segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

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109ª Entrevista do FLAMES: Paulo Caiado (autor português)


Paulo Caiado


Paulo Caiado é gestor de empresas e ajudou a lançar algumas das marcas mais conhecidas de acessórios de moda. Aos 50 anos, decidiu tirar um período sabático e fazer as coisas que sempre quis fazer. Viajou, visitou amigos, criou para eles roteiros gastronómicos, fez voluntariado social e de cidadania ativa, estudou enologia, frequentou workshops de culinária, leu os livros que se amontoavam na estante e, finalmente, ganhou tempo para escrever o seu primeiro romance. Escreve sobre a vida na sua página Um Momento Meu e divide os seus tempos livres entre a praia da Foz do Arelho, com a sua bela lagoa de Óbidos, e o Alentejo profundo. Adora conversar à mesa perdendo a noção das horas. Tem quatro filhos e um milhão de amigos. Estar com eles é a sua grande paixão.

O seu Filme preferido: Eu dou muita importância à vida do quotidiano. Também sou um pouco romântico e tento ir buscar essa parte romântica, à vida real e ao quotidiano. Por isso, dos filmes que eu me lembro com mais prazer e que eu veria vezes sem conta, não são propriamente as obras-prima do cinema, mas aquilo com que eu mais me identifico. Nomeadamente, Nothing Hill, Quatro Casamentos e um Funeral, Pretty Woman… 

O seu Livro preferido: Livros… os livros que mais me marcaram foram os da minha infância, não foram os da idade adulta. Foram, Coração de Edmundo de Amicis, O Meu Pé de Laranja Lima de José Mauro Vasconcelos, O Principezinho de Antoine de Sant Exupéry, O Homem que Plantava Árvores do Jean Giono. Depois, mais à frente, tudo do Fernando Pessoa, tudo do Eugénio de Andrade e da Sophia de Mello Breyner e gosto também muito de Steinbeck e Hemingway. 

O seu Anime e Manga preferidos: Akira, Evangelion, Appleseed Ex Machina e (a minha branca) Ghost in the Shell. Tenho de tudo, tenho os filmes todos, tenho os livros todos, tenho prateleiras cheias. Tenho uma estante só dedicada à cultura japonesa. Quando chegar a casa até te tiro uma foto para tu veres, com os bonequinhos e tudo (risos). 

O seu Espectáculo/Evento/Programa de Entretenimento preferido: Tantos… eu gosto de tanta coisa diferente. Para mim aquele evento importante é o Grande Prémio do Mónaco. O Optimus Alive, a Volvo Ocean Races, que agora há em Portugal, uma prova de vela, um Benfica-Porto (só para te chatear…). Mas terá de ser no estádio, eu não vejo na televisão. Um concerto para a vida, Lenny Kravitz, eu parecia o único homem no meio de tanta mulher, credo. Um concerto para as mulheres mas adorei. Um concerto que eu não fui e queria ter visto AC\DC, a minha banda preferida. Tens aí alguma pergunta para a minha banda preferida, AC\DC? Para essa dos eventos propunha o seguinte, diz-me uma cidade e eu digo-te um programa para cada cidade. A sério… 

Numa cidade italiana por exemplo... 

Eu tenho os meus próprios eventos em Itália. Fui ver os Três Tenores em Milão, ao vivo. Fiquei ao lado da Naomi Campbell. Trocámos de telefone e tudo, nunca lhe telefonei, nem ela a mim, para meu desgosto (risos). Lançamento da Dolce & Gabana na Ilha de Capri, que foi uma coisa fabulosa. Um lançamento também da Dolce & Gabana na praia privada do Westin na ilha do Lido em Veneza. Um outro fantástico, estar num bar espectacular em Vicenza. A minha noite preferida em Itália, Vicenza à noite. 

A sua Série preferida: O Sexo e a Cidade e o Californication.

