terça-feira, 27 de março de 2018

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Um post em tom de desabafo (por Roberta)




Olá a todos. Considerando o último post aqui do blogue achei que devia fazer algo que sempre evitei mas que chegou a hora de fazer: escrever um post um pouco a nível mais pessoal.

Quando estava a tirar o doutoramento achei que não ía conseguir dedicar-me ao FLAMES como devia, mas consegui ir-me organizando. Contrariamente às minhas expectativas, comecei a trabalhar assim que terminei. Neste momento encontro-me envolvida em projectos que me enchem o coração. Finalmente descobri o prazer de trabalhar com uma equipa de pessoas maravilhosa que valorizam o meu trabalho e para as quais quero sempre dar o meu melhor. Não considero, sequer, que trabalho tal é o prazer que me dá. Obviamente que isso fez com que não me dedicasse tanto ao blogue como gostaria. 

Mas graças à dedicação e ao empenho da Mariana o blogue não morreu. E por isso eu quero agradecer-lhe publicamente: nos últimos meses se não fosses tu o blogue teria desaparecido. Por isso, e por tudo o que passámos durante estes 8 anos de trabalho (e muitos mais de amizade) vou sempre estar-te eternamente grata!
A password do blogue e das outras redes sociais será sempre a mesma e mantenho a esperança que, tal como ela me surpreendeu com a sua saída, me surpreenda com o seu regresso. O blogue sem a Mariana não é o mesmo.

Posto isto, quero informar que vou manter-me a trabalhar no FLAMES da melhor forma que conseguir. Talvez com menor regularidade, mas eu prefiro diminuir a regularidade mas manter a qualidade do trabalho. Aqui no blogue SEMPRE ambas fizemos questão de ler os livros e de os analisar da melhor forma (não quer dizer que seja o melhor que já se viu, mas o melhor que conseguimos). 

Os passatempos vão-se manter, a maratona #ML122dias vai continuar com a preciosa colaboração da Cristina do LinkedBooks.

Eu vou-me manter deste lado. Espero de coração que vocês se mantenham aí também.
Um beijinho grande a todos, obrigada pela vossa presença… esperamos pelo teu regresso Mariana! Fazes falta!

quarta-feira, 21 de março de 2018

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O meu último post: Obrigada a todos!






Sempre que me cruzo com um blogue cujo autor deixou de publicar novos conteúdos sem qualquer justificação fico sempre simultaneamente triste e curiosa pois começo a imaginar mil e um motivos para tal ter acontecido.
Para evitar que isso aconteça no meu caso, escreverei as próximas linhas para que entendam aquilo que me vai na alma.

Quando criei o FLAMES em 2010, juntamente com a Roberta, não imaginava aquilo que estes 8 anos e 3 meses iriam trazer à minha vida. Aquilo que começou como uma brincadeira entre duas amigas que se conheceram na faculdade ganhou proporções, para mim, inimagináveis. Tive muito mais trabalho do que alguma vez tinha previsto. Tive também muitas mais recompensas pois tive o privilégio de conhecer tantas pessoas interessantes, de privar com escritores que admiro, de falar com cantores e músicos portugueses que me acompanharam durante anos e de conhecer profissionais da indústria literária e musical que me mostraram que se nos esforçarmos o nosso trabalho será devidamente reconhecido.

Aquilo que começaram como simples posts de opinião à quinta-feira tornou-se, com o passar dos anos, para mim, uma janela para o mundo onde podia dar a minha opinião sobre o que eu quisesse, usufruindo da liberdade que a internet nos proporciona hoje em dia. Saber que durante mais de 8 anos tive pessoas desse lado que concordaram comigo, discordaram e me questionaram tem um valor incalculável. Não consigo expressar por palavras o quão agradecida vos estou por me terem feito acreditar que as minhas palavras poderiam ter algum significado.

Quando vejo o que escrevia no longínquo ano de 2010 e o que escrevo agora percebo o quanto cresci, o quanto mudei e evolui. Hoje não sou a mesma pessoa que era então, por isso mesmo comovo-me ao perceber que o FLAMES me acompanhou ao longo de quase uma década que foi fulcral para a minha evolução enquanto ser humano.

