Título: Nem Todas as Baleias Voam
Autor: Afonso Cruz
Editor: Companhia das Letras
Edição ou reimpressão: 2016
ISBN: 9789896651275
SINOPSE
Em plena Guerra Fria, a CIA engendrou um plano, baptizado Jazz Ambassadors, para cativar a juventude de Leste para a causa americana. É neste pano de fundo que conhecemos Erik Gould, pianista exímio, apaixonado, capaz de visualizar sons e de pintar retratos nas teclas do piano. A música está-lhe tão entranhada no corpo como o amor pela única mulher da sua vida, que desapareceu de um dia para o outro. Será o filho de ambos, Tristan, cansado de procurar a mãe entre as páginas de um atlas, que encontrará dentro de uma caixa de sapatos um caminho para recuperar a alegria.
Opinião
(Roberta Frontini)
Apesar de Afonso Cruz ser um dos meus escritores favoritos, tenho muita dificuldade em falar nos livros dele! É incrível a forma como ele me toca e me deixa completamente sem palavras. É por isso mesmo, por tudo aquilo que ele me faz sentir enquanto o leio, que sempre que sai uma obra nova dele, eu não consigo ficar indiferente. Tenho logo a ideia fixa que tenho de ter aquela obra, e tenho de a devorar. Não importa o formato, não importa o público alvo. Vou sempre ler Afonso Cruz.
Quando leio outros autores é mais fácil recomendar as obras referindo-me ao que mais gostei, mas com Afonso Cruz eu simplesmente não sou capaz. Portanto, cá estou eu mais uma vez a falar numa obra dele, sabendo que o que quer que eu diga não conseguirei fazer jus à obra!
Neste livro Afonso Cruz escreve alguma das passagens, frases e parágrafos mais bonitos na história da literatura. Há passagens deste livro que vou levar comigo para sempre. Vamos ainda encontrar vários personagens (alguns dos quais já habitam outros livros do autor - e este é um dos aspectos mais interessantes das suas obras). Mas há uma "personagem" que me é muito querida em toda a obra: a música. A música tem aqui um papel fundamental. Uma das coisas que mais gosto no autor é também o facto de ele dar tanta importância à arte. A literatura a música, a poesia, todas elas têm sempre realce. Mas não foi só a música que me despertou interesse. Afonso Cruz, em todas as suas obras, tem sempre algum coisa mais pessoal com a qual acabo por me identificar. Acho que essa é a razão que me faz sempre procurar o que ele escreve, o facto de me conseguir sempre identificar com algo. Aqui, uma das personagens tem sinestesia. Eu descobri há uns anos que também tenho. É uma cosia que tenho desde miúda mas que não sabia que tinha uma nomenclatura até ter visto um vídeo de uma booktuber Holandesa que "sofre" do mesmo. Uso a palavra sofre entre aspas porque, na verdade, e contrariamente ao que podem pensar, isto não é uma doença mas apenas um fenómeno neurológico. Caso tenham ficados curiosos sobre o que é sinestesia, podem saber mais aqui.
Mas não precisam de gostar de música ou ter sinestesia para adorarem este livro. Basta gostarem de uma boa história, extraordinariamente bem escrita... basta gostarem de boa literatura e gostaram de qualquer livro de Afonso Cruz.
Termino mais um post de um dos livros mais maravilhosos que li nos últimos tempos, sem dizer absolutamente nada de jeito (como já era de esperar). Fica então aqui a dica: Leiam!
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