quinta-feira, 30 de março de 2017

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Livro: Falling into Place





 Ano: 2014
Género: Drama, Romance
Autora: Amy Zhang

* Por Mariana Oliveira *


É muito fácil cairmos na tentação de achar que um escritor jovem ainda não tem a maturidade necessário para escrever uma história que nos arrebate. Contudo, em algumas ocasiões deparamo-nos com um exemplo que nos deixa completamente rendidos.
Foi precisamente isso que me aconteceu com a obra de estreia da jovem escritora Amy Zhang: "Falling into Place".


Sinopse:
“Liz Emerson é uma jovem estudante do ensino secundário com uma vida aparentemente feliz. Contudo, depois de estudar as Leis de Newton numa aula de Física decide pô-las em prática e conduzir o seu Mercedes de encontro a uma árvore a fim de terminar com a sua vida. Mas afinal porquê? Porque é que Liz achou que o mundo seria um lugar melhor sem ela? Como é que os seus familiares, amigos e colegas vão encarar esta decisão drástica de Liz?”


Opinião:
Esta é uma história comovente que, para mim, serviu sobretudo para me relembrar de que não precisamos de ter um longo passado para poder ter muito para contar.
 Liz Emerson, apesar da sua tenra idade, conhece bem o sofrimento e a depressão. É incrível a angústia que a acompanha e que acaba por conduzi-la para a sua tentativa de suicídio. Contudo, a obra não se limita a narrar-nos as dores desta jovem, visto que todos aqueles que a rodeavam também têm algo a contar, algo a revelar-nos.

Desta forma, Amy Zhang vai apresentando os dramas de cada personagem através de capítulos curtos mas pungentes. De um modo inteligente, a autora vai deixando pistas pelo caminho que nos aguçam a curiosidade e nos fazem tentar adivinhar que momentos marcantes mudaram o rumo da vida de cada um. 

A escrita da jovem autora é tão bela, que tive a sensação de que estava a ler um livro de alguém com uma vasta experiência ao invés de uma impressionante obra de estreia.
Apesar de esta ser uma história que se centra nos problemas de cada um, também nos apresenta um lado mais positivo ao mostrar-nos que a redenção é sempre possível, independentemente daquilo que nos possa ter acontecido.

Um outro detalhe que simplesmente adorei em “Falling into Place” foi o seu narrador. Com uma identidade misteriosa, quem nos narra a história é omnisciente e consegue penetrar no mais fundo da alma de cada personagem. Com frases belas mas igualmente cortantes, quem nos conta a história conduz-nos pela vida de todas as personagens mostrando-nos aquilo que cada uma delas tenta esconder de todos os outros.

Uma história delicada, sobre um tema sensível mas que foi desenvolvido com mestria pela jovem autora Amy Zhang. Um livro que recomendo sem hesitações!

quarta-feira, 29 de março de 2017

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O teu FLAMES num ano


2016 foi um ano repleto de surpresas. Por ter sido um ano fora do comum, acreditamos que ainda vamos ouvir falar nele bastante em 2017. No FLAMES queremos fazer o mesmo. De um ano que tanta gente apelidou de um dos piores na história da humanidade, nós queremos retirar o que de melhor houve. Assim nasce a rubrica "O teu FLAMES num ano"


Vera Neves
2016

A Vera é a cara por detrás do "A Sinfonia dos Livros". Conheçam o blogue dela, mas antes confiram as respostas que nos deu para a nossa rúbrica!

Nome: Vera Cristina Neves 

Página facebook: 
ou

Blogue: Sinfonia dos Livros (http://sinfoniadoslivros.blogspot.pt

Canal Youtube: 

Filmes: “Me Before You”, “The Conjuring”, “The Conjuring 2”, “SouthPaw - Coração de Aço”, About Time (Dá Tempo ao Tempo).
Livros: “It Ends With Us” de Colleen Hoover, “9 Novembro” de Colleen Hoover, “Confess” de Colleen Hoover, “Viver Depois de Ti” de Jojo Moyes, “Tudo, Tudo... E Nós” de Nicola Yoon 
Animes: Shingeki no Kyojin (Attack On Titan), Ookami Shoujo to Kuro Ouji, Gekkan Shoujo Nozaki-kun, Kimi No Todoke, Noragami. 
Mangas: “Orange”, “Kyou, Koi wo Hajimemasu”, “Crayon Days”, “Horimya”, “Love So Life”, “Namaikizakari” 
Eventos, espetáculos e/ou entretenimento: Gosto imenso da série animada da FoxComedy “American Dad”, “Family Guy” e de “Regular Show” no Cartoon Network. 
Series: “Grey’s Anatomy”, “Bones”, “Game Of Thrones”

