Titulo Original: I Am Pilgrim
Ano de Edição: 2015
Género: Policial
Autor: Terry Hayes
Editora: Topseller
Quando dei uma vista de olhos na biografia deste autor, Terry Hayes, e fiquei a saber do seu extenso e bem sucedido passado cinematográfico, foi com alguma desconfiança que peguei no seu livro. Afinal de contas, quantas não são as pessoas desse meio que tentam tornar-se escritores e falham redondamente? "Bem, tens 655 páginas para provar que estou errada Terry Hayes!" - foi o que eu pensei. Mal imaginava que bastaria uma meia dúzia de capítulos para eu engolir as minhas palavras...
Sinopse:
"Uma corrida vertiginosa contra o tempo e um inimigo implacável.
Uma jovem mulher brutalmente assassinada num hotel barato de Manhattan.
Um pai decapitado em praça pública sob o sol escaldante da Arábia Saudita.
Os olhos de um homem roubados do seu corpo ainda vivo.
Restos humanos ardendo em fogo lento na montanha de uma cordilheira no Afeganistão.
Uma conspiração para levar a cabo um crime terrível contra a Humanidade.
E um único homem para descobrir o ponto preciso onde estas histórias se cruzam: Peregrino."
Opinião:
"Pouco habituada a ler policiais, cedo mergulhei nesta história muito por culpa da sua escrita. O autor tem um sentido de humor genial e dá um toque de ironia à obra que a torna diferente de tudo aquilo que li até hoje.
Tratando-se de um livro grande, numa fase inicial dei por mim a pensar que alguns dos factos narrados pelo protagonista não eram relevantes para a história. Contudo, acreditem em mim quando vos digo que TUDO tem um propósito e Terry Hayes não desperdiça palavras com temas sem interesse. Mais cedo ou mais tarde tudo faz um sentido e percebemos os caminhos seguidos pelo autor ao longo do livro. Esse é um dos pontos fortes desta obra!
Narrada sob o ponto de vista de um agente secreto, o Peregrino, a história viaja por vários países, começa no presente para de seguida recuar no tempo e nos dar uma perspectiva dos caminhos percorridos pelos personagens para imediatamente voltar ao presente. Esta foi a solução encontrada por Terry Hayes para nos mostrar o lado mais íntimo e pessoal do Peregrino, bem como do seu inimigo que ameaça o bem-estar de toda a população à face da Terra: o Sarraceno, um muçulmano extremista que não olha a meios para atingir os seus fins e que, fruto de uma inteligência ímpar, criou a arma perfeita para arrasar com o seu maior inimigo. De facto, o plano do inimigo é tão bom e o seu rasto tão difícil de seguir que dei por mim a pensar: "será que nesta história o bem conseguirá vencer?!".
Tal como referi, o livro leva-nos a vários países sendo o seu palco principal a Turquia. Para mim, esta foi a cereja no topo do bolo! Tendo tido a oportunidade de eu mesma viver nesse país há uns anos atrás, foi com prazer e saudade que revisitei uma nação pela qual nutro um carinho tão grande. Este foi o palco ideal para uma história intensa, repleta de mistério e detalhes inteligentes com uma fase final simplesmente electrizante. Os últimos capítulos foram tão emocionantes que dei por mim a ler até altas horas para descobrir como tudo iria terminar. É verdade que uma boa noite de sono é importante, mas quem é que consegue descansar quando tem uma história incrivelmente construída à espera?
Por isso mesmo, foi com algum prejuízo para o meu bem-estar que
desfrutei das quase 700 páginas de "Peregrino", pois não é todos os dias
que um policial me cativa, ainda para mais um policial cuja acção se
desenrola na Turquia.
No entanto, como no melhor pano cai a nódoa, não podia deixar passar um detalhe que não me agradou: o excessivo patriotismo de Terry Hayes é por demais evidente ao longo do seu livro e alguns comentários que tece, apesar de serem dirigidos aos muçulmanos extremistas, poderão incomodar um pouco as pessoas dessa religião. Foi uma jogada arriscada do autor. Vamos a ver se não recebe algumas mensagens menos simpáticas por parte de alguns leitores...
Tirando esse detalhe, esta foi uma obra que me encheu as medidas e fez acreditar que uma obra de estreia enorme e de um género que não costumo ler com frequência pode ser brilhante. Amantes de policiais, aproveitem pois não é todos os dias que uma obra assim aparece em Portugal!"
Por Mariana Oliveira
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