar esta história.
Assim, como se toda esta qualidade não bastasse, eis que quando termino “Bird Box” me apercebo de que as últimas 100 páginas do livro consistiam num conto extra escrito pelo autor. Conto este sobre dois realizadores de filmes de terror que competem entre si numa tentativa de criar o filme de terror perfeito. Esta competição vai aumentando de intensidade até ao ponto em que coisas muito estranhas e perturbadoras começam a acontecer… e damos por nós a mergulhar na mente de duas pessoas obcecadas que não olham a meios para atingir os seus fins. Esta segunda história foi a cereja no topo do bolo de um livro que por si só já era quase perfeito!
Recomendo “Bird Box” a todos aqueles que gostam de histórias e terror que mexem com o leitor!
Começando pela história, quero dizer que fiquei impressionada com a imaginação do autor neste seu livro de estreia. A ideia base é incrivelmente simples: alguém ou alguma coisa está a fazer com que todas as pessoas que olharem para ela enlouqueçam atacando quem com elas se cruzar e acabando por cometer suicídio. O grande mistério é o seguinte: mas afinal o que está a causar esta loucura súbita?! A resposta permanece uma incógnita e é incrível ver o impacto que esse acontecimento tem no mundo. A partir daí, acompanhamos a protagonista Malorie e mais alguns sobreviventes à medida que tentam resistir num mundo onde estão presos nas suas próprias casas e só podem sair à rua de olhos vendados.
E se a ideia é extremamente interessante, foi a escrita de Josh Malerman que a tornou absolutamente cativante. Isto porque a forma como o autor descreve aquilo que sente alguém que se encontra vendado num mundo no mais completo caos é absolutamente brilhante. Os pequenos barulhos, a mais leve brisa, um objecto desconhecido no qual se tropeça… é aterrador para o leitor colocar-se na pele das personagens. Como seria sair à rua em busca de alimento sem poder abrir os olhos não sabendo se nos vamos cruzar com outros sobreviventes potencialmente enlouquecidos, com um animal selvagem ou até com as supostas criaturas causadoras de todo este problema? Aqui, o escritor leva a questão mesmo ao extremo e apresenta-nos a seguinte situação: como seria descer um rio num pequeno barco com os olhos vendados durante horas neste mundo selvagem? Aterrador não é?!
Foi muito entusiasmante acompanhar o dia-a-dia dos protagonistas: o seu desespero, a sua tentativa em manter a sanidade, o seu receio do futuro e simultânea esperança de que possa, algures, existir uma solução.
Assim, no meio deste terror, confusão e medo constantes dei por mim a ler este livro com a respiração quase suspensa, percebendo que sempre que ia dormir reparava em todos os sons que de repente se tornavam estranhos. E foi então que pensei: é isto que um verdadeiro livro de terror deve despertar em nós; fazer-nos ter medo, pensar na história mesmo quando não a temos nas mãos e recear poder algum dia passar por uma experiência semelhante!
A ter de apontar algum defeito, apenas me ocorre referir o final que, a meu ver, foi um pouco abrupto. Gostava que o autor tivesse escrito mais umas vinte páginas e explorado melhor a conclusão apresentada. Contudo, não posso dizer que tal facto tenha servido para estragar esta história.
Assim, como se toda esta qualidade não bastasse, eis que quando termino “Bird Box” me apercebo de que as últimas 100 páginas do livro consistiam num conto extra escrito pelo autor. Conto este sobre dois realizadores de filmes de terror que competem entre si numa tentativa de criar o filme de terror perfeito. Esta competição vai aumentando de intensidade até ao ponto em que coisas muito estranhas e perturbadoras começam a acontecer… e damos por nós a mergulhar na mente de duas pessoas obcecadas que não olham a meios para atingir os seus fins. Esta segunda história foi a cereja no topo do bolo de um livro que por si só já era quase perfeito!
Recomendo “Bird Box” a todos aqueles que gostam de histórias e terror que mexem com o leitor!
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