sábado, 19 de julho de 2014

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58ª Entrevista: Ana Luiz (escritora portuguesa)


Ana Luiz


Ana Luiz nasceu no Alentejo em 1974. Filha de emigrantes, passou grande parte da sua infância em Londres. Como verão, a Ana sempre foi inquieta e curiosa, pelo que nunca foi capaz de se fixar apenas numa área de interesse. De facto, ingressou na Força Aérea Portuguesa como voluntária, naquela que foi em Portugal, a primeira corporação com militares de ambos os sexos, e entrou na banca onde permanece até ao presente desempenhando funções na área da informática. Completou o curso de Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações, no ISPA (Instituto Superior de Psicologia Aplicada), e um mestrado em Informática Aplicada à Sociedade da Informação e do Conhecimento, no ISCTE-IUL (Instituto Universitário de Lisboa). A leitura e a escrita desde sempre ocuparam um lugar na sua vida, e para além de tudo o que escreve para coletâneas e concursos, é fundadora e administradora do blogue Linked Books e escreveu o livro “O Quebra Montras”.

Filme favorito: Adoro cinema, e apesar de não desgostar dos filmes de super heróis, prefiro o cinema europeu. A Melhor Juventude é o filme que me ocorre agora para responder à pergunta.
Livro favorito: São tantos, tantos. De qualquer das formas ficam aqui três livros “referência”, de três fases distintas da minha vida:
Robinson Crusoe – Daniel Defoe (livro favorito da infância)
The Rumble Fish – S.E. Hinton (livro favorito da adolescência)
Caim – José Saramgo (livro favorito da idade adulta)
Anime favorito: não tenho
Manga favorito: não tenho
Evento/entretenimento/espectáculo favorito: tudo o que envolva música ao vivo, mas em especial concertos de música clássica.
Série favorita: A Teoria do Big Bang

O teu blogue Linked Books é super original. Como surgiu a ideia de o criar?
Enquanto ideia para um blogue até pode ser original, mas a ideia não é nova. Acontecia-me muito ao ler um livro, ler títulos de outros livros, autores, nomes de pessoas, filmes, canções e muitas outras referências a coisas que desconhecia. Costumava ficar curiosa durante a leitura, mas raras vezes após acabado o livro em mãos, me lembrava de ir procurar essas referências, acabando por ficar esquecidas. Acho que esta experiência será comum a muitos leitores. O blogue acaba por ser um compromisso para que essas referencias não fiquem esquecidas. Também em relação à ideia, aconteceu-me algo muito curioso. Já tinha o blogue e estava a ler um “Linked Book”, quando um dos personagens do livro começou também ele a ler e a fazer uma lista dos livros que vinham mencionados no livro, para ler a seguir, e assim sucessivamente... E isto é a espinha dorsal do blogue.

Para a escrita do teu livro “O Quebra-Montras” (vejam a nossa opinião aqui) de certo que foi importante a tua formação na área da Psicologia. Foi fácil entrares na cabeça da personagem principal?
O que tenho reflectido sobre “O Quebra-Montras”, pelas reações dos leitores, é que toda a gente se identifica com alguém do livro, ou conhece alguém muito parecido. Não me baseei contudo em nenhum caso real, ou em pessoas que eu conheça. No entanto, reconheço a familiaridade dos personagens do livro, que são pessoas comuns como nós, exceptuando talvez o Pedro cuja personalidade teve que ser um pouco extremada. Mas até o Pedro tem coisas familiares. Acho que acaba por ser por isso que tenha tornado mais fácil “entrar na cabeça” de Pedro, e não a minha formação em Psicologia. Se a utilizei, não foi intencionalmente.


Porque escolheste o nome de Ana Luiz como nome de escritora?
Por nenhum motivo especial. Já fui Ana Luiz em várias alturas de minha vida, como na “tropa” por exemplo, e torna-se mais curto e simples. Acho que “soa bem”, pelo que não vi necessidade de alterar o nome.

A nosso ver, tens a capacidade de adaptares “facilmente” a tua escrita. Passamos a explicar… enquanto há autores que escrevem normalmente e quase sempre sobre as mesmas temáticas, tu costumas fazer o inverso, por exemplo, quando vês um concurso para um conto sobre determinado tema e decides escrever para ele. Como consegues adaptar tão bem a tua escrita?
Não sei bem se é isso que acontece, pelo menos quando dizes “adaptar tão bem…”, mas é simpático dizeres isso, e de facto eu escrevo sobre temáticas muito diferentes. Julgo que isso será uma consequência de dois factores. Primeiro será um reflexo da forma como sou também na vida com tudo o resto. Interesso-me por coisas do mais variado que se possa imaginar, e ando sempre a saltitar entre interesses e actividades. Em segundo lugar, porque adoro auto desafiar-me, e as temáticas dos concursos, com os seus géneros diferentes, temas, limitações de páginas e assim, são um desafio fantástico e sinto que me fazem crescer enquanto autora.

Sobre que temática ainda não escreveste e gostarias de o fazer?
Há tanto ainda por escrever, e sinto que escrevi tão pouco ainda. Mas talvez sobre a minha experiência na Força Aérea. Para além de ter sido um marco histórico, pois foi a primeira vez que uma incorporação integrou militares de ambos os sexos, foi algo muito importante na minha vida e que a marcou profundamente.

E sobre o que é que te deu mais prazer escrever até agora?
Tenho um carinho muito especial pelo meu primeiro conto publicado “O Beijo Imaginado”, mas o conto de que mais me orgulho está para sair na colectânea “Ficções e Pessoa” da editora A Sangue Frio Editores. Foi um enorme desafio escrever um conto no qual Fernando Pessoa é o personagem principal, mas o resultado, apesar de muito diferente daquilo que costumo escrever, deixou-me muito satisfeita.

Onde poderemos encontrar os teus escritos para além do livro “O Quebra-Montras”?
Tenho publicado em algumas colectâneas e antologias, algumas pagas e outras gratuitas.
No meu site está lá tudo:
Estão vários trabalhos agora para sair também, pelo que se quiserem manter-se informados, eu costumo ir actualizando a minha página FB, com o que vai acontecendo:


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