Para começar a entrevista pensei numa pergunta, mas eu acho que já falámos tanto sobre isso, que já soa um pouco a repetição. O que eu gostaria de saber é até que ponto este livro é autobiográfico.
Vou-te começar a responder como deve ser. O livro tem um pouco de autobiográfico, mas eu acho que toda a gente o sentiria biográfico. Na medida em que, a mensagem que eu mais recebo, mesmo em privado de quem o lê, é “eu revi-me num personagem”, “eu revi-me numa determinada situação”. Se autobiográfico é só para quem o escreve, tem umas coisas autobiográficas e outras biográficas, se também é para quem o lê, acho que é para muita gente autobiográfico. Porque as pessoas revêem-se em muitas personagens ou em muitas das situações. Eu não acredito nos escritores que dizem que os personagens não têm nada de si. Eu acho que todos os personagens são alter-egos, de uma parte de mim. A história em si é que não foi assim. São retalhos de histórias minhas e histórias de outras pessoas. Apesar da teia que eu construí, não ser real, os pedaços daquele puzzle são todos reais. Não estão é pela ordem certa, nem pelas pessoas certas. A melhor mentira é aquela que é construída com pedaços de verdade e um romance, sendo uma ficção, não passa de uma mentira. Quanto mais verdades conter mais credível se tornará.

No livro aparecem vários casais. Eu gostava de saber, qual deles é que tem a relação mais interessante, no seu ponto de vista. 
A mais divertida de escrever foi a do Marcos com a Catarina. A mais complexa foi a do Lucas com a Diana. A mais fácil de saber como é que iria acabar, foi a do Marcos com a Catarina.

Mas já sabia que iria ter aquele final? 

Não. No dia antes não sabia, mas vi que era a conclusão lógica. Para poder eternalizar aquele amor. Eu não podia honestamente pensar que iria durar para sempre, porque… o que é que iria ser daquele amor daqui a 10 anos? Eu acho que nas relações as diferenças de idades não contam nada mas, como eu digo lá num dos capítulos, só até determinada altura. Acho muito complicado numa relação em que o homem tenha 70 e a mulher tenha 40, por exemplo. Porque acho que há uma perca, embora eu veja cada vez mais homens a chegar aos 80 fantásticos, mas acho que há uma perda da resistência física. Não estou a falar em termos de sexo, porque hoje em dia com os comprimidos… acho que os comprimidos para os homens tiveram a mesma importância em termos de auto-estima e de ego como as operações plásticas tiveram para as mulheres. Ou seja, permitiu aos homens estender mais a sua vida sexual e isso em termos de auto-estima para os homens foi muito importante. Um dia os homens na terceira idade utilizarão os viagra de forma banal, prescrito pelos médicos. Assim como hoje as plásticas começam a ser indiferentes para as mulheres. Mas não é tanto por aí que podem existir rupturas, eu acho que é pelo desempenho quotidiano, acho que a resistência tem a ver com a vontade de socializar, de sair à rua… uma mulher de 40 são os novos 20, as mulheres de 40 ou 50 anos de hoje, são as mulheres de 20 anos dos anos 60. As mulheres de 50 anos de hoje vestem o mesmo que as filhas vestem, fazem tatuagens, usam fio dental na praia, vão aos mesmos concertos, vão às mesmas discotecas, já quase não se vê a diferença. Por isso as mulheres hoje aos 50 sentem-se tão vivas, tão novas, como estavam aos 20 anos. Por isso não vejo grandes complicações nas diferenças de idades nas relações, excepto quando as coisas começam a ser tão diferentes porque não gostam de ter as mesmas actividades sociais… os mesmos gostos, as saídas nocturnas… a menos que encontrem alguém que seja muito semelhante, pessoas que gostem mais de estar em casa, que sejam mais caseiras ou isso, nesses casos não. O José Saramago e a Pilar não tiveram muitos problemas, porque se calhar eram pessoas que gostavam de ficar no seu cantinho, a ler os seus livros, a conversarem, a passearem o cão pela manhã… Não eram de grandes vidas sociais, de muita animação e portanto, não tiveram esse problema, esse choque de idades que muitas vezes há. Eu acho que é só esse ponto que faz as fricções… já me estou a alongar, mas eu também disse isso no livro. 
Eu não vejo diferença na maturidade de uma mulher aos 25 anos, depois da universidade, de uma mulher de 50 ou 60, pelo contrário, até as vejo como menos complicações e com menos problemas na cabeça. E por outro lado, também em termos de cultura também já têm uma bagagem suficiente para serem muito interessantes a conversar. Depois, a partir daí, é sempre a ganhar. Como vão ganhando mais cultura é sempre a ganhar a partir daí. Eu não acho que as diferenças de idades tenham algum efeito, mas é muito divertido fazer estender a nossa vida sem parecer infantil. Há coisas que se calhar depois parecem anacrónicas, se calhar eu não me sentiria bem a vestir calças com rasgões ou coisa assim, mas isso sou eu… se calhar outra pessoa até gostaria de ver e poderia ficar-me bem. Eu tenho amigos meus que se recusam a vestir uma camisa, usam pólos.. 
O Marcos em termos de vivência tem coisas de mim, mas em termos de caracterização são 2 ou 3 amigos meus, que têm escola de vela, têm ginásios, têm essa vida. Recusam-se a usar uma camisa e uma gravata. Nos casamentos para eles é complicado usar uma gravata e vivem, se for possível, de ténis toda a vida e são assim… Não estão preocupados com muitas coisas, nem com políticas nem com economias nem nada disso. E é verdade também que, só depois de vez em quando é que encontram mulheres da idade deles que conseguem ter ritmo para os acompanhar e eles acabam muitas vezes por se envolverem com pessoas mais novas porque têm pedalada para eles. 
De qualquer das formas, tenho de proteger alguma da minha privacidade. Por isso acabei por criar uma ficção e não seguir a minha vida. Talvez eu gostasse de ter colocado algo mais pessoal no livro mas isso foi o preço que eu tive de pagar para poder escrever, porque a minha vida não é só minha. Algumas personagens que aí estão são pessoas que conheço, mas com muito fotoshop. A Diana, por exemplo, não era a pessoa perfeita, senão as coisas até tinham dado bem com o Lucas. Há muitas coisas erradas, só que eu não quis dar essa imagem, quis mostrar o Lucas como um miúdo crescido, que não sabia o que queria da vida e que deu cabo de um casamento por não saber o que queria da vida. O Lucas vive mergulhado num dilema, entre o Amor e a Felicidade. Ama mas não é feliz. E isso condiciona todo o seu comportamento que se torna errático. A Diana era a pessoa sensata, que sempre teve a cabeça no sítio… uma amiga minha disse assim: 

