quarta-feira, 25 de julho de 2018

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[OPINIÃO] Livro: Lobos que foram homens



Título: Lobos que Foram Homens - A História dos Moonspell
Autor: Ricardo S. Amorim
ISBN: 9789897731006
Edição ou reimpressão: 03-2018
Editor: Saída de Emergência
Idioma: Português
Encadernação: Capa mole
Páginas: 448

SINOPSE

Com mais de vinte e cinco anos de carreira, os Moonspell são a banda portuguesa mais internacional de sempre, e toda a sua história é agora contada pela primeira vez. Mais do que uma simples biografia de banda, Lobos Que Foram Homens é o dissecar de uma carreira feita de riscos e conquistas, e em que se revelam factos até aqui inteiramente desconhecidos do público. Com depoimentos de todos os seus actuais e antigos elementos, bem como de diversos colaboradores e membros de outras bandas de referência, esta é uma história contada sem filtros, com todos os ossos à mostra. Acedendo ao círculo íntimo dos Moonspell, o autor explora os seus sucessos e tribulações, mas com o foco direccionado para o lado pessoal e humano das suas relações, que nem sempre foram fáceis, tornando Lobos Que Foram Homens num retrato essencial para compreender o fenómeno Moonspell.

OPINIÃO 
Roberta 

Comecei a ouvir Moonspell em 2006. Foi quando entrei para a faculdade que comecei a ouvir Metal. Sempre foi um estilo de música com a qual me identifiquei, mas foi apenas quando entrei na universidade que comecei a pesquisar e a ouvir bandas metal com maior frequência. E foi aí que me cruzei com a banda de Fernando Ribeiro. Até ao momento, apenas tinha ouvido Nocturna (e confesso que foi sempre a minha música preferida, talvez porque "o primeiro amor nunca se esquece").

O papel que os Moonspell tiveram no panorama do metal nos anos 90 é inquestionável. Portanto, ter um livro que reúne histórias da banda e que a faça conhecer melhor pareceu-me ser, logo à partida, uma boa ideia. Por isso foi com satisfação, curiosidade e muita excitação que me pus a devorá-lo.

Começo por me referir a ele em termos de estética. Nos últimos anos várias editoras têm apostado bastante nesta questão mais estética, sendo que a Saída de Emergência se destacou nesse campo. Desde a capa com relevos e harmonia na escolha de cores, até ao índice cuidado e apelativo. Enfim, a edição é um verdadeiro regalo para os olhos, antes mesmo de desfrutarmos da sua escrita.

É pena que, por vezes, as bandas portuguesas pareçam alcançar o seu reconhecimento mais meritório em território estrangeiro do que nacional. Sempre foi esta a ideia que tive dos Moonspell, uma banda de talento, reconhecida mais lá fora do que no seu próprio país. E no seu livro, Ricardo S. Amorim parece dar-me razão ao revelar, logo nas primeiras páginas, que um jornalista britânico  se deslocou propositadamente a Portugal para entrevistar a banda num dos seus concertos mais importantes. 

O livro fala dos integrantes da banda não como seres paranormais (como o título poderia, inicialmente, antever) mas como pessoas iguais a nós, pais, companheiros, netos (não esqueço a história do avó do Ricardo de 87 anos na plateia) que "apenas" têm o dom e a capacidade de proporcionar, a outros milhares de pessoas, horas e momentos inesquecíveis com as suas músicas incríveis. São bandas como esta que nos fazem querer, também nós, apostar mais no estudo da música. Gostei ainda das referências constantes a outras bandas, incluindo Lacuna Coil (que tive a felicidade de já conseguir entrevistar - ver aqui) ou Bizarra Locomotiva (ver entrevista aqui).

Enfim, gostei imenso do livro. O Ricardo fala connosco com um tom intimista.. quase sentimos que estamos com ele numa mesa de café, onde o autor nos vais intercalando vivências pessoais com a história da própria banda, passando por referencias históricas relacionadas com a própria música (aprendi imenso sobre metal, black metal etc.). É um livro para os amantes da banda, mas também para os amantes do mundo metal em geral e, arriscaria dizer, para qualquer amante de uma(s) boa(s) biografia(s).  

Há histórias curiosas e engraçadas. Há relatos das dificuldades da banda com as tournée, especialmente no início da carreira. Coisas que raramente paramos para pensar. Quando falamos de grandes bandas mais facilmente gostamos de relatar (ou imaginar) a "bela" vida que têm, e nunca paramos para reflectir sobre as dificuldades que elas podem ter. Há histórias de bebedeiras, amizades, disputas, acidentes (como um carro a arder na Alemanha - estes rapazes passaram por cada peripécia!). Até há romance! A título pessoal destaco a história/relação entre o Ricardo e a Mariangela. Uma bonita história de amor que junta aqui uma lufada diferente no livro. Fala-se em música, muita música, muitas bandas, e literatura. Fala-se em José Luís Peixoto e em algumas coincidências interessantes  dele com Fernando Ribeiro. O autor, no livro, desvenda como a música (e os Moonspell) acabam por ter um papel importante na escrita das suas obras. E sendo Fernando Ribeiro uma pessoa tão culta fui-me questionando e pensado de que forma é que o contrário também deve acontecer. 

Enfim, aconselho-o a todos os fãs da banda ou, como disse em cima, a quem queira saber mais sobre metal e música em geral. Qualquer fã da banda tem de ter esta obra na sua estante. 

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