segunda-feira, 24 de abril de 2017

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Livro: A Rapariga de Antes





Título original: The girl before
Ano de edição: 2017
Género: Thriller, Drama
Autor: J. P. Delaney
Editora: Suma de Letras

* Por Mariana Oliveira *


Hoje em dia é cada vez mais comum colocar um livro na categoria de thriller psicológico. Contudo, nem sempre o mesmo corresponde à realidade e muitas vezes a leitura dessas obras acaba por defraudar as minhas expectativas. Por isso mesmo, foi incrível perceber que “A Rapariga de Antes” encaixa completamente no verdadeiro género do thriller psicológico.


Sinopse:
«Por favor, faça uma lista de todos os bens que considera essenciais na sua vida.» O pedido parece estranho, até intrusivo. É a primeira pergunta de um questionário de candidatura a uma casa perfeita, a casa dos sonhos de qualquer um, acessível a muito poucos. Para as duas mulheres que respondem ao questionário, as consequências são devastadoras.
Emma: A tentar recuperar do final traumático de um relacionamento, procura um novo lugar para viver. Até que conhece a casa que fica no n.º 1 de Folgate Street. É uma obra-prima da arquitectura: desenho minimalista, pedra clara, muita luz e tectos altos. Mas existem regras. O arquitecto que projectou a casa mantém o controlo total sobre os inquilinos: não são permitidos livros, almofadas, fotografias ou objectos pessoais de qualquer tipo. O espaço está destinado a transformar o seu ocupante, e é precisamente o que faz… 
Jane: Depois de uma tragédia pessoal, Jane precisa de um novo começo. Quando encontra o n.º 1 de Folgate Street, é instantaneamente atraída para o espaço. Exactamente o lugar que Jane procurava para começar do zero e ser feliz. Depois de se mudar, Jane sabe da morte inesperada do inquilino anterior, uma mulher semelhante a Jane em idade e aparência. Enquanto tenta descobrir o que realmente aconteceu, Jane repete involuntariamente os mesmos padrões, faz as mesmas escolhas e experimenta o mesmo terror que a rapariga de antes.  O que aconteceu à rapariga de antes?


Opinião:
O autor, J. P. Delaney, recorreu a um dos melhores truques para utilizar neste género literário: capítulos muito curtos, alternando entre os pontos de vista de Emma e Jane, que nos impelem a querer ler sempre apenas mais um capítulo, acabando por devorar o livro em pouco tempo. A ajudar a tudo isto, está a história de suspense brilhantemente criada!

Numa fase inicial cheguei a arrepiar-me ao ver a forma como ambas as mulheres são manipuladas. A autêntica lavagem cerebral a que são sujeitas levou-me a mergulhar de cabeça nesta história e tentar mudar o rumo dos acontecimentos. Contudo, tive de contentar-me em ser uma espectadora silenciosa, desesperada por não conseguir fazer nada para evitar aquilo que se me afigurava como um desfecho terrível.

No entanto, quando estava convencida que já tinha percebido todos os contornos desta trama e conseguia prever o seu final eis que o autor dá uma volta de 180 graus e faz-me sentir como se um balde de água fria me tivesse sido despejado em cima. A forma brilhante como consegue apresentar uma perspectiva completamente nova a esta história e fazer-me ver os seus protagonistas de uma forma inteiramente diferente deixou-me atordoada. De repente, comecei a desconfiar de tudo e todos e a duvidar daquilo que tinha lido anteriormente. Parecia que era eu quem estava a ser sujeita a um teste por parte do autor para averiguar a minha capacidade de manter o sangue frio e lidar com esta súbita reviravolta… que seria a primeira de muitas!
A forma como o livro “A Rapariga de Antes” está escrito é, a meu ver, bastante cinematográfica; há muito tempo que não sentia isto a ler um livro, parecia que estava literalmente a ver um filme. A leitura é tão fluída que parecia que estava simplesmente a olhar para um ecrã e a ver uma história a desenrolar-se à minha frente.

Pela originalidade da trama, pelas reviravoltas surpreendentes e pelo ritmo impresso à história, este livro foi uma verdadeira lufada de ar fresco dentro do seu género e fez-me querer voltar a ler mais obras que se enquadrem nesta categoria. Um livro que recomendo sem hesitações aos fãs deste género literário!


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