Aquela tua história é impossível, tens lá um personagem que não existe que é a Diana. Porque as pessoas mudam e a Diana nunca mudou em 3 anos. A Diana de certeza que teve casos, ou coisa assim, ou então não estava para aturá-lo mais, não ia correr o risco de voltar a acontecer o mesmo. A menos que não estejas a contar a história toda… 

E eu respondi-lhe: 

A história foi escrita por mim, não pela Diana. Eu tenho direito de pôr os defeitos todos do meu lado e criei um Lucas que não sabe o que é que quer da vida, que andava para trás e para a frente, que não fazia nem deixava fazer. Ou seja, não começava uma relação com ninguém, mas também estava ali sempre presente, e quase não permitia que a Diana começasse uma relação. E por outro lado tem uma Diana que se limitou a esperar, a dizer “olha ganha juízo e depois cá estou eu para ver se tu ganhaste ou não ganhaste e se eu achar que ganhaste, vamos lá começar outra vez e à minha maneira.” 

E a Diana não muda nada do princípio ao fim. A razão da separação é porque ela não o acompanhava porque ela era completamente diferente e no fim não se diz que ela mudou. Ele é que vai ter que aceitar que a vida é assim. Ele é que vai ter de fazer as cedências todas. Tu dizes assim: “Eu não gosto do Lucas”, mas quem escreveu o Lucas fui eu, eu é que sei os defeitos que ele tem. Este foi um livro escrito para homens, eu queria pôr em foque os defeitos do Lucas. Portanto eu não podia ter nada que o justificasse. A única coisa que se podia dizer para além da Diana é que ela é assim… “oh, não fez nada pelo casamento porque ela é inflexível” mas tirando isso ela não fez nenhum disparate, ela não saiu de casa, ela não andou com outros, não… ela sempre foi assim. E porque eu queria que ela fosse uma pessoa quase neutra nesta história, para se meter todo o enfoque naquele ciclo do Lucas, dum ponto ao outro. No fim as pessoas acabam por gostar do Lucas.

