Maria Isabel Loureiro
Maria Isabel Loureiro nasceu na Figueira da Foz tendo estudado em Coimbra (onde tirou o curso do Magistério Primário) e em Lisboa (curso de Educação Pela Arte) onde atualmente reside. É autora de 104 livros didáticos e 17 infanto-juvenis de entre os quais contam-se: "Coleção Pituxa", "Coleção A Vovó Ensina-te…", "A Viagem da Sementinha", "Coleção Sementinhas", "João e o Pardalito de Bico Amarelo", "Quando eu era menina". Recentemente esteve envolvida no projeto “Colectânea de Contos - A Magia das Chaves”. Vamos então conhecê-la melhor e saber mais sobre esta obra.
Qual é a sua nacionalidade: Portuguesa
O seu Filme favorito: Não tenho
O seu Livro favorito: O pequeno príncipe
O seu Anime favorito: Não tenho
O seu Manga favorito: Não tenho
O seu Espectáculo de Música Favorito: CHITTY, CHITTY, BANG, BANG - musical a que assisti em Londres com os meus netos
A sua Série favorita: Dr. House
Considera que o trabalho desenvolvido pelo Ministério da Educação em Portugal tem colhido os frutos pretendidos no âmbito de um país mais letrado ou ainda há um longo caminho pela frente?
O Ministério da Educação tem, de facto, desenvolvido esforços no sentido de conseguir um país mais culto. Não direi que esses esforços tenham sido infrutíferos, mas há muito, muito a fazer!...
Depois de ter escrito 104 livros didáticos e 17 infanto-juvenis, qual é a principal diferença que vê na Maria Isabel Loureiro de agora e na de outrora?
Desde os meus oito anos que escrevo contos, contos pequeninos, quase sempre com animais. A minha "biblioteca"era constituída por livros da coleção Manecas e pelos meus próprios livros, que escrevia em folhas que arrancava aos meus cadernos dos trabalhos de casa. Escrevia as histórias que imaginava nessas folhas e ilustrava a capa numa folha que tirava aos cadernos de desenho. Cozia a lombada com uma agulha e linha. Isto acontecia porque não dispunha, naquela época, da mesma facilidade de adquirir papel que têm as crianças de hoje. Quero com isto dizer, que não sinto grande diferença entre a Maria Isabel de outrora e a Maria Isabel de hoje, porque desde pequenita que escrevo "livros". Anexei uma foto minha na idade em que escrevia os meus contos: oito anos. Frequentava a Escola de Almedina, em Coimbra.
Recentemente esteve envolvida no projeto “Colectânea de Contos - A Magia das Chaves”. Pode-nos explicar um pouco como surgiu e no que consiste?
Este projeto, A Magia das Chaves, surgiu de uma forma “mágica”!
Tenho, na casa de
férias que está na família há três gerações, em Quiaios, vila próxima da
Figueira da Foz, uma parede onde fui afixando todas as chaves antigas que fui
recolhendo, por oferta de amigos, ou adquiridas em antiquários.
Um dia, ao olhar para
aquela parede, interroguei-me: o que me
motivou para a recolha destas chaves?
A resposta veio de
seguida: foi o facto de cada uma encerrar
uma história.
Que magia teria cada chave para contar?
O que poderia ter-se passado dentro da porta a que cada uma
pertencia?
Comecei, então, a criar
um conto ‑ o primeiro escrito para a magia!
Lembrei-me de que
seria interessante que outras pessoas imaginassem também uma história com uma
chave.
Surgiu, assim, o
convite, através de uma página criada no Facebook, “Desafio ao Conto”.
Convidei a minha amiga
da Figueira da Foz, Alice Mano-Carbonnier, para me ajudar no empreendimento.
Escrevemos e divulgámos um regulamento. Juntámos a nós o amigo José Carlos
Pereira.
Era fundamental que
todos os autores dos contos publicados aceitassem que os seus direitos de autor
revertessem a favor da ACREDITAR –Associação de pais e amigos de crianças com
cancro.