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segunda-feira, 27 de março de 2017

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Vídeo: Harry Potter Colouring Book



Hoje em vez da normal opinião, fiquem com um pequeno clip de uma das imagens do livro Harry Potter Colouring Book. 

domingo, 26 de março de 2017

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O teu FLAMES num ano


2016 foi um ano repleto de surpresas. Por ter sido um ano fora do comum, acreditamos que ainda vamos ouvir falar nele bastante em 2017. No FLAMES queremos fazer o mesmo. De um ano que tanta gente apelidou de um dos piores na história da humanidade, nós queremos retirar o que de melhor houve. Assim nasce a rubrica "O teu FLAMES num ano"


Liliana Carvalho
2016
Como podem ver, a Liliana não é só booktuber, ela tem também um talento extraordinário. Aqui na imagem em cima, vê-se um desenho que ela fez com FLAMES escrito no meio. 
Obrigada Liliana. 
Confiram as suas escolhas aqui. E visitem o seu trabalho!

Filmes: Before the flood (decomentário) , Warcraft (filme)
Livros: Aniquilação ( by: Jeff Vandermeer )
Animes: Tokyo ghoul
Mangas: Blue exorcist
Eventos, espetáculos e/ou entretenimento:
Séries: Uma série de desgraças

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quinta-feira, 23 de março de 2017

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Livro: A Vida Secreta dos Livros



Título Original: La noche en que Frankenstein leyó el Quijote
Ano de Edição: 2014
Género: Drama
Autor: Santiago Posteguillo

* Por Mariana Oliveira *

Qualquer amante de livros que se preze para além de gostar de ler um bom livro gosta de saber mais sobre a criação da obra em si, sobre o seu autor e os contornos mais ou menos inusitados que levaram à escrita de obras que marcaram para sempre o panorama literário mundial. Por isso mesmo, a leitura de “A Vida Secreta dos Livros” prometia alimentar a minha curiosidade nestas matérias. Contudo, finda a sua leitura continuei cheia de “fome”.


Sinopse:
“Quem escreveu de facto as obras de Shakespeare? Quem era o escritor que incomodava a Gestapo? Que autor conseguiu ludibriar o Índice de Livros Proibidos da Inquisição? Que livro inquietou os serviços secretos soviéticos? Estes e outros enigmas literários encontram resposta nas páginas deste livro, uma viagem no tempo através da história da literatura universal.
Entusiasmante e original, “A Vida Secreta dos Livros” revela os mistérios e os pormenores menos conhecidos por trás da génese de alguns dos maiores clássicos de sempre. Escrito por um professor e apaixonado pela literatura, esta obra é uma homenagem aos grandes autores e ao maravilhoso mundo dos livros. Uma leitura para todos os que gostam dos livros - e não só!


Opinião:
A ideia do autor para este livro até era boa: uma obra sobre alguns dos maiores autores de sempre, acerca de clássicos da literatura intemporais e curiosidades interessantes e desconhecidas do grande público. Contudo, para mim, infelizmente muitas coisas falharam neste livro.

Para começar, a escrita é demasiado básica. Nos últimos anos têm-me acompanhado obras com diversos estilos de escrita, mas todas elas acabam por ter um toque especial, algo que reflecte o seu autor e que distingue um livro de outro apenas pela forma como estão escritos. No entanto, em “A Vida Secreta dos Livros” a escrita é demasiado simples. Fiquei com a sensação de que qualquer pessoa sem um dom particular para a escrita conseguiria escrever daquela forma. Isto não seria grave se o autor deste livro se tivesse limitado a narrar factos verídicos, tornando este livro numa espécie de obra de estudo objectiva. Contudo, Santiago Posteguillo decidiu dar largas à sua imaginação e acrescentar alguns pormenores por si criados… o que me conduz ao segundo motivo que me levou a não gostar desta história.

É que quando pensava que iria ficar apenas a conhecer factos interessantes sobre algumas obras, eis que me deparo com capítulos nos quais o autor decide dar um ar de sua graça e inventar diálogos e possíveis encontros entre os célebres escritores e outras pessoas. Isto não seria um problema se Santiago Posteguillo o tivesse feito através de uma escrita cativante, mas como obviamente não foi esse o caso, fiquei com a sensação de que estava a ler um trabalho de escola feito por um aluno de 13 anos. Não era de todo isto que esperava ao iniciar a leitura de “A Vida Secreta dos Livros”.