Eu não. Acho que o Lucas está ali carregadinho de defeitos e depois temos aquela Diana um bocadinho passiva que diz: “Pronto, está bem…” 
Ela não lhe diz que sim, ela nem lhe responde aos mails…


Exacto, mas no fundo estar a dizer “Volta para casa”, é estar a dizer “Ok pronto” 

Mas ela só diz isso, nas últimas das últimas, porque eu tinha de acabar o livro, não podia ter o livro com 800 páginas. Na altura tive de antecipar o final. Só por isso, senão continuava assim...Se calhar ainda hoje andariam, não sei…

Há um capítulo em que fala num outro livro, que é o livro “Os 30” da Filipa Fonseca Silva e relativamente a isso eu tenho duas perguntas distintas, a primeira é se acha que as pessoas devem ir ler “Os 30” e depois ir ler o seu. E depois queria saber se a autora soube desta referência, se leu o livro, se lhe disse alguma coisa… 
Não acho que devam ser lidos assim obrigatoriamente. Eu não sei se ela leu o livro, eu ofereci-lho, mas ela nunca me disse nada sobre ele. 
Eu comprei “Os 30” exactamente pelas razões que descrevi no livro. Ela estava a ser entrevistada pelo Alvim juntamente com outra escritora, que é uma terapeuta familiar e tem um livro com uma referência aos 40 e que agora tem um outro livro qualquer. E o Fernando Alvim no fim [isto era na rádio eu ia de carro e estava a ouvir] e ele disse que tinha sido um prazer apresentar os seus livros porque elas eram muito bonitas. Foi tal e qual isto. (risos). Eu sempre gostei de ler estes livros, dos 20, dos 30, dos 40, eu leio muitos livros sobre relacionamentos, tanto que um dos meus autores favoritos é o José Gameiro, que é psiquiatra, doutorado em psicologia e terapeuta familiar e tem vários livros editados.

Sim, o José Gameiro é uma pessoa muito importante na minha área. Conheço bem o trabalho dele...
Ele é amigo de amigos meus, eu tenho amigos psicólogos, que adoram aquilo que eu escrevo e tenho-os como amigos comuns de casa, de os receber em casa… Então tenho todos os livros do José Gameiro e ele é uma das minhas grandes referências naquilo que eu escrevi. Nomeadamente “Até que o Amor nos Separe”, que é um livro que reúne umas crónicas que ele escreveu, sobre o “Manel e a Maria”. E esse livro foi o que mais me marcou talvez para escrever este, esse do José Gameiro. No caso d`”Os 30” achei que era um livro muito ligeiro, de literatura light, o que não é nenhum defeito. Eu não abdico, é um livro muito ligeirinho… mas que me fez pensar que se há alguém que consegue escrever sobre os 30 eu também conseguiria escrever sobre os 40. Mais à minha maneira, com mais profundidade, porque eu não escrevo coisas, eu escrevo sobre as coisas. Eu tenho de dissecar aquilo tudo… 
Mas se o livro que mais me influenciou foi o do José Gameiro, o livro que me fez pensar que consigo escrever sobre os 40 foi esse livro “Os 30”. E como sou uma pessoa muito grata, mesmo com coisas muito ligeirinhas da minha vida e como gosto de mostrar a minha gratidão, daí que achei piada fazer referência ao livro. No fundo, era quase como se eu, através do meu livro, estivesse a promover o livro da Filipa, sem a conhecer de lado nenhum. Eu acho que muita gente vai ler o livro e depois vai comprar o livro dela. Eu agradeci-lhe no fim sem a conhecer. Entrei em contacto com ela antes do livro sair para saber como é que eram os passos com as editoras e isso... e depois enviei-lhe o livro e quando saiu o livro ela fez uma referência ao livro no seu blog a dizer algo do género “…que giro, escreveram sobre o meu livro noutro livro…”. Mas não mencionou nada sobre o livro porque ainda não o tinha lido. E se realmente eu não tivesse lido aquele livro, eu nunca pensaria que também seria capaz de escrever um. Eu não queria que o meu livro fosse de uma literatura light, eu queria mesmo escrever sobre as coisas, ir lá mesmo ao fundo. Por isso é que há aquelas reflexões no livro, sem essas reflexões o meu livro era completamente light. As minhas influências são filmes muito lights mas que me levam a pensar nas coisas e sobretudo me levam a dissecar sobre as coisas que o realizador obviamente não incluiu para não complicar a história . Por isso é que te disse que todos os filmes do Hugh Grant são filmes que eu adoro ver e adoro ver com alguém. São filmes que não trazem uma grande profundidade mas que falam de amores giros, com muitas complicações mas com amores giros. Eu estar a falar dele ou do Rock Hudson e da Doris Day nos anos 50 que seria igual, eram casais a fazerem muitas confusões até que aquilo dá tudo certo. E consigo extrair dali o importante para conseguir escrever alguma coisa. Depois há séries como O Sexo e a Cidade que de alguma forma me influenciaram, que tem muito a ver com aquele cenário, que metem cenas do quotidiano e reflexões sobre a nossa vida e os nossos afectos… que fica cá dentro. E eu vou sempre escrever sobre isso, não vou escrever ficção científica nem fantástico, não vou, porque se eu um dia escrever um conto infantil, escreverei aquilo de maneira a que os adultos também possam ler e pensar. 
Todos os meus livros vão ser assim, casais, conflitualidade entre casais… Vou lutar muito por causas, coisas que eu acho muito importantes e que eu quero incluir nos livros. À medida que eu for tendo nome vou-me sentido à vontade para defender algumas causas, porque as pessoas vão começar a ouvir… Quero falar sobre a sexualidade, a homossexualidade, a transexualidade, eu quero é que as pessoas sejam felizes! O único objectivo da vida é ser feliz e fazer feliz aqueles que nós amamos e uma coisa depende da outra. Nós só somos felizes se as pessoas que amamos são felizes e nós só conseguimos fazer felizes as pessoas que amamos se nós também formos felizes, esse é o sentido da vida. E desde que nós não passemos por cima dos outros, não atropelemos as outras pessoas, temos todo o direito a fazer tudo o que for possível para ser feliz. Se é a mudar a nossa vida radicalmente, seja no plano pessoal, seja no plano profissional fazêmo-lo, se é assumir uma homossexualidade fazêmo-lo, se é a mudar de sexo fazêmo-lo… Não estamos a magoar mais ninguém, se magoarmos alguém é só a nós próprios, não estamos a estragar a vida de mais ninguém. Podemos estar a estragar a vida de alguém mais preconceituoso, ou de amigos preconceituosos, mas na realidade não estamos a estragar a vida deles, não afectamos a vida deles. E eu como sou absolutamente hétero estou à vontade para poder defender estas causas. Eu não defendo só uma causa, que é o direito à felicidade e se o direito à felicidade reside num homem de 50 com uma mulher de 30, ou numa mulher de 50 com um homem de 30, como tem aí um capítulo sobre uma escritora, a Marta Perdigão, é assim que tem que ser. As pessoas têm todo o direito a ser felizes, a experimentar.