A adesão foi
surpreendente! Mais de 100 pessoas responderam com um ‘gosto’ e partilharam a
ideia. Entre estas, 42 abriram a porta à sua imaginação. Alguns fizeram-no pela
primeira vez; outros eram já escritores experientes e consagrados.
Creio que a vontade de
ajudar crianças, neste caso as da ACREDITAR, reforçou a motivação dos diversos
autores. 32 de Portugal e 10 do Brasil apostaram nesta magia.
No início, pensámos
selecionar os melhores contos. Porém, um problema imperou de imediato: todos
eram excecionais!!! Decidimos, então, oferecer aos leitores a possibilidade de
ler todos. Duas das autoras, a Luz Curvo Semedo e a Cristina Silveira,
revisoras experientes, abraçaram o trabalho de revisão dos textos. Obrigada, amigas!
As chaves, que dormiam
na minha parede há tantos anos, finalmente despertaram. A parede foi
fotografada, graciosamente, e é agora capa desta obra literária.
Outra autora deu-nos a
mão, ajudando a descobrir um espaço condigno para se fazer o lançamento.
Carinhosamente, o Palácio da Independência abriu as suas portas para acolher o
evento.
A dr.ª Teresa Caeiro, captou
a atenção de todos, quer pela sua simpatia, quer pela forma feliz como fez a
apresentação cultural do livro.
Fantásticos artistas,
graciosamente, fizeram a animação musical e cultural do evento: o violinista
Ricardo Ramos, a cantora lírica Cristina Miranda, a fadista Filipa Pais e os atores
Paulo Pereira e Céu Neves .
A magia não parou de
acontecer: duas autoras brasileiras, uma de Diadema, São Paulo, e outra de
Pouso Alegre, Minas Gerais, viajaram até Portugal para o lançamento do livro,
em que cada uma tinha um conto. No Palácio da Independência, o encontro com os
outros autores foi MÁGICO!
Todos receberam um
diploma de participação na Antologia de Contos A MAGIA DAS CHAVES.
Portugal e Brasil
estavam, mais uma vez, unidos por grandes laços de amizade.
As chaves da minha
parede abriram portas para o sucesso luso-brasileiro de A MAGIA DAS CHAVES.
Eis a nota
introdutória do livro A MAGIA DAS CHAVES:
Há projectos que se desenvolvem quase por si só - parece que têm vida própria.
Há sonhos que se concretizam quase sem darmos por
isso – levantam voo mesmo sem asas.
Há pessoas que nunca abandonam os seus projectos
nem descartam os seus sonhos.
Há projectos, sonhos e pessoas que são mágicos. E
este é um deles.
O projecto é da escritora de livros infantis Maria
Isabel Loureiro que sonhou juntar, numa pequena antologia, autores reconhecidos,
com obra publicada, e gente que nunca tinha feito da escrita uma experiência
séria. Surgiu "Desafio ao Conto", a página no Facebook que Maria
Isabel criou para lançar o repto a quem quisesse escrever um conto. O tema era
"A Chave" – uma ideia que a autora há tempos acarinhava dentro de si.
Publicou-se um Regulamento e, num instante, a página ganhou mais de uma centena
de adeptos. Num prazo curto, sem outro incentivo que não fosse dar largas à
imaginação, sem outro estímulo que não fosse traduzir em palavras o que lhes ia
na alma, sem outra recompensa que não fosse participar num desafio literário,
os contos começaram a aparecer dos dois lados do Oceano. A simpatia, a
generosidade e o entusiasmo da Maria Isabel Loureiro contagiaram toda a gente.
E a magia aconteceu.
Assim nasceu "A Magia das Chaves".
Alice Mano-Carbonnier/José Carlos Pereira
"Se construísse um conto ou um livro a partir de um quadro, que obra escolheria?"
Escolheria um quadro do pintor português João Vaz de Carvalho. Cada quadro seu sugere-nos uma história para crianças. Adoro observá-los quando expõe (TREMA-GALERIA DE ARTE), pois sinto-me
inspirada para imaginar vários contos.
Sem saber qual é a próxima pessoa a ser entrevistada, por favor, deixe-nos uma pergunta para lhe fazer: Qual foi o livro que mais prazer lhe deu escrever e porquê?