quinta-feira, 24 de julho de 2014

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Livro: A Troca






Título Original: The Change
Ano de Edição: 1998

Género: Comédia
Nº Páginas: 208
Autor: David Lodge
Editora: Edições ASA

Já há alguns anos que vinha ouvindo falar de David Lodge e do seu peculiar sentido de humor. Por isso mesmo, mal tive a oportunidade de adquirir na Feira do Livro de Lisboa “A Troca” não pensei duas vezes e aventurei-me por uma aventura que, à partida, prometia ser hilariante.


Sinopse
“A Universidade do Estado de Euforia, nos Estados Unidos, uma selva de vidro e betão, e a Universidade de Remexe, na Grã-Bretanha, velha e de tijolo, têm um programa de intercâmbio anual dos seus docentes. Normalmente, as trocas ocorrem sem qualquer história digna de registo.
Mas quando o Professor Philip Swallow troca de lugar com o Professor Morris Zapp, os dois académicos vêem-se apanhados num verdadeiro turbilhão, a que ninguém fica imune: estudantes, colegas, mesmo as próprias mulheres, todos são trocados à medida que a tensão cresce.”


Não foram necessárias muitas páginas para eu comprovar, à custa de umas boas gargalhadas, que, de facto, David Lodge detém um humor exímio e não faz questão de o poupar na sua obra. Quando menos esperava, eis que surgia uma afirmação genuinamente hilariante e toda a história ganhava um novo fôlego. Contudo, aquilo de que mais gostei em “A Troca” não foi o sentido de humor mas sim a forma absolutamente original como o autor decidiu apresentar a história. Ao longo de 5 capítulos, David Lodge ora nos descreve a história de uma forma mais tradicional, ora aborda a trama através de um capítulo repleto de notícias de jornais ou ainda apresenta a história como se de um guião de uma produção cinematográfica se tratasse. Esta variação traz um toque completamente novo e genial ao livro mas não sem que haja um reverso da medalha: a leitura torna-se mais complexa e exige uma atenção redobrada por parte do leitor para poder acompanhar a história. Esta grande variação valeu a David Lodge algumas críticas por parte de leitores que acabaram por considerar o livro muito confuso. Quanto a mim, este tipo de variações são muito bem-vindas apesar de, por vezes, ter tido a sensação de que algumas coisas estavam a acontecer rápido demais e que alguns pormenores poderiam ter sido melhor explorados.
Para terminar, não posso, de maneira nenhuma, deixar passar em branco aquilo que realmente me deixou de boca aberta em “A Troca” que foi… o seu final! Ao longo de anos de leitura e de dezenas de obras lidas, nunca me tinha deparado com um final tão estranho, original, descabido e genial. Não contente com todas as variações que apresentou ao longo da obra, David Lodge decide terminar de uma forma absolutamente inesperada e, quer se ame ou odeie, ninguém ficará com certeza indiferente a um final como este.

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