Ano
de Edição: 2014
Género:
Drama
Autor:
John Williams
* Por Mariana Oliveira *
Ouvi
falar na obra “Stoner” pela primeira vez no início de 2015 e o facto de ser uma
história com 50 anos mas que apenas recentemente tinha sido redescoberta
alimentou a minha curiosidade.
Sinopse:
“Romance
publicado em 1965, caído no esquecimento. Tal como o seu autor, John Williams -
também ele um obscuro professor americano, de uma obscura universidade.
Passados quase 50 anos, o mesmo amor à literatura que movia a personagem
principal levou a que uma escritora, Anna Gavalda, traduzisse o livro perdido.
Outras edições se seguiram, em vários países da Europa. E em 2013, quando os
leitores da livraria britânica Waterstones foram chamados a eleger o melhor
livro do ano, escolheram uma relíquia.
Julian Barnes, Ian McEwan, Bret Easton Ellis, entre muitos outros escritores,
juntaram-se ao coro e resgataram a obra, repetindo por outras palavras a
síntese do jornalista Bryan Appleyard: "É o melhor romance que ninguém
leu". Porque é que um romance tão emocionalmente exigente renasce das
cinzas e se torna num espontâneo sucesso comercial nas mais diferentes
latitudes? A resposta está no livro. Na era da hiper comunicação, Stoner devolve-nos o sentido de intimidade,
deixa-nos a sós com aquele homem tristonho, de vida apagada. Fechamos a porta,
partilhamos com ele a devoção à literatura, revemo-nos nos seus fracassos;
sabendo que todo o desapontamento e solidão são relativos - se tivermos um
livro a que nos agarrar.”
Opinião:
Antes
de iniciar esta leitura estava plenamente ciente de que a grande maioria dos
seus leitores a tinham adorado. Aparentemente, tratava-se de uma obra de culto e
tive sérias dificuldades em encontrar vozes discordantes.
Por
isso mesmo, dizer que parti para esta leitura com expectativas elevadas seria
um eufemismo. Basicamente, acreditava estar perante aquela que seria a melhor
leitura deste ano para mim. Assim,
foi com tristeza que constatei que esta obra foi apenas mais uma leitura
mediana.
Longe
de ser um mau livro, “Stoner” peca pela banalidade da história. A escrita é
simples e fluída o que convida a uma leitura rápida, contudo o seu conteúdo não
me arrebatou.
O
pano de fundo desta trama é o meio universitário, mais concretamente uma Faculdade de Letras. Este aspecto foi um bónus visto que esse mundo, as
interacções entre os professores e alunos em inícios do século XX, tem
particularidades interessantes.
É
evidente desde muito cedo a própria carreira do autor, John Williams: também
ele foi professor universitário na área das letras. O seu conhecimento sobre o
assunto é de mestre e em algumas passagens somos deleitados com pequenas
apresentações sobre a evolução da literatura e da gramática ao longo dos
séculos (para a grande maioria dos ávidos leitores, estes parágrafos são um verdadeiro
bónus).
Contudo,
a história do nosso protagonista, o professor William Stoner, acabou por ser
demasiado comum para mim. Aparentemente sorumbático, Stoner demonstra ser uma
personagem forte visto conseguir ultrapassar as várias adversidades com que se
cruza ao longo da sua vida: um casamento instável, um amor proibido e uma
rivalidade exagerada no local de trabalho. Acabei por sentir pena dele em
alguns momentos e por me surpreender com a sua resiliência noutros, no entanto
achei que faltou algo para que a vida de Stoner fosse fascinante. Entendo que o
objectivo do autor seria precisamente o de apresentar uma história sobre um
indivíduo real, ao invés de alguém perfeito e com uma veia de herói (como
acontece com muitos livros). Contudo, acho que parti para esta leitura com
demasiadas expectativas e acabei por desiludir-me.
Muito
longe de ser um mau livro, “Stoner” é uma leitura que recomendo a todos os
apaixonados pelos livros em si, no entanto aconselho a que não partam para esta
leitura com ideias pré-concebidas. Tábua rasa é o estado ideal para se ler esta
obra.
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