Ano:
2014
Género:
Histórico
Autor:
Paulo Drumond Braga
Editora:
Esfera dos Livros
Apaixonados
por História? Peço uns minutinhos da vossa atenção para apresentar-vos uma obra
muito recentemente editada em Portugal e que acredito que vos deslumbrará.
Falo, claro está, do livro “À Cabeceira do Rei”.
Sinopse:
“D. Afonso
Henriques, o Conquistador,
viveu até ao limite das suas forças, falecendo com cerca de 76 anos. D.
Fernando I, D. João II e D. João VI poderão ter sido envenenados. D. Afonso VI
foi vítima na infância de uma «febre maligna» que o deixou marcado para a vida
(…) D. Maria I ficou para a história como a Rainha Louca. Aos 57 anos
revelaram-se os primeiros sinais de um transtorno mental que se foi agravando e
a rainha acabou por falecer num avançado estado de demência. D. Maria II
sucumbiu depois de o seu corpo exausto ter dado à luz 11 filhos no espaço de 16
anos. D. Manuel II, o último rei de Portugal, morreu asfixiado por um edema da
glote, «no meio da mais patética aflição» (….) Percorrendo as vidas de todos os
monarcas portugueses, o historiador Paulo Drumond Braga apresenta-nos uma
perspetiva inovadora da nossa História. Porque a doença e a morte podem revelar
muito sobre a forma como se viveu, esta obra original, baseada numa
investigação inédita, dá-nos a conhecer as doenças de que sofreram os reis de
Portugal e as possíveis causas de morte, assim como a evolução da medicina ao
longo dos tempos.”
Gostei imenso
desta obra por vários motivos.
Em primeiro lugar,
gostei do facto de o autor (historiador, claro está!) no início de cada
capítulo fazer sempre uma introdução histórica para nos relembrar dos pontos de
destaque de cada soberano. É que parecendo que não, os anos foram passando e as
aulas de História dos tempos da escola já vão bem lá longe, por isso qualquer
ajudinha para relembrar os vários reinados do nosso país é muito bem-vinda.
Outro aspecto de
que gostei muito foi da profunda pesquisa feita pelo autor. É evidente para o
leitor que Paulo
Drumond Braga não fala de cor, não só pelos detalhes e citações que utiliza,
mas também pela extensíssima bibliografia a que recorreu para escrever este
livro.
Agora relativamente ao tema principal da
obra destaco quatro aspectos que me consquitaram:
- Adorei ver como é que a medicina
evoluiu ao longo dos séculos. Não pude deixar de me sentir incrédula ao ler sobre
os tratamentos a que eram sujeitos os nossos reis e sobre as crenças que na
altura reinavam entre os médicos e cirurgiões (distinção esta muito bem
explicada no livro).
- Gostei também de aprender sobre as
doenças de que padeceram os governantes do nosso país e quais as suas causas de
morte. Nunca tinha pensado seriamente sobre esse assunto e gostei de, pela
primeira vez, parar para pensar como é que a sua vida privada foi, como eram
eles quando não estavam sob os olhares do povo.
- Enquanto no caso de alguns reis as
suas causas de morte são óbvias, noutros as teorias da conspiração são
inevitáveis e dei por mim a conjecturar, com base nas informações do autor, nas
possíveis causas de morte de alguns reis e até que ponto estas foram ou não
provocadas por traidores.
- O uso recorrente do autor a citações
deixou-me completamente deleitada! Não só pelo seu teor interessantíssimo mas
também por poder assistir à própria evolução da língua portuguesa ao longo do
tempo. Já para não dizer que me senti muito mais perto das personagens ao poder
ler as suas próprias palavras nas cartas que escreveram aos seus familiares e
amigos mais íntimos.
Concluindo, este foi um livro que,
enquanto apaixonada por História, me “encheu completamente as medidas”.
Recomendo-o a todos os amantes deste género literário e a todos os curiosos que
queiram aprender um bocadinho mais sobre o nosso passado!
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