Moonspell
(respostas por Fernando Ribeiro)
Que artistas mais vos inspiram?
Acho que são muitos para nomear todos mas eu consigo dar só uma mão cheia deles que fizeram mesmo a diferença para nós: BATHORY, CELTIC FROST, TYPE O NEGATIVE, ROOT, FIELDS OF THE NEPHILIM
Há algum local onde gostariam muito de ainda vir a tocar?
Temos algumas lacunas especialmente muita da Ásia e a Austrália mas, na verdade, acho que já tocámos em mais sítios do que alguma vez esperaríamos. Pessoalmente, gostaria de tocar no Irão com a Orquestra Nacional de Teerão, não sei porquê, tem-me passado isso pela cabeça.
Lembram-se de alguma situação caricata que tenha ocorrido num concerto e que gostariam de partilhar?
Tocar é estar sempre num arame, as coisas não são assim tão previsíveis ou nem tudo está sobre controlo. Tivemos cenas altamente caricatas, claro, quedas, desmaios, pregos e das melhores que me lembro ultimamente foi ver o Pedro Paixão fora dos teclados a ver a Alma Mater da plateia em S. Paulo e depois regressar ao palco mesmo a tempo da entrada de teclas. Foi esquisito.
Já está em pré-venda uma edição muito especial e limitada do vosso concerto do Campo Pequeno em Lisboa. Depois de tantos anos enquanto banda, como vivem o lançamento de um novo trabalho?
É um documento importante e todos estes lançamentos tem esse condão de resumir um pouco a nossa história, desta vez ao vivo, e fazer-nos pensar e ver como estamos ao vivo, o que podemos mudar, melhorar, pôr, tirar. Depois existem as recordações do dia de gravação que são imensas. Mas, na verdade, o momento vai ser receber a edição física já que muita gente trabalhou para aquele “objecto” ser fantástico, mas eu fico muito mais excitado com o processo de um novo disco para ser honesto.
Depois de um Verão preenchido em Portugal, vão estar durante cerca de 2 meses em digressão internacional. Encontram diferenças entre atuar aqui e lá fora?
Acho que a recepção aos Moonspell em Portugal está cada vez melhor e felizmente conseguimos sair, com bons resultados, do eixo Lisboa-Porto. Temos tocado noutras cidades e vilas e tenho gostado muito, e no processo muita gente tem também ficado mais interessada no Metal e na nossa banda. As tours lá fora são diferentes, muito diferentes, cada noite é um sítio. A próxima é nos EUA e é sempre uma incógnita, mas é para fazer com dedicação e divertirmo-nos um pouco também, já que não há outra hipótese na América senão rir e tentar a nossas sorte pela décima quinta vez ;)
Ao longo da vossa carreira tiveram a oportunidade de pisar palcos com outras grandes bandas, como os Kiss. Existe alguma banda ou artista com a qual gostariam muito de poder vir a colaborar?
Tantos. Uns serão mais prováveis, outros nem tanto, alguns já contámos com a sua colaboração. Pensámos no Peter Murphy para o Extinct mas o manager nunca nos respondeu, por exemplo. Assim de repente, talvez o Messiah Marcolin num tema.
No livro do Ricardo S. Amorim, José Luís Peixoto conta como os Moonspell tiveram um papel importante na escrita dos seus livros. De que forma a literatura tem impacto no vosso processo de criação musical?
É central à nossa criação todo esse aspecto literário. O José Luis foi o melhor exemplo, mas muita da nossa criação literária, que molda a nossa música, bebe muito de livros, poesia, ficção, não ficção. Continuo a ler muito e a ter sempre ideias por causa disso.
Os Moonspell são uma banda incontornável no panorama nacional independentemente do género que se gostem. Sentem o peso dessa responsabilidade?
Não. Pelo contrário, achamos que não temos o respeito da cena tanto quanto se calhar merecíamos. Não por questões musicais mas por outras, assim parece. O que é facto é que quase ninguém aprendeu nada com a nossa luta e conquistas. Por isso, não somos responsáveis por esta cena, apenas calhou estarmos nela mas nem ela se identifica connosco nem nós com ela, aliás como está no livro.
O livro fez-vos reflectir sobre o passado e, tal como faz parte da banda, planear de alguma forma acções futuras?
Sim. Penso que uma das maiores conquistas do Ricardo for ter a banda a ler e a sentir este livro, talvez como ninguém. Permite-nos ver a nossa própria história em zoom out, ver a grande fotografia e isso será sempre muito importante e estamos gratos por isso. É um manual para estar numa banda.
Muito obrigada ao Fernando Ribeiro por esta extraordinária oportunidade.
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