Como se tudo isto não bastasse, o autor ainda decidiu assumir uma atitude paternalista e encher o livro de lições de moral. Não tenho nada contra quando essas lições são baseadas em factos bem sustentados, mas neste caso Santiago Posteguillo simplesmente decidia, sem explicar bem como nem porquê, repreender meio mundo por coisas que aconteceram há muito tempo a autores que já nem sequer estão entre nós. O seu moralismo foi tão despropositado em algumas ocasiões que senti que estava a ler um livro escrito por um autor que tomou como sua a missão de mudar a forma de pensar dos seus leitores recorrendo a meia dúzia de parágrafos sensacionalistas.

“Mas Mariana, não gostaste de absolutamente nada neste livro?” – Perguntam vocês. Gostei sim. Gostei de ficar a conhecer factos curiosos sobre autores e obras que inspiraram milhares de pessoas e ainda continuam a fazê-lo. Ainda que parcamente desenvolvidos, os temas despertaram ainda mais a minha curiosidade para pesquisar sobre esses assuntos e ficar a conhecer mais sobre factos interessantes da literatura mundial.


quarta-feira, 22 de março de 2017

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256º Passatempo do FLAMES (em parceria com a Planeta)



SINOPSE

Romance feminino intenso com uma nova abordagem, onde combina vários elementos; amor e mistério. Uma nova temática que se destaca.
Uma história de amor emocionante, onde as escolhas determinam a forma de viver a realidade.
Com uma linguagem envolvente, o livro oferece-nos vários tipos de elementos - paixão, mistério, luta pela sobrevivência, crise de identidade e duelos entre os grupos de ninfas e sátiros.

TERMINADO

Vencedor: Ana Afonso
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O teu FLAMES num ano


2016 foi um ano repleto de surpresas. Por ter sido um ano fora do comum, acreditamos que ainda vamos ouvir falar nele bastante em 2017. No FLAMES queremos fazer o mesmo. De um ano que tanta gente apelidou de um dos piores na história da humanidade, nós queremos retirar o que de melhor houve. Assim nasce a rubrica "O teu FLAMES num ano"


José Arjona
2016

Blogue: souojose.blogspot.pt (em stand-by) 
Canal Youtube: https://www.youtube.com/user/jm7hp (abandonado)

Filmes: A Monster Calls, Fantastic Beasts and Where to Find Them 
Livros: Os Miseráveis, O Labirinto dos Espíritos, O Herói das Eras 
Animes
Mangas
Eventos, espetáculos e/ou entretenimento: Concerto da Adele 
Séries: Stranger Things, Westworld, The Crown, Friends (só agora é que vi toda a série por ordem :P)

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segunda-feira, 20 de março de 2017

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Filme: The Light Between Oceans (2016)


The Light Between Oceans
(2016) 


A Luz Entre Oceanos (2016)
The Light Between Oceans

Michael Fassbender ... Tom Sherbourne
Alicia Vikander ... Isabel Graysmark
Rachel Weisz ... Hannah Roennfeldt



Os romances não são, de todo, a minha praia, no entanto assim que vi o trailer deste "The light between oceans" soube que tinha de abrir uma excepção. Não foi apenas o argumento que me pareceu interessante, mas a imagem de todo o filme. A história, a fotografia e a excelente interpretação dos actores transformaram-no num dos meus favoritos deste ano (apesar de eu ainda não ter visto muito em 2017).

O enredo, à primeira vista, pode não parecer complexo, mas se nos colocarmos na pele das personagens, facilmente se compreende que estamos perante uma história dramática que nos coloca perante dilemas possivelmente reais. Tom sofreu imenso com a guerra e acha que não será mais capaz de voltar a amar. Isola-se numa ilha que apenas tem um farol e ali planeia passar toda a sua vida. Mas quando Isabel se apaixona por ele, tudo se transforma. A vida parece correr bem, até que o facto de o casal não conseguir ter filhos se colocar no caminho... 

