Norton
Foto: Rodolfo, Leonel, Roberta e Manuel.
Os Norton já tinham sido entrevistados por nós [vejam
aqui], mas quando surgiu a oportunidade de os entrevistarmos novamente, desta vez a propósito do Fusing 2014, não podíamos deixá-la escapar!
Esta não é, claramente, a vossa primeira vez num festival... longe disso!
Rodolfo - Felizmente!
Ainda sentem aquele nervoso miudinho antes de entrar em palco ou já não?
Rodolfo - Sim, acho que sim! Acho que no dia em que não tivermos isso, deixa um bocado de fazer sentido tocar!
Manuel - Seja num festival, seja num concerto...
Rodolfo - Tem de haver sempre um bocado disso, senão.. eu falo por mim, o dia que deixar de ter o nervoso de entrar para o palco, acho que as coisas deixam um bocado de fazer sentido.
Manuel - E apesar do nervoso, é uma coisa que nos deixa sempre muitas saudades. Quando ficamos algum tempo sem tocar ou assim, fica sempre aquela coisa... Acho que esse nervoso que falas é característico de entrar em palco...
Mas será que mudou alguma coisa desde as primeiras vezes?
Rodolfo - Claro!
Manuel - Sim, sim...
Leonel - Agora é diferente...! É um nervoso diferente!
Têm algum ritual antes de entrar em palco?
Leonel - Temos...
Rodolfo - Temos o nosso cumprimento de família...
Manuel - Exactamente!
Leonel - Temos aqueles minutinhos, antes de entrar logo..
Rodolfo - Aquecer, relaxar...!
Leonel - Tentamos estar só os 4 juntos, a relaxar.. e depois temos o nosso cumprimento antes de entrar em palco.
Rodolfo - Tem piada, porque no outro dia estava a pensar nisto, e apercebi-me que o nosso cumprimento, de disco para disco, muda.
Manuel - Vai mudando... (Risos)...
Mas não é pensado? Vai acontecendo?
Leonel - Nunca foi, mas aconteceu! Foi evoluindo... Mas pronto, fizemos isso no primeiro concerto e ficou... Sem ele, NINGUÉM PODE ENTRAR EM PALCO!
(Risos)
Vão aproveitar para ver o festival e outras bandas?
Manuel - Sim, sim, obviamente que sim...
O que é que gostariam de ver?
Rodolfo - O que eu mais gostava de ver não toca hoje... que era o B Fachada...E o
Tigerman, também gostava. Hoje talvez quem eu queira mais ver sejam os
Capitão Fausto... E gostava de ver os Nice Weather for Ducks, mas vão tocar ao mesmo tempo que nós! Ele
(aponta para o Manuel) nem sabe quem é que vem cá tocar.
(Risos)
Manuel - Não, muito sinceramente, ultimamente nos últimos concertos tem sido chegar, tocar, e ir embora. Sair outra vez e ir para outro concerto, Então, nunca temos assim muita oportunidade para explorar os festivais.. por isso, hoje vou para onde a música me levar! Depois de tocarmos vamos vendo.. espreitando aqui, espreitando ali... e vamos tentar desfrutar do festival.
Como vai ser o concerto hoje?
Manuel - Vai ser um concerto energético... Vamos meter aí as pessoas a mexer depois da praia, e abrir este palco principal.. Acho que vai ser bom...
Rodolfo - Vai ser um concerto um bocado mais pequeno do que aquele que costumamos dar... Normalmente, quando temos menos tempos para tocar, temos sempre por hábito tirar as músicas mais calminhas.
Leonel - É sempre a direito!
Rodolfo - É mais activo para meter as pessoas mais a mexer...
Isso prende-se um pouco com a pergunta que vos ia fazer a seguir, se há muitas diferenças entre os Norton num festival e os Norton num concerto mais intimista...
Leonel - Sim, num auditório vai ser sempre diferente! Vai ser sempre um concerto mais intimista, com uma ligação mais profunda com o público.
Rodolfo - É um bocado diferente, porque tu, num festival, acabas sempre por ter de conquistar as pessoas, e numa sala, não falando de auditórios, mas por exemplo num Music Box ou num clube, supostamente as pessoas que estão ali vieram para te ver. Obviamente que tens de os agradar também.. mas é diferente, nos festivais as pessoas estão sempre um bocado mais à descoberta... Podem até conhecer uma ou duas músicas da banda e vão descobrindo...
Manuel - E assim podes arriscar mais... ou explorar outros temas que aqui podem não funcionar tão bem.. num espaço aberto com um slot mais curto para tocar...
Vocês acham que, de festival para festival, ganham novos fãs ou não?
Rodolfo - Sim, sim...
Manuel - Eu acho que é mais de concerto a concerto.. temos vindo a sentir isso... e é óptimo as pessoas, nos finais dos concertos, virem falar connosco. E muitas das pessoas já conhecem e já foram propositadamente para ver, costuma acontecer isso.
Rodolfo - E agora também temos o barómetro do Facebook [vejam a página deles
aqui]... e por lá consegues claramente perceber que depois de cada concerto há um aumento do número de Likes e de pessoas novas a seguir a página... Nestes últimos concertos, este verão, temos recebido quase sempre mensagens de pessoas... Da outra vez, em Santa Cruz, o concerto correu muito bem e estava cheio, mas houve uma pessoa que nos mandou uma mensagem pelo Facebook a dizer que tinha adorado o concerto, que não nos conhecia, e a pedir desculpa pelo público, porque achou que o público não correspondeu como devia ter correspondido. Epá, se as pessoas não conhecem, nós não podemos pedir que estejam ali todas a cantar. Claro que para nós foi óptimo e a reacção foi óptima a seguir ao concerto e tudo mais, e é óptimo perceber que há pessoas que ficam chateadas porque as pessoas não reagiram como a senhora achava que deviam ter reagido ao concerto.
Isso é engraçado. Vocês são, então, sensíveis ao que se passa nas redes sociais... ao feedback que vos é lá deixado.. Tentam usar as redes sociais a favor da banda?
Rodolfo - Sim, claro que sim...
Leonel - Hoje em dia, são ferramentas essenciais que qualquer pessoa que se queira dar a conhecer ou que queira mostrar aquilo que faz, por exemplo, no nosso caso, enquanto banda, tem de usar as redes sociais, e saber geri-las muito bem.. proporciona um contacto directo com os fãs e com as pessoas que gostam e isso é importante...
Rodolfo - Fazemos sempre questão de responder pessoalmente, não temos ninguém que nos trate disso... também porque se calhar não temos um fluxo assim tão grande.
Leonel - Sim, se calhar seria um bocado mais complicado...
Rodolfo - Mas, fazemos questão de estar próximos das reacções das pessoas.