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quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

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Livro: A Rapariga que Roubava Livros


 
 
 
Título Original: The Book Thief
Ano: 2005
Género: Drama
Autor: Markus Zusak
Editora: Editorial Presença

 

 
Por vezes surge um autor que não se preocupa com os danos que possa causar na alma dos seus leitores nem pensa nas mazelas com que estes terão que viver após lerem o seu livro. O mais recente autor malévolo com que me cruzei foi Markus Zusak, um homem jovem e desconhecido até ter publicado a sua obra-prima que provavelmente é uma das grandes responsáveis pela subida do nível médio da água no planeta, estou a falar, claro está, do livro “A Rapariga que Roubava Livros”.
  
A protagonista desta história é uma jovem rapariga alemã, Liesel Meminger, que é adotada por um casal bastante pobre, residente numa cidade inventada pelo autor chamada Molching, depois da sua mãe se ver obrigada a abdicar da sua guarda por não ter o mínimo de condições necessárias para a sustentar.
Se a vida de Liesel, agora habitante de uma das ruas mais pobres da cidade, a Rua Himmel, já não era fácil, pode-se dizer que o facto de viver numa altura em que Hitler inicia a perseguição dos judeus e a Segunda Guerra Mundial começa não veio facilitar em nada a vida da jovem Liesel. É verdade que a pobre rapariga que rouba livros não é judia, nem o são os seus pais adotivos nem tampouco o seu melhor amigo Rudy, mas quem disse que a vida dos alemães não judeus em plena Segunda Grande Guerra foi fácil?
Não foi. E quem contará detalhadamente todas as dificuldades por que Liesel passará será a própria Morte, que um dia se cruzou com a pobre rapariga, coincidentemente no dia em que esta roubou o seu primeiro livro, e nunca mais conseguiu esquecê-la.
 
 
Penso que já disse tudo o que havia a dizer sobre este livro pois quaisquer palavras que eu possa acrescentar nunca serão suficientes para transmitir a profundidade que a história de “A Rapariga que Roubava Livros” tem.
É verdade que seria interessante referir o facto de este livro apresentar uma perspetiva completamente diferente da Alemanha Nazi: ao contrário dos imensos livros que nos apresentam as lutas e dificuldades dos judeus, esta obra mostra-nos o ponto de vista dos alemães não judeus que sofreram com as consequências desta Guerra injusta, quer por não concordarem com Hitler ou simplesmente por serem vítimas dos danos colaterais de uma guerra cega.
Igualmente pertinente seria referir as várias personagens caricatas e bem desenvolvidas que povoam este livro, cada uma com uma história pessoal interessante e emocionante.
Também poderia falar da escrita original, bela, profunda e contundente de Markus Zusak, que apresenta neste livro algumas das melhores metáforas que alguma vez li e que escreveu alguns dos mais belos parágrafos que alguma vez encontrei ao longo dos meus, bastantes, anos de leitora.
Ah! E ainda seria interessante discorrer sobre a narradora desta história, a própria Morte, que foi simplesmente quem mais me surpreendeu neste livro ao revelar-se um “ser” inesperadamente empático, emotivo e sofredor que apresenta o seu ponto de vista acerca do mundo de uma forma sublime, direta e incomodativa para nós humanos que temos fechado os olhos perante as atrocidades que acontecem no nosso mundo.
Mas decidi não falar de nada disso. Para perceberem porque é que meio mundo leu, adorou este livro, se comoveu com esta história e passou os dias seguintes a pensar nela terão que ler “A Rapariga que Roubava Livros”.
Atenção: só  leiam esta obra se aceitarem passar a fazer parte da lista de vítimas do malévolo Markus Zusak! Depois não digam que não vos avisei…



Atualização: Já se encontra disponível a nova edição do livro com a imagem do filme que está a dar muito que falar.

 

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