* Por Mariana Oliveira *
A primeira vez que me cruzei com a Ana
Bacalhau foi em 2011 quando os Deolinda deram um excelente concerto na Queima
das Fitas de Coimbra. Lembro-me de na altura ter pensado como esta banda era
tão portuguesa: a sua sonoridade, as suas letras e roupas... tudo neles respirava
Portugal!
Contudo, com o passar dos anos fui notando
uma pequena alteração na vocalista da banda, a Ana Bacalhau. Para além de se
ter tornado numa mulher mais madura, foi ganhando um grande destaque e cada vez
mais deixou de ser apenas a vocalista de uma banda para se tornar numa artista
em nome próprio. Por isso mesmo, quando soube que a Ana iria editar um álbum a
solo, intitulado precisamente de “Nome Próprio”, não fiquei surpresa porque os
últimos anos já faziam adivinhar que a cantora iria tomar um passo destes mais cedo ou mais tarde.
Neste álbum, para mim, a cantora faz
questão de destacar o quanto mudou com o tempo. Assim, o pontapé de saída é
dado com o tema “Leve como uma pena” no qual Ana Bacalhau mostra como se
sente livre para seguir o seu percurso como artista a solo e para abraçar este
novo desafio na sua vida. Podem criticá-la, dizer o que quiserem mas ela
sente-se leve e capaz de fazer tudo aquilo a que se propõe.
Também com o tema “Vida Nova” a cantora
mostra a sua vontade de seguir um novo rumo da sua vida. Ana mostra que está
farta dos adereços e quer uma vida mais simples, com destaque para aquilo que
realmente é importante.
Foi nesta altura que comecei a pensar que
a mudança na vida da artista era maior do que aquilo que eu tinha previsto
inicialmente. Uma rápida pesquisa pelos meandros da internet rapidamente me
elucidou: a Ana foi mãe pela primeira vez em 2017 e este evento tirou-me
quaisquer dúvidas que ainda pudessem persistir relativamente às mudanças
ocorridas na vida da cantora.
Um tema que me lembrou bastante os Deolinda
foi a canção intitulada “A Bacalhau” que é muito castiça, tal como sempre achei
que a banda é. A letra é sobre o inusitado apelido da cantora que, pelos vistos,
desde a sua infância que é tema de conversa. Confesso que a primeira vez que
soube qual era o seu nome pensei que Bacalhau seria um nome artístico, por isso
achei uma certa graça perceber que não fui a única a pensar isso! A cantora tem
muito orgulho no seu nome e faz questão de o mostrar nesta música que, para
mim, é das melhores do álbum.
O resto do disco é composto por vários
temas que comprovam não só o poder vocal de Ana como também a sua predilecção
por letras inteligentes e trocadilhos engraçados.
Este álbum de estreia a solo de Ana
Bacalhau só confirmou aquilo que eu desconfiava deste aquele grande concerto em
2011: a cantora tem uma voz inconfundível, cheia de carisma e personalidade, e
escolhe as letras das suas canções a dedo fazendo de cada tema uma história marcante.
Se tivesse de definir este álbum em 3
palavras estas seriam:
- Castiço
- Lusitano
- Sincero
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