Embora os últimos meses tenham sido mais solitários para mim aqui no blogue, não posso deixar de estar feliz pelo que foi conquistado e sei que durante meses sempre que chegar à quinta-feira, o dia que passei a ver como “o meu dia” para escrever no FLAMES, vou sentir que me falta algo. Como seres de hábitos que somos, esse hábito em particular entranhou-se-me na pele e levarei algum tempo até que desapareça. Ao perceber isto sinto-me simultaneamente triste e feliz: triste pois apesar de saber desde o início deste projecto que tudo tem um fim e a minha participação no blogue não seria diferente, confesso que nunca previ que tal fosse acontecer tão cedo; feliz pois levo comigo um sentimento de dever cumprido e todos os ensinamentos que guardei ao longo destes anos.

Resta-me agradecer à Roberta, aos nossos parceiros e a vocês, os nossos seguidores que fizeram com que me mantivesse aqui durante quase uma década.
Em relação ao bichinho que ficou pelas opiniões, vou agora dar largas à minha imaginação na minha página do Goodreads no que a leituras diz respeito; em relação às outras categorias, os meus familiares e amigos vão ter que ter ainda mais paciência para me ouvir a tentar convencê-los a ver este e aquele filme, série ou anime.

Foram oito anos, foram algumas derrotas mas muitas, mesmo muitas vitórias. Foram muitas horas de trabalho, de planeamento e discussão mas, acima de tudo, foram 8 anos e 3 meses de felicidade.

Obrigada a todos,
Mariana Oliveira

quinta-feira, 8 de março de 2018

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Livro: Boneca de Trapos




Título Original: Ragdoll
Ano de edição: 2018
Género: Policial, Thriller
Autor: Daniel Cole
Editora: Suma de Letras


* Por Mariana Oliveira *


Este livro chegou-me às mãos depois de a editora ter feito uma campanha publicitária que me deixara repleta de curiosidade. Assim, quando recebi a “Boneca de Trapos” acompanhada por uma sugestiva agulha e seis bocados de pano que unidos formam um corpo não aguentei mais e comecei a ler o livro no próprio dia... mal imaginava eu que esta seria a minha leitura mais rápida do ano até agora!


Sinopse:
“William Fawkes, um controverso detective conhecido por “Wolf”, acabou de ser reintegrado no seu posto após ter sido suspenso por agressão a um suspeito.
Quando se junta à sua antiga colega e amiga, a inspectora Emily Baxter, num local de crime, tem a certeza de que está perante um grande caso: o corpo que encontram é formado pelos membros de seis vítimas, suturados de modo a formar uma marioneta que fica conhecida como “Boneca de Trapos”.
Fawkes é incumbido de identificar as seis vítimas, mas tudo se complica quando a sua ex-mulher, que é repórter, recebe uma carta anónima com fotografias do local do crime acompanhadas por uma lista na qual constam os nomes de seis pessoas e as datas em que o homicida tenciona matá-las. O último nome da lista é o de Fawkes...
A sentença de morte com data marcada desperta as memórias mais sombrias de Wolf. O detective teme que os assassinatos tenham mais a ver com ele – e com o seu passado – o que qualquer um possa imaginar.”


Opinião:
Um bom policial tem de começar com um mistério que nos deixe curiosos logo à partida. Neste livro isso acontece quando nos deparamos com a inusitada Boneca de Trapos sobre a qual nada sabemos: quem são as seis vítimas que compõem o macabro corpo? Porque é que foram escolhidas pelo maquiavélico assassino? E porque será que tudo aponta para que, de alguma forma, o detective Wolf possa estar relacionado com estas mortes?
São estas as questões que me assaltaram logo nas primeiras páginas desta história e me deixaram curiosa para desvendar o motivo destas mortes. Contudo, eis que tudo se torna ainda melhor quando surge uma lista com o nome de mais seis futuras vítimas! A partir daqui, entramos no tipo de leitura que gosto de apelidar de “corrida contra o tempo que me vai levar a devorar páginas atrás de páginas na expectativa de conhecer o desfecho da história”.

Como se tudo isto já não fosse suficientemente interessante, eis que sou apanhada completamente de surpresa por um detalhe que não estou acostumada a ver em policiais: um sentido de humor exímio. Daniel Cole tem um dom para escolher o momento exacto para nos surpreender com uma piada que nos faz rir mesmo perante um macabro caso de polícia e que, de certa forma, serviu para aligeirar o ambiente ao longo da investigação. Adorei as pérolas com que o autor nos presenteia ao longo da obra que surgem aqui na quantidade certa e nos momentos ideais.

