Buraka Som Sistema
Os Buraka Som Sistema (ou apenas Buraka como alguns gostam de chamar) são uma banda portuguesa de electrónico kuduro progressivo. Eles foram, sem dúvida, a banda percursora deste género, o que fez com que sejam conhecidos em todo o mundo. São, de facto, mais um orgulho para qualquer português. Já os vimos ao vivo algumas vezes e podemos assegurar-vos que são contagiantes!
O novo disco "BURAKA" chega já dia 23 Junho. A não esquecer que a banda se juntou a Cristiano Ronaldo num vídeo sobre a nova chuteira desenhada pelo craque português (vejam a spot aqui). Também a cerveja Budweiser requisitou música da banda portuguesa para um spot alusivo ao mundial de futebol (vejam aqui).
"Buraka" continua em pré-venda no iTunes e na Fnac . O disco pode ser ouvido esta semana em exclusivo no MEO Music, aqui .
O FLAMES esteve à conversa com Riot... vamos ver o que eles nos disse...
A todas os músicos, o FLAMES pergunta...
Porque escolheram o nome artístico “Buraka Som Sistema”?
Bem, Buraka Som Sistema… o nome surgiu num dos primeiros DJs Sets que fizemos, foi no Porto, em que o Kalaf estava sempre a gritar para o público nomes de locais na Amadora. Ao fim de algum tempo falou na Buraca e nós achámos piada ao nome e por isso decidimos chamar-nos Buraka Som Sistema.
Quais são os artistas que vos inspiram?
Isso é complicado de dizer, não são artistas: somos 5 pessoas muito diferentes umas das outras, apesar de alguns termos crescido juntos, mas não temos artistas concretos que nos inspirem. Há muito tempo que deixei de ter um ídolo, uma banda preferida. Concentro-me mais na “global dance music” que existe pelo mundo inteiro desde a Venezuela aos E.U.A. Estou atento aos novos artistas que surgem, que fazem música fresca por esse mundo fora.
Qual o local onde mais gostariam de actuar?
Acho que provavelmente na Islândia. Acho que já tive essa conversa com o Fred. Já actuámos no Japão, América do Norte, América do Sul, África e Índia, quase em todo o mundo mas nunca o fizemos na Islândia.
E porquê esse fascínio pela Islândia?
Para além de ser um país com muito pouca gente, são pessoas diferentes, são quase um povo alienígena.
Que cartaz ou mensagem gostariam de ver ser erguida durante um concerto vosso?
(pensa durante uns instantes) Há uma mensagem que já vi mas não num concerto nosso: gostava que alguém dedicasse muito tempo a fazer um cartaz muito bonitinho que dissesse “Toca aquela”. Sou fã do humor nonsense e seria engraçado ver alguém a esforçar-se tanto a fazer um cartaz especial para depois dizer aquilo.
Lembram-se de alguma situação caricata que tenha ocorrido num dos vossos espectáculos?
Sim. Não me lembro especificamente onde, mas sei que foi em Portugal, onde uma vez o Andro, o Conductor, saltou para cima de uma mesa durante um concerto e esta partiu. Só que ele caiu em pé e, por isso mesmo, todos no público pensaram que tinha sido de propósito, mas nós ficámos a rir-nos durante meia hora.
Aos Buraka Som Sistema o FLAMES pergunta...
Porque é que decidiram chamar este vosso mais recente trabalho de “Buraka”?
Muito simples: chegou aquele ponto, ao fim de 8 anos e de mais de 800 concertos, em que achámos que era altura para reflectirmos sobre a vida, naquilo que nos faz fazer música. Percebemos que a prata da casa tem tudo para fazer um álbum perfeito sem precisar de recorrer a muitas colaborações. Neste álbum também temos convidados que foram muito importantes, mas em menor número.
Nestas dez músicas, e tínhamos muitas outras, queríamos que as pessoas pusessem “play” e nos primeiros 10 segundos percebessem que se trata dos Buraka, o nosso som que engloba Tecno, Kuduru e Kizomba.
Sabemos qual é a direcção que a banda pretende tomar e por isso chamámos ao álbum “Buraka”: isto é Buraka Som Sistema puro e duro a 100%!
Quando uma banda coloca o seu nome na capa de um primeiro álbum é com uma intenção. Quando o fazemos mais tarde a intenção é completamente diferente.
Qual é a diferença deste disco relativamente aos vossos álbuns anteriores?
Basicamente foi esta maturidade que foi atingida. Queremos mostrar ao planeta Terra o nosso som e dar também a conhecer aqueles que trabalham connosco, como é o caso da Blaya.
