segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

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Livro: Contagem Decrescente




Ficha Técnica

Autor: Bruno Franco
Edição/reimpressão: 2014
Páginas: 532
Editor: Chiado Editora
ISBN: 9789895121090



Sinopse

31 de Dezembro. Passagem de ano.
Rodrigo Tavares, um proeminente detective da Polícia Judiciária, encontra-se em Almada para assistir ao espectáculo pirotécnico quando recebe um telefonema que muda a sua vida por completo, levando-o a perceber que tinha chegado o momento que tanto temera: a concretização de uma ameaça homicida proferida pelo assassino que mais lhe custara capturar no passado. Rodrigo tem até dia 15 de Janeiro para deter o assassino, ou as consequências serão devastadoras. E não apenas para si.
Quando o detective observa a forma excruciante e desumana como a primeira vítima fora assassinada, percebe a importância e a seriedade do que está a acontecer, e é então que começa a corrida contra o tempo.
O que começa por ser uma caça ao homem transforma-se rapidamente em algo muito maior e aterrorizador. Ao mergulhar num mundo de trevas e muitas dúvidas, medo e desespero, Rodrigo receia o futuro como nunca antes o fizera.


Opinião


Começo por dizer que eu não conhecia o autor nem o seu livro anterior, e só me apercebi que este seria um 2º livro quando o comecei a ler. No entanto Bruno Franco conseguiu perfeitamente transmitir-nos a história da melhor forma, sem haver necessariamente a obrigatoriedade de lermos o primeiro (claro que uma pessoa depois acaba por ficar curiosa). Apesar de o livro numa fase inicial me ter aguçado a vontade de ler o primeiro, a longo prazo, como tinha muita informação e spoilers, a vontade esbateu um pouco. Portanto esta questão penso que seja uma faca de dois gumes. Por um lado, o autor ao revelar tanta coisa sobre o primeiro livro, não nos deixou desamparados. Senti-me à vontade com toda a narrativa, e nunca me senti perdida, mas por outro lado, quem não leu o primeiro talvez vá perder um pouco a vontade de o fazer, dado que já fica a conhecer demasiado sobre o que se passou. Pessoalmente eu gostei desta opção tomada pelo autor, que não é uma opção fácil de tomar mas que penso que seja bastante importante. 

Quando o autor me contactou para ler a sua obra eu tinha a vaga sensação de já ter visto a capa a deambular pelas redes sociais (convenhamos, é uma capa bastante chamativa e bem conseguida), e quando soube que se tratava de um policial pensei logo que o quereria ler. Os policiais são, a par com o romance histórico, o meu género favorito. Assim mergulhei numa "aventura" com Rodrigo Tavares e os seus companheiros e familiares. 

O que mais gostei no livro foi a capacidade que Bruno teve de nos apresentar factos históricos de forma não maçadora e integrativa. Esta não é uma tarefa fácil e ultimamente cheguei a ler livros de bons escritores que falhavam redondamente ao nos "impor" informação de forma muito pouco natural. Aqui isto não aconteceu. Nota-se não só um grande cuidado na forma de trasmitir a infomação como se nota também o rigor e o trabalho de pesquisa intenso que foi perpetuado pelo mesmo. Este é um dos aspectos que me deu a certeza de que Bruno é um autor com imenso potencial. Tenho a certeza que vai continuar a crescer enquanto autor. Tratando-se do seu segundo livro, penso que ele esteve muito bem. 

Mas o autor esteve bastante bem em vários outros pontos: desde as descrições de alguns monumentos e zonas portuguesas, à utilização de múltiplos pontos de vista, à descrição das mortes violentas, e à utilização de alguma técnica que nos fazia querer sempre ler "só mais um capítulo". Bruno Franco consegue com esta obra enaltecer também alguns dos nomes mais importantes da história de Portugal, como Fernando Pessoa, Camões ou mesmo D. Sebatião. É um livro carregado de informação, mas também de simbolismo. 

A personagem principal também não é aquela personagem típica. Adoro "bons" heróis imperfeitos, e diferentes. Rodrigo Tavares para mim é um homem carregado de ressentimento, mágoa e dificuldades emocionais que interferem com o seu dia a dia e com as relações que vai estabelecendo. Mesmo fisicamente o autor foi capaz de se distanciar dos estereótipos e do típico homem caucasiano louro alto e, de "preferência", de olhos azuis, para nos apresentar um herói de raça negra, muito menos típica no mundo literário. Parabéns também ao autor por esse passo arrojado. 

Apesar do número de páginas nos poder "assustar", a verdade é que esta foi uma leitura bastante rápida e fluída (eu própria fiquei espantada com a rapidez com que devorei esta obra), e o final deixou-me a ferver por querer saber mais. Quero saber o que se vai passar a seguir, quero continuar a acompanhar o detective Rodrigo Tavares e tentar saber se algumas das minhas suspeitas se concretizarão. 


Roberta Frontini

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