O final é incrivelmente tocante e muito mais haveria para contar sobre a história, mas não quero dizer-vos mais. Gostaria apenas de vos aguçar a curiosidade e espero que vocês lhe possam dar uma oportunidade. É um filme que vos fará pensar imenso, e que se afasta do que possa parecer à primeira vista. 

domingo, 19 de março de 2017

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O teu FLAMES num ano


2016 foi um ano repleto de surpresas. Por ter sido um ano fora do comum, acreditamos que ainda vamos ouvir falar nele bastante em 2017. No FLAMES queremos fazer o mesmo. De um ano que tanta gente apelidou de um dos piores na história da humanidade, nós queremos retirar o que de melhor houve. Assim nasce a rubrica "O teu FLAMES num ano"


Jaqueline Miguel 
2016

Página facebook: Histórias Fantásticas
Blogue: Histórias Fantásticas
Canal Youtube: Histórias Fantásticas


Filmes: Fantastic Beasts and Where to Find Them 
Livros: Trilogia Shatter Me da Tahereh Mafi e o Confesso da Colleen Hoover 
Animes: Tokyo Ghoul 
Mangas
Eventos, espetáculos e/ou entretenimento: Top Genius (Nuno Markl e Vasco Palmeirim) 
Séries: The Walking Dead 

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quinta-feira, 16 de março de 2017

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Livro: A História Secreta de Twin Peaks



Título Original: The Secret History of Twin Peaks
Ano de Edição: 2016
Género: Mistério
Autor: Mark Frost
Editora: Suma de Letras

* Por Mariana Oliveira *

No ano passado tive a oportunidade de ficar a conhecer a história de Laura Palmer, personagem celebrizada numa série televisiva de sucesso da década de 90. Por isso mesmo, quando tive a oportunidade de aprofundar a misteriosa história de Twin Peaks, a cidade onde decorre toda a trama, dizer que fiquei entusiasmada seria um eufemismo!

Sinopse:
“Twin Peaks, a mais icónica cidade da televisão, guarda muitos mais mistérios para além do assassinato de Laura Palmer. O co-criador da série, Mark Frost, revela-nos nesta magnífica obra a vida desta aparentemente tranquila cidade. Seja testemunha dos segredos e mistérios que envolvem Twin Peaks. Conheça em primeira mão toda a informação confidencial e acompanhe a analista do FBI, Tamara Preston, na descoberta da história secreta de Twin Peaks.”

Opinião:
Eu simplesmente adoro livros cujo conteúdo tenha uma apresentação fora do habitual. Foi isso que aconteceu com o “Illuminae” que li em 2016 e acabou por ser a minha leitura favorita do ano.
Em “A História Secreta de Twin Peaks” é-nos apresentado um dossier misterioso que foi encontrado pelo FBI e é a agente Tamara Preston quem fica incumbida de o analisar.  
Logo desde início somos confrontados com inúmeras questões:

Quem escreveu este dossier?
Qual o seu propósito?
Quem é a misteriosa pessoa que se intitula de Arquivista e que deixou vários comentários ao longo do dossier?

Todas estas questões e muitas mais são-nos apresentadas e deixaram-me cheia de curiosidade logo na primeira página. Assim, aventurei-me nesta leitura repleta de recortes de jornais, entradas de diários, relatórios confidenciais do FBI, fotografias e muito, muito mais para descobrir a origem misteriosa da cidade de Twin Peaks.

Esta foi uma leitura desafiante na medida em que percorremos um espaço temporal longo, ficando a conhecer várias personagens que se cruzam das mais diversas formas. 
Toda a história está envolvida em misticismo e teorias da conspiração. Desde maldições de povos indígenas até avistamentos de OVNIs, neste livro todos parecem suspeitos e os mistérios adensam-se.
Ler este livro acabou por ser um interessante desafio visto que o elevado número de intervenientes, as suas relações e os mistérios constantes me fizeram sentir uma verdadeira detective a par de Tamara Preston, tentando descortinar o real do imaginário e distinguir a verdade da mentira.

Aquilo que mais me surpreendeu nesta obra foi a incrível capacidade do autor de usar acontecimentos, locais e personagens verídicos na sua história de uma forma tão convincente e tão bem elaborada que dei por mim em diversas vezes a tentar perceber o que seria real e o que seria fictício. Ainda agora tenho dúvidas em relação a alguns aspectos e sinto vontade de pesquisar mais sobre o assunto para perceber quantos factos verídicos é que foram brilhantemente introduzidos nesta história.

O único aspecto que lamento relativamente à trama foi o pouco desenvolvimento que foi dado ao mistério de Laura Palmer: várias personagens envolvidas no caso são abordadas contudo muito pouco é acrescentado ao caso. O grande foco do livro é mesmo a cidade de Twin Peaks e Laura Palmer e o seu cruel assassinato são algo secundários aqui.

