Ano de Edição: 2013
Género: Drama
Autora: R.J. Palacio
* Por Mariana Oliveira*
Depois de meio mundo ter lido este livro e de outro meio estar a planear fazê-lo, finalmente decidi-me a ler “Wonder”, um dos maiores best-sellers dos últimos anos.
Sinopse:
“Não vou descrever o meu aspecto. Seja o que for que possam pensar, é pior.
August nasceu com uma deficiência genética que faz com que o seu rosto seja completamente deformado. Quando nasceu os médicos não tinham esperança de que sobrevivesse, mas sobreviveu. Vários anos e muitas cirurgias depois, August vai, aos 10 anos, enfrentar o maior desafio da sua vida - a escola.
Contado a várias vozes, é uma história emotiva das dificuldades que tem de superar uma criança com uma terrível deformação e um relato do milagre que é a vida.”
Opinião:
Sabia, à partida, que esta seria uma leitura comovente. Contudo não foi tanto assim quanto eu estava à espera, pelo menos durante uma boa parte do livro! Contada sob vários pontos de vista, um pormenor que me agradou muito, esta história para mim é mais enternecedora do que propriamente triste.
Não posso dizer que a trama tenha sido muito surpreendente pois a autora seguiu inicialmente, a meu ver, a linha de pensamento mais óbvia para uma história deste género: um menino diferente dos demais que inevitavelmente irá sofrer de bullying na escola mas cuja família tudo faz para o proteger e tentar que tenha uma vida o mais normal possível. Até aqui, nada de novo. Onde a história começou a ficar realmente interessante foi quando August começou a mostrar o seu incrível coração mesmo perante as adversidades. Nesse momento confesso que fiquei surpreendida por alguém que teve uma vida com mais sofrimento do que a maioria das pessoas não tem nem sequer em dez vidas, mesmo com tão tenra idade, conseguir ver o lado bom da vida e perdoar até aqueles que mais o magoaram.
No entanto, a verdadeira magia deste livro está num apêndice final que a minha versão tinha. Refiro-me ao “Capítulo do Julian”. O Julian, para quem nunca leu o livro, é o menino responsável por perpetuar as acções de bullying contra o nosso protagonista. Esse capítulo final de quase 100 páginas mostra-nos a outra face da moeda e procura explicar porque é que o Julian teve um comportamento tão reprovável. Para mim, foi essa a melhor parte do livro e foram essas páginas que verdadeiramente me comoveram. Nelas viajamos até à segunda guerra mundial e voltamos a testemunhar o horror que essas vítimas viveram. Temos, ainda, a oportunidade de ver o Julian a pensar sobre as acções menos correctas que teve e a tentar mudar a sua forma de ver a vida.
Foi um capítulo lindo que nos mostra que é extremamente fácil julgarmos as outras pessoas quando estas têm comportamentos mais reprováveis sem, contudo, percebermos o que é que poderá estar na origem desses mesmos comportamentos.
Concluindo, para mim a grande mensagem de “Wonder” é a de que não devemos ser tão rápidos a julgar as outras pessoas, quer seja pelo seu aspecto, pelo seu comportamento, pela sua forma de pensar ou estar. Todos nós temos um passado que influencia a nossa forma de ver a vida e de lidarmos com os obstáculos com que nos cruzamos. Se respeitarmos a diferença, mesmo não conseguindo compreendê-la por completo, a vida de todos nós tornar-se-á muito mais fácil.
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