O videoclip do vosso primeiro single, “Stoopid”, é uma verdadeira obra de arte sendo notória a dedicação investida na sua criação. Quão importante é para a banda não apenas a música que produzem mas também os vídeos que as acompanham?
É muito importante. Vivemos numa era em que os espectáculos dos Buraka não só só música mas também vídeo e luzes. A energia que é passada para o público depende de tudo isso.
Por norma gostamos de vídeos mais crus, menos editados. Já tentámos fazer vídeos mais produzidos, como foi o caso do “Aqui para vocês, mas todo o processo foi muito cansativo e não nos divertimos nada. Gostámos mais do resultado de vídeos como o “Hangover”.
Agora com o “Stoopid” foi uma mega produção. Foi um convite do Vhils que chegou a ser DJ dos Buraka no início da nossa carreira.
É muito importante a parte visual do single e a própria versão física do álbum tem um trabalho gráfico feito com imagens do “Stoopid”.
Mesmo nos concertos ao vivo as imagens são muito importantes. Gostamos de passar um mote visual e um mote auditivo.
No álbum “Komba” a imagem foi a da caveira, tínhamos aquele ar do candomblé, agora decidimos apostar nestas imagens.
O que pode esperar um fã dos Buraka Som Sistema quando assiste a uma actuação vossa ao vivo? E como serão os, nas vossas palavras, “renovados concertos dos Buraka”?
Há coisas nos concertos que os fãs não querem que mudem e que nós também queremos manter. É algo que existe sempre nos nossos concertos: energia e alegria. Mesmo a tratar de assuntos bem sombrios, esta é uma constante nos nossos concertos.
O que vai mudar são as músicas novas, a interacção com o público e, claro, coisas que não posso revelar para não estragar a surpresa (risos).
Contudo, seja um concerto em Lisboa, no Porto, na Suécia ou na Austrália damos sempre um espectáculo com a mesma qualidade. Para nós todos os concertos têm a mesma importância independentemente do local.
É claro que há excepções como vai ser o concerto no Optimus Alive. Vai ser a fechar a noite no palco principal e é óbvio que uma pessoa que vá ao Alive tem de ver um concerto um pouco diferente de um concerto numa Queima das Fitas. Vamos ter de fazer no Alive algo ainda mais especial.
Vocês têm viajado por todo o mundo ao longo dos últimos anos e já actuaram para as mais diversas plateias. Sentem que as reacções do vosso público variam conforme o país ou os vossos fãs recebem-vos sempre da mesma forma independente do ponto do globo onde se encontram?
Os fãs são um pouco diferentes. No início, em 2006, quando os Buraka estavam a começar e ainda não eram muito conhecidos os nossos fãs em Portugal eram sobretudo trintões bem formados e que gostavam de sair à noite e de ouvir uma banda que a maioria não conhecia. Contudo, com a explosão do nosso tema “Kalemba (Wegue Wegue)” saímos do “underground” e tornámo-nos “mainstream”. Agora aqui maioritariamente os nossos fãs estão na casa dos 20-25 anos.
Lá fora não havia o estigma do Kuduro e as pessoas ouvem os Buraka como sendo dance music. Hoje em dia, os fãs lá fora são mais velhos que os fãs portugueses.
O vosso som é completamente diferente daquilo que a maioria dos artistas produz no nosso país.
Quando estão lá fora as pessoas percebem o quão diferentes são?
Acho que a maior parte dos fãs dos Buraka sabe que o nosso som não é muito comum. Apesar disso estar a mudar neste momento pois já há produtores em Portugal a começar a fazer música do estilo dos Buraka e eu acho isso maravilhoso! Já há muitos anos que há uma mistura de culturas em Portugal por isso faz todo o sentido que o mesmo
aconteça com a música.
Ultimamente, artistas como o Anselmo Ralph e outros têm chamado mais a atenção para o Kuduro por isso o panorama musical, felizmente, tem vindo a mudar.
Muito obrigada pela disponibilidade e simpatia :)
O som deles é óptimo como música de fundo para o trabalho, arrumações, jardinagem... experimentem. Trabalho feito, garantidamente.
ResponderEliminarBoa dica Helena ;)
EliminarUma banda que mistura Tecno, Kuduru e Kizomba como ninguém. Um estilo que veio para ficar. Parabéns pelo empenho no seu trabalho e desejo que cumpram a sua vontade, actuar para um público alienígena (Islândia). :-D :-D :-D
ResponderEliminarEhehehehe, mais tarde ou mais cedo acabarão por fazê-lo, ou não fossem eles dos artistas portugueses mais internacionais da actualidade!
EliminarOlá
ResponderEliminarLi a entrevista. Gostei. bj
Obrigada Pinoquia!
EliminarNós gostámos muito de fazê-la**