Contudo, com detalhes ou não sobre Laura Palmer, este tipo de livros construídos de uma forma tão original consegue sempre conquistar-me. Como dizem os ingleses: this is my cup of tea!!

quarta-feira, 15 de março de 2017

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O teu FLAMES num ano


2016 foi um ano repleto de surpresas. Por ter sido um ano fora do comum, acreditamos que ainda vamos ouvir falar nele bastante em 2017. No FLAMES queremos fazer o mesmo. De um ano que tanta gente apelidou de um dos piores na história da humanidade, nós queremos retirar o que de melhor houve. Assim nasce a rubrica "O teu FLAMES num ano"


Cristina Gaspar
2016

A Cristina tem um canal youtube (e blogue associado) bastante recente. Por isso, se não a conheces, vai visitar. Entretanto, conhece as suas escolhas para 2016 


Filmes: Misery (1990); GMO OMG (2013) 
Livros: The Vegetarian, de Han Kang; O meu é de laranja lima, de José Mauro de Vasconcelos e Saga (graphic novel) 
Animes: (acabei por não ver nenhum…) 
Mangas: Claymore, de Yagi Norihiro 
Eventos, espetáculos e/ou entretenimento: Concerto The Cure, em Lisboa 
Séries: Sense8

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segunda-feira, 13 de março de 2017

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Livro: Escritos (Vasco Jardim)



Título: Escritos
Autor: Vasco Jardim
Data: 2016
Páginas: 123
ISBN: 9789896914912

Sinopse

“Deixa-te estar, deitada em mim, ofegante e plena. Deixa o teu corpo respirar-se de volta, de regresso ao mundo dos vivos. Aqui não é o paraíso de onde vieste, mas é o melhor que podemos arranjar. Somos só nós, e nós é suficiente.”

Escritos é um testemunho. Meu, teu, de todos.
É a vida vista pelos olhos e pela alma de cada um de nós. As dores, a solidão, os momentos de prazer, os amores ocasionais e os que não se esbatem pelo passear dos dias ou anos.

Uma colecção de textos revisitados, revistos e sentidos, onde predomina o questionar de todas as emoções, das mais obscuras às mais luminosas dos nossos dias. Uma viagem pelos mais puros recantos de quem somos e de quem gostaríamos de ser.

Opinião 
(Roberta Frontini)

Quando recebi o livro cá em casa e o comecei a ler (sem espreitar a sinopse como é meu costume) percebi que se tratava de uma colectânea de textos, não necessariamente interligados entre si. Depois compreendi que se tratavam de textos que tinham sido publicados, primeiramente, no blogue do autor "Admirável Mundo Escrito". Não é a primeira vez que um autor inicia a sua obra desta forma, e espero que este seja um incentivo para que mais pessoas transformem, em papel, as inúmeras palavras que gostam de escrever. E penso que este livro é, realmente, uma obra de incentivo nesse sentido. De facto, para mim, este não foi um daqueles livros que consegui devorar. Foi antes um livro que fui lendo aos poucos. De noite, antes de dormir, lia um texto (que por vezes durava 1 ou 2 páginas), e depois ficava a reflectir sobre o que tinha lido. A escrita é poética e reflexiva. O autor brinca com palavras, frases, expressões.. criando novos mundos, brincando com significados... 

Vários são os temas retratados e as histórias têm todas dinâmicas diferentes, apesar de a escrita ser coesa ao longo das mesmas. É fácil nós também nos revermos em alguns trechos, porque as temáticas são relativamente comuns. 

Numa escrita poética, veloz e fluída, Vasco Jardim dá a conhecer ao mundo algumas das inquietações interiores que nos assolam a todos, trazendo textos inspiradores que de certeza vos vão deixar a pensar...

domingo, 12 de março de 2017

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124º Entrevista do FLAMES: Kika



KIKA

Kika está de volta com novo álbum: “Love Letters”. O álbum contou com a produção executiva de RedOne, célebre produtor que já trabalhou com algumas das maiores estrelas pop da atualidade – Lady Gaga, Nicki Minaj, Jennifer Lopez, One Direction, entre outros – e com quem Kika já tinha colaborado no disco anterior, “Alive”. Este foi o pretexto para uma conversa connosco!

A todos os artistas o FLAMES pergunta...