Se o humor me surpreendeu houve outro detalhe que me deixou ainda mais estupefacta: a minha afeição para com certas personagens. Confusos? Passo a explicar:
Sempre que leio um policial estou exclusivamente interessada no mistério em si, nas suas várias camadas e na sua possível resolução. Nunca, e repito, nunca me interesso pelas personagens. Não estou preocupada se alguém vai levar um tiro, cair nas mãos do assassino ou ficar maldisposto com o jantar do dia anterior. Com um policial nunca crio qualquer laço com as suas personagens, foi por isso que me surpreendi a mim mesma quando percebi que estava genuinamente preocupada com o dedicado Edmunds, a obstinada Baxter e o quebrado Wolf. Estas três personagens conseguiram fazer com que eu me interessasse verdadeiramente com o seu bem-estar e temesse pelo seu futuro.
Creio que o carácter que o autor lhes conferiu, a vida que construiu para cada uma delas e as conturbadas relações que criou entre elas as tornou mais humanas e, apesar de repletas de defeitos, tal como nós, conseguiram cativar-me.

Assim, pelo mistério cativante e pelo ritmo acelerado da trama que não nos deixa largar esta leitura; pelo sentido de humor inteligente e pelas personagens tão reais  e interessantes recomendo a obra “Boneca de Trapos” a quem não consegue resistir a uma história cheia de suspense, emoção, drama e humor.

quinta-feira, 1 de março de 2018

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Anime: Log Horizon




Ano de Estreia: 2013
Género: Fantasia, Aventura, Acção
Número de Episódios: 50
Produtor: Shinji Ishihara


* Por Mariana Oliveira *


“Log Horizon” foi-me aconselhado por alguém que literalmente devora animes e que gostou muito deste em particular. Apesar de a sinopse me lembrar bastante de um anime que eu tinha visto há relativamente pouco tempo, “OverLord”, mesmo assim decidi seguir o conselho dado e ver com os meus próprios olhos essa supostamente incrível história.


Sinopse:
“Sem que alguém estivesse à espera, 30 mil jogadores japoneses vêem-se aprisionados num conhecido jogo, Elder Tale, depois de a última actualização feita os impedir de fazer logout. No meio dos milhares de surpreendidos jogadores está o estudante Shiroe que, depois de ultrapassado o choque inicial, decide explorar essa incrível nova realidade. A partir daí, Shiroe terá de aprender a viver neste mundo repleto de perigos, aventuras e desafios.”


Opinião:
Eu sei que plataformas conhecidas de animes têm o “Log Horizon” em muito boa conta, com boas classificações. Contudo, eu tenho de confessar uma coisa: só consegui ver 12 episódios! Agora que deitei cá para fora este segredo que me perseguia há meses deixem-me explicar-vos porque é que este foi o único anime de que desisti na última meia dúzia de anos.

Apesar de a premissa ser interessante, Log Horizon cometeu um erro que alguns animes longos cometem (mas por longos entenda-se animes com centenas de episódios (!) e não apenas 50 como é o caso deste). De facto, nestes 12 episódios que vi aprendi verdadeiras dicas de como encher chouriços durante todo um episódio. Assim, há um episódio unicamente dedicado a como cozinhar comida incrivelmente saborosa para vender aos outros jogadores e claro que não faltou o episódio em que o protagonista e companhia se dedicaram do início ao fim daqueles longos 23 minutos a varrer, limpar o pó e deixar a brilhar a sua nova sede. A sério… isto tornou-se insuportável!
A par destes episódios absolutamente entediantes tínhamos os amigos do protagonista. Já nem sequer me lembro do nome deles, mas aquela ninja em miniatura e o guerreiro gigante já me estavam a enervar ao repetirem sempre as mesmas quezílias entre eles e sem contribuírem com nada de verdadeiramente significativo para o desenrolar da história. Também outras personagens eram absolutamente enervantes: a chefe de uma guild que parecia ter apenas um neurónio e meio, outra senhora igualmente importante na guild que de cada vez que via a ninja em miniatura literalmente ia ao céu e vinha pois achava que ela era a coisa mais fofa do mundo e só sabia persegui-la para abraçá-la... chega! 

Por causa disto, decidi desistir do anime. Que me recorde, apenas tinha desistido de 2 animes no passado, mas como se costuma dizer: não há duas sem três!
Mais do que uma pessoa já me disse que “mais lá para a frente” a história fica interessante, mas sinceramente já não tenho paciência para perder tempo com animes que começam muito mal e só depois é que ficam bons pois a oferta de histórias é tão grande que prefiro avançar para um anime que realmente me fascine.

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