Título
original: The girl before
Ano
de edição: 2017
Género:
Thriller, Drama
Autor:
J. P. Delaney
Editora:
Suma de Letras
* Por Mariana Oliveira *
Hoje
em dia é cada vez mais comum colocar um livro na categoria de thriller
psicológico. Contudo, nem sempre o mesmo corresponde à realidade e muitas vezes
a leitura dessas obras acaba por defraudar as minhas expectativas. Por isso
mesmo, foi incrível perceber que “A Rapariga de Antes” encaixa completamente no
verdadeiro género do thriller psicológico.
Sinopse:
«Por
favor, faça uma lista de todos os bens que considera essenciais na sua vida.» O
pedido parece estranho, até intrusivo. É a primeira pergunta de um questionário
de candidatura a uma casa perfeita, a casa dos sonhos de qualquer um, acessível
a muito poucos. Para as duas mulheres que respondem ao questionário, as
consequências são devastadoras.
Emma: A tentar recuperar do final traumático de
um relacionamento, procura um novo lugar para viver. Até que conhece a
casa que fica no n.º 1 de Folgate Street. É uma obra-prima da arquitectura:
desenho minimalista, pedra clara, muita luz e tectos altos. Mas existem regras.
O arquitecto que projectou a casa mantém o controlo total sobre os inquilinos:
não são permitidos livros, almofadas, fotografias ou objectos pessoais de
qualquer tipo. O espaço está destinado a transformar o seu ocupante, e é
precisamente o que faz…
Jane: Depois de uma tragédia pessoal, Jane precisa de
um novo começo. Quando encontra o n.º 1 de Folgate Street, é instantaneamente
atraída para o espaço. Exactamente o lugar que Jane procurava para começar do
zero e ser feliz. Depois de se mudar, Jane sabe da morte inesperada do
inquilino anterior, uma mulher semelhante a Jane em idade e aparência. Enquanto
tenta descobrir o que realmente aconteceu, Jane repete involuntariamente os
mesmos padrões, faz as mesmas escolhas e experimenta o mesmo terror que a
rapariga de antes. O que aconteceu à rapariga de antes?
Opinião:
O
autor, J. P. Delaney, recorreu a um dos melhores truques para utilizar neste
género literário: capítulos muito curtos, alternando entre os pontos de vista
de Emma e Jane, que nos impelem a querer ler sempre apenas mais um capítulo,
acabando por devorar o livro em pouco tempo. A ajudar a tudo isto, está a
história de suspense brilhantemente criada!
Numa
fase inicial cheguei a arrepiar-me ao ver a forma como ambas as mulheres são
manipuladas. A autêntica lavagem cerebral a que são sujeitas levou-me a
mergulhar de cabeça nesta história e tentar mudar o rumo dos acontecimentos.
Contudo, tive de contentar-me em ser uma espectadora silenciosa, desesperada por
não conseguir fazer nada para evitar aquilo que se me afigurava como um
desfecho terrível.
No
entanto, quando estava convencida que já tinha percebido todos os contornos
desta trama e conseguia prever o seu final eis que o autor dá uma volta de 180
graus e faz-me sentir como se um balde de água fria me tivesse sido despejado
em cima. A forma brilhante como consegue apresentar uma perspectiva
completamente nova a esta história e fazer-me ver os seus protagonistas de
uma forma inteiramente diferente deixou-me atordoada. De repente, comecei a desconfiar
de tudo e todos e a duvidar daquilo que tinha lido anteriormente. Parecia que
era eu quem estava a ser sujeita a um teste por parte do autor para averiguar a
minha capacidade de manter o sangue frio e lidar com esta súbita reviravolta…
que seria a primeira de muitas!
A
forma como o livro “A Rapariga de Antes” está escrito é, a meu ver, bastante
cinematográfica; há muito tempo que não sentia isto a ler um livro, parecia que
estava literalmente a ver um filme. A leitura é tão fluída que parecia que estava simplesmente a olhar para um ecrã e a ver uma história a desenrolar-se à minha frente.
Pela
originalidade da trama, pelas reviravoltas surpreendentes e pelo ritmo impresso
à história, este livro foi uma verdadeira lufada de ar fresco dentro do seu
género e fez-me querer voltar a ler mais obras que se enquadrem nesta
categoria. Um livro que recomendo sem hesitações aos fãs deste género literário!
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