Quais são os artistas que mais te inspiram?
Gosto particularmente da Adele, sempre gostei desde o álbum de estreia o 19 para o 21, para o 25… Ela faz uma coisa que eu gostava de conseguir fazer que é, não precisa de fazer uma música com uma batida muito forte, uma música muito energética e mesmo assim as pessoas respondam da mesma maneira. Acho que ela faz isso através das letras. Quem me dera escrever letras assim. Depois gosto da Joss Stone que é uma coisa mais soul, mais blues, e que acho que é um bocadinho diferente do pop geral e, portanto, reconheço-lhe muito mérito. Mas eu ouço muita coisa, desde blues a jazz…

Há algum local onde gostarias muito de poder actuar, ou onde gostarias muito de poder voltar a levar este teu novo trabalho?
Não sei… Na realidade todos os concertos que eu fiz (ou pelo menos a grande maioria dos que fiz com o meu primeiro disco) foram em espaços abertos e muito grandes. Cheguei a fazer o Rock in Rio, o Marés Vivas e assim.. .e gostei imenso! Mas por acaso gostava, com este álbum, de tentar uma vertente um bocadinho mais íntima, com as salas mais pequenas, ou tocar num sítio onde as pessoas pudessem estar sentadas. E tenho sobretudo, o sonho de um dia tocar, mas isto não sei se algum dia seria possível, num concerto no Rio de Janeiro, no cimo de um monte num pôr do sol! Isso era um sonho mas no Brasil ninguém me liga nenhuma, (risos) mas no dia em que ele ligar eu vou lá (risos).

Acho que ia ser muito bonito... Lembras-te de alguma situação caricata que tenha ocorrido numa das tuas actuações?
Uma vez numa FNAC aconteceu uma cena mesmo estranha numa das primeiras vezes em que lá toquei. Estava na FNAC do Porto e antes de começar a cantar estava a andar pelos corredores da FNAC. Isto não tem piada nenhuma, mas na altura achei curioso. Havia um miúdo que me andava a seguir pelas alas. A princípio achei que estava a ser um bocado paranóica, que ele não me estava a seguir a mim, que devia só estar a escolher uns livros e assim… então saí da FNAC e ele também saiu! Desci as escadas e ele também! Fui até à garagem e ele também. Comecei a entrar em pânico. Eu estava ao telefone, e ia dizendo o que se passava, mas ninguém acreditava em mim. Então depois tive que ir ter com o segurança do parque e fingir que estava a ter uma conversa com ele e o miúdo desapareceu. Tenho também um novo manager que é o Quintela, que está sempre a fazer piadas, mas as pessoas não acham piada nenhuma! Do género, as pessoas pedem-me um autógrafo e ele diz “Tome de 8 em 8 horas”. As pessoas ficam revoltadas porque ele não tem mesmo piada nenhuma. Mas não me estou a recordar assim de uma situação muito caricata...

Eu acho que isso já é bastante caricato... Que mensagem gostarias de ver ser erguida num cartaz durante um concerto teu?
Não sei, mas por acaso leio sempre esses cartazes porque são grandes e saltam à vista… Mas eu tenho sempre um bocadinho de receio que este álbum não seja tão bem-sucedido por não ser tão… tão “rádio” ou tão pop como os anteriores…! Por isso desde que eu não veja coisas do tipo “Sai do palco” já fico feliz (risos). Algo tipo “Este novo CD é um máximo” eu gostava de ver, mas não tenho desejo de ver nada em particular.


À KIKA o FLAMES pergunta…

Ficaste conhecida ainda muito jovem. Sentiste na altura que os restantes artistas portugueses já te respeitavam como artista mesmo sendo tão nova? Ou sentiste que te tiveste de esforçar mais que os outros?
Eu não senti muito isso! Quer dizer eu também não tinha muito contacto com muitos artistas, e por isso não tinha uma opinião muito formada sobre isso. Mas tinha sempre receio que por ser nova eles tivessem um bocadinho de pé atrás. Não sei... Mas não me interessava assim tanto, porque os músicos com quem eu sempre trabalhei e que eu respeitava muito, gostavam de mim. Diziam que mesmo que alguém pudesse dizer alguma coisa, do género, “eh pá, a miúda é muito nova, não canta nada”, eles diziam “não é verdade, canta mesmo”. Ou seja, a opinião deles para mim era a mais bem formada que havia, e era boa sobre mim! E não era só por estarem a trabalhar para mim não é? Senão mais valia ficarem calados se não tivessem nada de bom para dizer. E isso sempre me deu um bocado de conforto. Conheci também o Pedro Abrunhosa e ele só teve coisas espectaculares a dizer sobre mim, portanto fiquei muito feliz. Mas não faço ideia se os restantes gostam ou não. (risos)