Isso foi o que o Lucas disse no livro. 

Eu sou muito do Lucas, gostes ou não gostes do Lucas eu sou muito do Lucas. 

Mas o Lucas é muito narcísico... 

O Lucas é extremamente egocêntrico e eu também sou um pouco, não no sentido egoísta que não sou de todo mas no sentido de achar que sou um iluminado e vejo as coisas antes dos outros (risos).

Ai sim? 

Sim. Mas tenho a parte altruísta que me compensa. É curioso, se tu fosses às Caldas e estivesses com os meus amigos, eles diziam-te um bocado isso. Eu sou um pouco egocêntrico, no sentido em que sou teimoso, tenaz… No sentido de achar que as coisas têm de ir assim e vão assim e isso foi o que me trouxe até aqui. 
O texto que mostra o que eu sou, é aquele logo no início a dizer “eu não sou cinzento”. Esse sou eu, a 100%, estou ali a 100% naquele texto. Mas a parte que eu me tento redimir da minha parte egocêntrica, é que eu estou sempre com atenção à minha volta, a ver se os meus amigos precisam de ajuda, se posso ajudá-los e a suportar causas sociais.


O maior narrador do livro, é o Lucas. E ele gosta muito de velejar… e grande parte do livro debruça-se sobre isso, também gosta de velejar, certo? 

Gosto muito de vela mas sou um católico já pouco praticante.

