Título
Original: Bis Zur Letzten Stunde
Ano
de Edição: 2005
Género:
Biográfico. Histórico
Autor:
Traudl Junge
Editora:
Dinalivro
São obras como “Até ao Fim” que me
relembram a origem desta minha paixão pela leitura. Há livros que nos entretêm
e… depois há livros como este.
Sinopse
“Em
1942, quando tinha 22 anos, Traudl Junge tornou-se secretária pessoal de
Hitler. Os primeiros anos ao lado do ditador foram, segundo Traudl Junge, «anos
de inocência», o que não faz deste relato verídico uma «justificação tardia». Na
época era demasiado inexperiente para perceber que por detrás da fachada
íntegra do seu chefe se escondia um homem com uma sede de poder criminosa. Mas
apesar disso, a jovem secretária de Hitler nunca se libertou do sentimento de
culpa por ter servido o responsável pela morte de milhões de pessoas que era,
simultaneamente, um «homem simpático» e afectuoso. Por ter sido uma das últimas
pessoas a ver Hitler vivo, Traudl Junge foi durante a vida inteira solicitada
inúmeras vezes por jornalistas, escritores e historiadores para contar as suas
memórias. Foi, assim, que acabou por nascer “Até ao Fim”, quando um conjunto de
textos dispersos se transformou num testemunho pessoal de inestimável valor
histórico. Trata-se não só de um ajuste de contas com uma experiência pessoal,
a de Traudl, mas também um ajuste de contas com a humanidade.”
Sei que
não fará muito sentido para a maioria, mas a verdade é que enquanto lia este
livro não pude deixar de me sentir uma privilegiada por ter acesso a
informações a que mais ninguém conseguiu “deitar mão”. Independentemente de
este ser um livro disponível para qualquer leitor em todo o mundo, senti-me
como uma espiã que, sorrateiramente, escutava todas as conversas de Hitler e
dos seus homens, os acompanhava nas suas viagens e explorava os seus míticos bunkers. A escrita de Traudl é tão pormenorizada
que consegui “ver” tudo a acontecer à minha volta à medida que tinha acesso ao
último ponto de vista que me faltava para completar este meu puzzle sobre a Segunda Guerra Mundial: a
perspectiva do principal responsável e daqueles que cegamente aceitaram segui-lo.
Seria
fácil cair na tentação de julgar Traudl Junge por ter decidido servir o ditador
dos ditadores, mas uma leitura atenta permite-nos perceber que, muitos de nós,
sob as mesmas circunstâncias poderíamos ter cometido o mesmo erro. Esta ideia
está bem explícita na forma como o livro está dividido: uma primeira parte foi
escrita pela jovem Traudl pouco depois de a Guerra ter terminado e denuncia a
sua inocência patente na forma como descreve Hitler e o seu grupo como pessoas
afáveis, amigáveis e preocupadas em defender a Alemanha e restante Europa de um
mal maior; na segunda parte, escrita por Traudl décadas depois, a angustia
desta mulher e o seu arrependimento atingem níveis tais que, enquanto leitora,
não pude deixar de me emocionar ao imaginar o quão difícil deve ter sido para
esta alemã viver até ao fim dos seus dias com este sentimento que nos destrói
um bocadinho mais todos os dias – a culpa.
Esta é uma obra que qualquer apaixonado por História quererá ler. Os detalhes, curiosidades e informações inéditas são tantos que seria um erro não se ficar a conhecer este lado da batalha. Já todos sabemos como terminou esta Guerra, mas muito poucos sabem os pormenores dos bastidores de quem a causou.
Esta é uma obra que qualquer apaixonado por História quererá ler. Os detalhes, curiosidades e informações inéditas são tantos que seria um erro não se ficar a conhecer este lado da batalha. Já todos sabemos como terminou esta Guerra, mas muito poucos sabem os pormenores dos bastidores de quem a causou.
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