Qual é a tua maior fonte de inspiração?
Não faço ideia. Eu nunca me inspirei em ninguém. Sempre ouvi muita coisa e sempre cantei de uma maneira específica. Qualquer música que eu cantasse podia ser muito diferente uma da outra, mas acabam sempre por soar a mim de certa forma. Por exemplo, na RFM fiz um cover de uma música chamada “The Pretender” dos Foo Fighters e a música é assim meio metal, tipo rock e na altura disse ao meu pai “vou fazer esta”, e ele disse “és maluca, não faças isso, essa música é horrível”. Mas eu lá cantei a música e ele adorou porque eu faço umas versões muito próprias. Eu acho que se me inspirasse mesmo em alguém era na Adele pelo prazer que eu tenho em ouvi-la, e só esperava que os outros tivessem também. E acho que ela não tenta ser demasiado exuberante e mesmo assim as pessoas gostam dela, não é? Por exemplo, eu adoro a Beyoncé, mas não tem nenhum desejo de dançar com 10 dançarinas e uma produção, uns holofotes todos… É por isso que admiro a Adele por conseguir, mesmo não tendo aquelas coisas todas, captar o mesmo tipo de atenção.

Tirando os artistas, tu costumas basear-te mais em coisas que te acontecem ou…
Bem, a maior parte dos meus temas não fui eu que os escrevi, escreveu um compositor que trabalhou comigo no meu primeiro álbum. Ele fez um trabalho extraordinário nesse álbum, e como compositor também cresceu muito. Eu entrei praí em 3 ou 4 temas desta álbum. Há artistas que usam vivências pessoais nos seus temas, mas como a maioria das minhas músicas são em relação a corações partidos, e como eu nunca tive nenhum desgosto amoroso.. eu acabo por falar naquilo que ouço. Por exemplo, eu acabo por falar nas minhas amigas todas. Inclusivamente escrevi uma das músicas com uma das minhas amigas, e ela escreveu uma que é a "Next to you" e vamos bebendo um bocado das vivências umas das outras. Eu de facto não tenho tido um papel preponderante enquanto letrista no álbum porque na verdade eu só quero mesmo pegar num tema e escrever eu a letra quando eu sentir que tenho realmente algo de interessante para contar. 

Como consegues conciliar o teu trabalho e o estudo?
No início foi um bocadinho mais complicado porque havia muito mais coisas. E na realidade, no último ano, eu estive um bocado parada. Fui aparecendo, mas estive a trabalhar neste segundo álbum e estive a tentar fazer uma coisa com a qual eu me identificasse mais. Eu lancei o primeiro álbum, depois tive muitos concertos, e depois a certa altura eu senti que as músicas davam a entender que eu tinha uma presença que não era a que ía ter. Nalguns momentos parecia, por exemplo, na música Can't Feel Love Tonight, houve uma versão de dança que fizeram, e as pessoas íam para lá saltar e não era isso que eu queria fazer. E então decidimos alterar um bocado o estilo para se adequar um bocado mais a mim. Nessa altura eu tinha a escola... mas não precisava de estar lá sempre, e consegui manter boas notas na mesma. Agora na Universidade, com uma dupla licenciatura, eu ainda não sei bem... estou agora a começar com as entrevistas, rádio, etc., mas tudo bem. Não sei.. vou ter de arranjar tempo, quando se quer o tempo arranja-se! E eu também sei que nunca vou descarrilar nos meus estudos porque os meus pais davam-me um sermão (risos) e nunca íam deixar isso acontecer. Mais depressa me tiravam da música do que dos estudos. Portanto, vou ter de conseguir. 

Já tens 2 videoclips relacionados com este teu novo álbum. Tens um papel mais participativo da decisão dos vídeos? Como é que se processou a criação dos vídeos?
Não, eu nos vídeos não tenho opinião. Não é que não ma dêem, mas eu de facto não tenho. Eu não sei como é que se produzem vídeos, eu não sou boa nisso, e portanto na parte da música, sim senhora opino e na parte dos instrumentos também, agora, deixo quem sabe fazer! Desde que não me sinta desconfortável! Se me pedissem para fazer uma coisa que eu sei que me faria ficar desconfortável, eu ía-me pronunciar. Eu vou fazendo o que me dizem porque realmente não percebo como se processam as coisas. Não vou fingir. Também não gostava que alguém chegasse e me dissesse como é que eu havia de cantar a minha música. (risos)