Gostava de saber como é que essa paixão começou… 
Eu sempre tive a paixão do mar porque nasci junto ao mar. Acho que no segundo dia já estava na praia, depois de ter nascido. Tenho lá fotografias minhas com poucos dias. Recordo-me que a minha filha Maria, eu não devia dizer isto, mas meti-a num barco à vela com umas semanas de vida. E tive sempre muita ligação com o mar, sobretudo no período universitário em que eu tinha amigos que tinham veleiros e ainda velejei com eles. Um deles tinha um Swan e fazíamos constantes saídas. Eu nunca tive um barco mas sempre vivi perto do mar e tenho amigos com uma escola de vela em que eu posso usufruir dos barcos e onde aliás há muitos anos tirei um curso de hobie cats já que a minha experiência vinha apenas dos veleiros, mas nos últimos tempos falta-me a companhia certa para velejar, é preciso alguém que seja uma boa companhia. Depois tenho uma paixão muito grande pelos veleiros e por isso, como o livro tinha muita coisa minha eu não quis deixar de referir aquele capítulo em que fala do Santa Maria Manuela porque toca-me muito e isto é real, como todas as histórias do livro. Eu estava por acaso na Costa Nova, na Gafanha, quando o Santa Maria Manuela saiu pela primeira vez para fazer o teste de velas. Foi uma coisa deslumbrante, eles a abrirem aquelas velas todas, foi uma coisa fantástica… e o Santa Maria Manuela!! Acompanhei o processo todo do barco! Eu ia lá e via o barco abandonado na areia e aquilo fazia-me imensa impressão o casco, que na altura era azul, lá exposto ao vento e ao areal… E de cada vez que vêm cá veleiros a Portugal eu vou a correr vê-los, eu sou mesmo fascinado pelos grandes navios veleiros, portanto é uma paixão.




E a escrita quando é que se tornou uma paixão? A escrita mesmo, não a leitura… 
Sim, a escrita foi por fases. A primeira vez foi na altura da universidade em que eu escrevi muito. Infelizmente não guardei muita coisa desse tempo. 

A universidade foi em Coimbra? 
Não, foi em Lisboa, a Católica de Lisboa. 

Pensei que tinha sido em Coimbra… 
Não, foi em Lisboa e depois fui viver 5 anos para Coimbra. Depois embrenhei-me na vida profissional e isso ficou para segundas núpcias. Não por falta de tempo, porque escrever nunca se pode dizer que é uma falta de tempo, eu não tenho a compulsividade de alguns escritores. É disciplina, o que também é importante (risos). Eu sei que tenho muita vontade de escrever. Por exemplo se me dissessem para escrever uma crónica diária para um jornal, eu escrevia! Não tenho esse problema. Eu consigo mesmo escrever e se me puserem agora um tema eu consigo escrever agora sobre esse tema. Não tenho é assim essa compulsividade. Apetece-me escrever escrevo, se não me apetecer não escrevo. E depois é um bocado como os golos do Ronaldo, quando eu começo a escrever aquilo sai um texto todos os dias, nunca mais acaba. O Ronaldo diz que tem os períodos do Ketchup, aquilo quando começa a marcar, sai tudo duma vez, é um bocado isso. Eu na escrita é um bocado a mesma coisa, tenho fases em que escrevo muito, muito intensamente e depois tenho meses… Como o verão que para mim é terrível. Raramente escrevo no verão, porque no verão só me apetece mar, praia e ar livre.

Descanso...
Não, não, porque a escrita para mim é um descanso. Em relação ao prazer, falaste no prazer de ler e escrever, e para mim o prazer de ler e escrever é indiferente, é completamente a mesma sensação. Eu quando estou a escrever não sei o que é que estou a escrever, não sei o que é que vou escrever a seguir. Eu tenho as coisas em sinopse, eu não tenho tudo escrito. E então é um prazer fantástico eu estar a descobrir o que é que vai acontecer. Eu antigamente ouvia os escritores dizerem isto e eu não estava a perceber bem, achava que aquilo era uma vaidade deles dizerem “ah, os meus personagens ganham vida”, e eu nunca tinha percebido isso. Depois percebi, porque realmente eu depois nunca sei o que é que vai acontecer a seguir. Se bem que eu seja muito organizado. Por exemplo, eu tenho uma facilidade em escrever agora um livro fazendo assim, delineava a história. Escrevia uma sinopse de cada capítulo e depois era só escrever os capítulos. Isso tem uma vantagem porque eu depois posso escrever sem sequência. Eu não escrevi este livro em sequência. Às vezes cansava-me de um personagem, ia para outro capítulo escrever sobre um outro e depois voltava outra vez àquele. O refresco era o Marcos. Comecei a perceber que não tinha escrito muito sobre o João e a Cristina e então fiz aquele capítulo do João e a Cristina na cama. Depois percebi que não tinha falado muito sobre as mulheres, porque eu queria escrever sobre as mulheres deste livro e então escrevi aquele capítulo sobre a saída nocturna das mulheres. Então andava assim, com peças de um Lego que eu vou pondo e tirando e encaixando. Não preciso de estar a escrever em sequência, porque como tenho a sinopse sei como é que aquilo tem de se pegar tudo.


