Título
Original: Fierce Kingdom
Ano
de Edição: 2018
Género:
Thriller
Autora:
Gin Phillips
Editora:
Suma de Letras
*
Por Mariana Oliveira *
O
ano ainda agora começou mas já me arrisco a afirmar que “Reino de Feras” será
com quase toda a certeza uma das leituras mais rápidas que terei em 2018. Para
isso contribuiu em muito a forma como a história é contada pois do início ao
fim decorrem apenas cerca de 4 horas. De
que se trata, então, a história?
Sinopse:
“Joan
e o filho de quatro anos, Lincoln, estão quase a dar por terminado o seu
passeio habitual no jardim zoológico da cidade. Quando se preparam para sair,
Joan começa a ouvir aquilo que julga serem balões a rebentar ou
fogo-de-artifício. É só quando se está a aproximar do portão do jardim que
percebe a horrível verdade: vê primeiro os corpos pelo chão e depois um homem
de costas para ela, de arma na mão. Joan pega no filho ao colo e corre como
nunca correu, esperando que o homem não os tenha visto.
Esta
é a história de uma luta desesperada de uma mãe para salvar o seu filho ao
mesmo tempo que se debruça pelos meandros do forte e íntimo laço entre mãe e
filho e explora os limites do feroz amor de uma mãe.”
Opinião:
Não
é muito difícil imaginar que um dos sentimentos predominantes neste livro é um
dos mais temidos por todos nós: pânico. A situação inesperada em que Joan se
encontra é horrível para qualquer pessoa, mas quando ainda por cima se tem um
filho de 4 anos connosco essa sensação de pânico escala para níveis muito mais
elevados. E creio que a autora conseguiu transmitir-nos isso na perfeição pois
ao apresentar-nos uma obra que começa e termina num espaço temporal tão curto
temos a oportunidade de acompanhar quase minuto a minuto tudo aquilo que vai
acontecendo.
No
início desta leitura erradamente pensei que iria centrar-se unicamente na fuga
desta mãe e do seu filho, contudo Gin Phillips decide mostrar-nos ocasionalmente
o ponto de vista de um dos atiradores e de outras vítimas que, tal como Joan,
se encontram a lutar pela sua vida no jardim zoológico. Essa variação foi
bastante interessante para a obra, contudo senti que “Reino de Feras” teria
sido ainda mais rico se a autora tivesse desenvolvido mais ainda os pensamentos
do atirador. Queria ter tido a oportunidade de explorar essa mente e tentar
perceber todos os motivos que o levaram a cometer um acto tão vil.
Para
além disto, Gin Phillips decidiu explorar o laço que une uma mãe ao seu filho
desde o dia em que ela o tem nos seus braços com referências recorrentes a
acontecimentos passados que demonstram a profunda relação de Joan com Lincoln. Apesar de não ser mãe, foi difícil não me comover com esse amor tão profundo demonstrado continuamente ao longo das páginas deste livro, quer fosse nos momentos de maior intimidade entre mãe e filho quer fosse nas alturas em que Joan reúne toda a sua coragem e força para enfrentar qualquer inimigo que se atravesse no seu caminho!
Agora
poderão estar a pensar: “não seria assim tão difícil esconder-me num enorme
jardim zoológico e esperar até ser salvo pela polícia”. Não digo que não tenham
razão, agora imaginem fazer isso com uma criança de 4 anos que a determinada
altura se vai queixar de que quer fazer xixi, quer comer e nem sempre entenderá
como é importante falar baixo para não chamar a atenção dos atiradores. Se
pensarem nisso conseguirão perceber o difícil equilíbrio que Joan tem de
encontrar entre salvar ambos e manter o seu filho minimamente calmo e
confortável numa situação de vida ou morte.
Como
seria de esperar num livro deste género, a tensão vai crescendo à medida que
avançamos na trama, por isso devorei os últimos capítulos na ânsia de saber
como iria terminar esta luta pela sobrevivência. A ajudar a isso está a escrita
simples da autora que se concentrou mais no conteúdo do que na forma, como de
resto costuma ser apanágio deste género de literatura.
Esta
é uma leitura rápida, ideal para quem quer ler uma história sem momentos mortos
e acompanhar uma série de peripécias repletas de pânico, medo e instinto de
sobrevivência. Porque, afinal, o que é que uma mãe não seria capaz de fazer
para salvar o seu filho?
Também gostei muito, mas gostaria de ter percebido o que aconteceu a algumas personagens.
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