A tua música tem estado bastante associada à novela “Amor Maior”. Como foi quando soubeste que a tua música faria parte de uma novela tão querida pelos portugueses. 
Sim, e já tive outras duas músicas noutras novelas. Estas coisas acontecem através da editora/discográfica. Por acaso as pessoas dizem-me que várias das minhas músicas dão para estas coisas, porque parecem acompanhar algum tipo de enredo. Então quando a discográfica me manda mails a dizer "Olha a SIC quer usar isto" eu respondo sempre "Sim!" Nem olho para as condições porque eu acho que é sempre bom para mim. As pessoas depois acabam por associar a música às personagens e assim criam uma relação mais próxima com a música do que teriam se só a ouvissem na rádio por exemplo. E eu acho isso espectacular. Vejo sempre, acho um máximo! E depois acho engraçado quando vou ver os comentários às minhas músicas, no youtube e no facebook, e alguém diz "ah o Francisco e a outra trouxeram-me aqui" e eu acho um máximo (risos). 

Por acaso eu reparei nisso, quando fui ao youtube e vi pessoas a referir nos comentários que chegaram a determinada música por causa de algumas personagens...
Acho mesmo piada porque acho que as pessoas de facto associam aquela música a determinadas personagens.. Eu acho isso espectacular. 

Este disco surge 3 anos depois do anterior. Como era a Kika na altura e como está ela agora em termos musicais?
Eu acho que há imensas diferenças. Em particular, e a mais óbvia, é que a minha voz mudou imenso. É que eu sou muito nova e nestes 4 anos, claro que a minha voz engrossou... Lembro-me perfeitamente quando a minha irmã me disse "olha, vamos ouvir outra vez o teu primeiro álbum" e eu ouvi e disse "Meu Deus, eu não me lembrava da minha voz ser assim". Disseram-me que pareço mais velha, mas mentiram-me, porque eu vou ouvir e de facto a minha voz parece a de uma criança. Essa é a diferença que eu acho que, obviamente, se nota muito. A nível pessoal, acho que ganhei mais conhecimentos a nível de música. Fiquei mais ciente de tudo a nível dos instrumentos. Fiquei com uma opinião muito mais informada sobre o que queria ou não para as minhas músicas, e também com uma confiança muito maior para expor essa minha opinião. Antes os músicos diziam: "Vamos fazer assim" eu achava que não gostava e dizia-lhes, mas eles respondiam que gostavam a eu acabava por ceder. E agora, como sinto que já percebo mais, já tenho outra confiança para dizer que não gosto mesmo de algo. Ganhei assim maior intervenção no processo de gravação e de criação, sobre os estilos e ritmos das músicas. Nesse sentido fiquei então mais confiante e mais interventiva. Mas isto é algo que ocorre mais no background. As pessoas não vão propriamente aperceber-se disto. Mas pelo menos assim tenho ideia que faço agora uma música que se adequa muito mais ao que eu quero fazer

Por fim, o que é que as pessoas podem esperar deste teu novo trabalho?
É claro que eu sou suspeita, mas eu gosto mesmo muito do álbum! O disco tem muita música, 16! E na altura, nós não sabíamos onde é que havíamos de cortar. É um sentimento óptimo para nós, perceber que não há nada que quiséssemos retirar dali. Já no primeiro álbum isso não aconteceu. No primeiro álbum nós andávamos à procura de músicas para fazer o álbum. Aqui foi o contrário. Nós a certa altura tínhamos cerca de 20 músicas. Acho que o álbum tem, sobretudo, uma sonoridade muito mais coesa. No primeiro disco isso já não acontecia. Havia músicas que se destacavam, como se fossem de uma outra artista, se as pessoas não soubessem que estavam no mesmo disco. Havia estilos muitos diferentes, e agora acho que as coisas estão muito mais homogéneas.. as letras estão lindas (e não fui eu que escrevi por isso posso dizê-lo).. histórias lindas... 
E o nome do CD "Love leters" [Histórias de amor] tem mesmo a ver com isso. Todas as músicas são uma espécie de carta escrita por alguém para alguém... Não foram escritas por mim, mas eu interpreto-as como se fossem. Portanto acho que há muitos sentimos naquelas musicas.. espero que as pessoas gostem! É um trabalho que reflecte muito aquilo que eu sou e a artista que eu quero ser!

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