Título
Original: Los Calzoncillos de Carolina Huechuraba y otras Crónicas
Ano
de Edição: 2008
Género:
Crónicas
Autor:
Luis Sepúlveda
Não
posso dizer que a minha primeira experiência com Luis Sepúlveda tenha sido a
mais agradável, mas decidi dar uma nova oportunidade a este autor, tão
conceituado um pouco por todo o mundo, mas desta vez com um livro de crónicas.
Sinopse
“Os
mortos estorvam, as vítimas estorvam, são incomodativas, e os que clamam por
justiça são mais incómodos ainda.
Mas no silêncio que rodeia os perseguidos, há alguém como Luis Sepúlveda que não hesita em colocar a sua pena ao serviço de uma legítima demanda pela igualdade.
Nestes breves e intensos textos, escritos entre a Primavera de 2005 e Dezembro de 2006, quando Pinochet morre, Sepúlveda debruça-se sobre uma longa galeria de horrores (…)
Um livro em que vibra de novo a paixão implacável de um grande escritor, capaz de fazer com que a denúncia e a indignação se transformem em matéria da mais alta qualidade literária.”
Mas no silêncio que rodeia os perseguidos, há alguém como Luis Sepúlveda que não hesita em colocar a sua pena ao serviço de uma legítima demanda pela igualdade.
Nestes breves e intensos textos, escritos entre a Primavera de 2005 e Dezembro de 2006, quando Pinochet morre, Sepúlveda debruça-se sobre uma longa galeria de horrores (…)
Um livro em que vibra de novo a paixão implacável de um grande escritor, capaz de fazer com que a denúncia e a indignação se transformem em matéria da mais alta qualidade literária.”
Este
livro foi uma agradável surpresa. Se com “O Velho que Lia Romances de Amor”
tinha ficado com a ideia de que um dos maiores escritores chilenos da
actualidade se contentava em escrever histórias simples, sem grande
profundidade, eis que “Crónicas do Sul” me apresentou um autor reivindicativo,
sem papas na língua, com uma opinião fortemente formada e com uma personalidade
vincada.
Luis
Sepúlveda não tem medo de meter o dedo na ferida daqueles que, a seu ver, são
os principais culpados por uma ditadura que assolou o Chile durante vários anos
e que contribuiu para uma regressão social e económica do país.
Sepúlveda
não se faz de rogado e, ao longo das várias crónicas que compõem este livro,
aponta a sua arma àqueles que considera serem os maiores parasitas de uma
sociedade que não só contribuiu para a degradação do Chile mas também de outras
sociedades. Ninguém está a salvo, nem mesmo, para minha surpresa, o escritor
vencedor de um Prémio Nobel Mário Vargas Llosa fica livre das acusações deste
revoltado autor.
Para
mim, esta leitura foi, fundamentalmente, uma aprendizagem. Já tinha ouvido
falar em Pinochet e nos estragos que este causou no país chileno, mas foi com “Crónicas
do Sul” que fiquei a conhecer pormenores absolutamente grotescos e, no mínimo,
revoltantes relacionados com uma ditadura incrivelmente recente. Se concordo
com todas as acusações apresentadas por Luis Sepúlveda e se partilho por completo
do seu ponto de vista? Se dissesse que sim estaria a mentir, bem como se a
minha resposta fosse não. Confusos? A minha posição é muito simples: se, por um
lado, concordo com muitas das coisas escritas pelo autor, não é menos verdade
que alguns dos assuntos abordados na obra eram, até então, desconhecidos por mim
pelo que não possuo (ainda!) informação suficiente para me pronunciar a seu
respeito.
Contudo,
quer se concorde ou não com o ponto de vista apresentado, esta é uma obra
intensa, polémica e surpreendentemente actual que aconselho qualquer um que
goste de estar a par do que se passa no nosso mundo a ler.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarNunca li nada de Hernan Rivera Letelier, nem nunca tinha ouvido falar dele.
EliminarAcredito que as coisas ainda continuem muito semelhantes àquilo que eram na era de Pinochet porque as grandes mudanças demoram muito tempo a ser implementadas. O mesmo se passa com Portugal: acontece tudo a passo de caracol e para que uma verdadeira mudança possa ocorrer por vezes é preciso que passe mais do que uma geração.
Este comentário foi removido pelo autor.
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