quinta-feira, 2 de abril de 2015

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Livro: A Viagem

 
Título Original: Le Voyage
Ano de Edição: 2015
Género: Novela Gráfica
Autor: Edmond Baudoin


Longe de poder afirmar que estou familiarizada com novelas gráficas, foi com agrado que me aventurei por estes meandros através da conceituada obra "A Viagem" de Edmond Baudoin.


Sinopse:
"Um belo dia, Simon um empregado de escritório parisiense, abandona a mulher, o filho, a casa, o emprego e a sua cidade, para partir numa viagem pela França, à procura de si próprio. Uma viagem poética, contada pelo traço sensual de Edmond Baudoin, e galardoada em 1997 com o prémio para o Melhor Argumento no Festival de Angoulême."


Opinião:
A máxima "primeiro estranha-se depois entranha-se" não podia aplicar-se melhor a esta obra. As primeiras páginas custaram-me imenso a ler fruto da decisão peculiar do autor de alterar a cabeça do protagonista consoante aquilo que este pensa. Confusos? Basicamente, se Simon pensar num gato no topo da sua cabeça, como que fazendo parte dela, surgirá um gato... e assim por diante. Contudo, ultrapassado este obstáculo inicial, consegui "entrar" na história deste autor francês que, graças aos seus traços semelhantes ao estilo de desenho japonês, conseguiu penetrar no exigente mercado do país nipónico.
A história é comovente. Longe de estar repleta de reviravoltas, é simplesmente uma introspecção acerca da vida, daquilo que realmente importa e como a nossa forma de ver o mundo pode ser moldada por pequenos detalhes.
A determinada altura fiquei bastante comovida com o rumo que a trama tomou e adorei a forma como Baudoin conseguiu, em algumas páginas, dizer através dos seus desenhos muito mais do que aquilo que quaisquer palavras conseguiriam transmitir. Senti-me uma companheira de viagem de Simon e consegui identificar-me com algumas das suas questões e conclusões.
A cereja no topo do bolo está, para mim, na introdução deste livro onde João Miguel Lameiras explica como é que Edmond Baudoin conseguiu adaptar a sua obra ao mercado japonês para conquistar os seus habitantes, tão exigentes no que às novelas gráficas diz respeito. Para alguém como eu que sou completamente fascinada por esse país, foi com imensa curiosidade e satisfação que fiquei a conhecer um bocadinho mais dessa fantástica ilha.
Para quem gosta de novelas gráficas ou, como eu, não costuma enveredar por estes caminhos com frequência, aconselho vivamente esta obra que vos levará numa verdadeira viagem!


Por Mariana Oliveira

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