Interessante… Então e o que é que este livro tem trazido de bom e de diferente à sua vida? 

O livro foi uma continuidade dos meus blogs e da minha página do facebook. Mas mais dos blogs, em que tinha mais reacção, falava mais com as pessoas… Aquilo que mais me faz feliz é saber que aquilo que eu escrevo toca nas pessoas e que mexo com elas. Às vezes é assustador, porque às vezes tomam decisões baseadas naquilo que lêem e isso é muito assustador porque eu não tenho qualificações depois para dizer o que devem fazer. Eu não sou terapeuta familiar, não sou psicólogo, não sou psiquiatra, não tenho essas competências. Nos livros eu estou a falar de mim, eu estou a dizer “comigo é assim”, “eu penso nisto”. Mas eu não tenho o dom da verdade, cada um sabe de si e sabe o que é melhor para si. Eu apenas conto a minha história e a história dos que me estão próximos: os meus amigos! O que eu quero é que as pessoas peguem nisso e reflictam. Mas depois as decisões são elas que têm de tomar. O melhor que o livro me trouxe foi as mensagens que tenho em privado, que infelizmente não posso tornar públicas. Gostava que as pessoas vissem aquilo que eu toco nas pessoas. 
Quero que o meu livro seja um livro que uma pessoa ao falar nele diga: “tocou-me”, “mexeu comigo”, “fez-me chorar, fez-me rir”, “fez-me reflectir na minha vida”, “fez-me tomar decisões”. Isso é o que eu quero. Eu não quero ser o mago da literatura, eu não quero ganhar prémio nenhum, o meu prémio é as pessoas dizerem “eu chorei porque isto era a minha vida”. Percebes? Eu não quero… eu não tenho a pretensão de competir com os grandes escritores que temos cá em Portugal. Eu quero ter o meu espaço, e o meu espaço é que as pessoas não se sintam sós, que saibam que há alguém que pensa como elas (escrevem-me tantas vezes este desabafo!) Se eu conseguir atingir muita gente assim, fantástico. Mas eu gostaria mais de atingir o prémio coração, ou o prémio empatia do que o prémio Leya ou o prémio Nobel, ou coisa assim. Quero chegar a muitas pessoas. Se tivesse que fazer essa escolha (que até é absurda) diria que prefiro vender muito porque é sinal de que gostam do que escrevo do que receber um prémio de qualidade literária.

Ligado a isto, qual é que foi o maior elogio que recebeu, para o livro?
De uma senhora que me mandou uma mensagem e que eu não conhecia de lado nenhum e que disse: 

"Eu comprei o seu livro às 4 da tarde e são 7:30 da tarde e ainda não parei de chorar." 
E mais três pessoas no mesmo dia, conhecia uma, as outras duas não conhecia que me disseram: 

"Acabei de ler o seu livro e vou começar a lê-lo outra vez." 
Eu no outro dia estava numa tertúlia com outros escritores e estávamos a falar com o público num sábado à noite. Havia uma senhora escritora que dizia: 
"A coisa que eu mais gostaria de ter, que ainda não tive, e que para mim era melhor que qualquer prémio, era um dia eu entrar no comboio ou no metro e ver uma pessoa a ler o meu livro." 
Eu cheguei a ter 7 pessoas ao alcance da vista da praia a ler o meu livro. Portanto, isso já eu passei logo pelos primeiros dias, pessoas a virem, a pararem o carro com o livro e virem pedir-me dedicatórias. Ainda no fim de semana passado, durante o Fólio, aconteceu-me isso em Óbidos. Houve pessoas a saírem das lojas com o livro explicando-me que o têm consigo para lerem nos intervalos das entradas de clientes. Há pessoas que têm o livro no carro porque lêem à porta da escola ou dos pavilhões desportivos enquanto esperam pelos filhos e isso. E já fui interpelado na rua e a pedirem-me dedicatórias, já passei isso tudo, não é isso que me toca mesmo… o que me toca é ouvir: 
"Acabei de ler o livro e vou começar outra vez." 
Da parte dos meus amigos, eu sei que tu não perguntaste isto mas… da parte dos meus amigos o mais giro é dizerem: 
"Este livro és tão tu." 
Mas não é dizerem que eu sou o Lucas, não é isso. Eles percebem, eles sabem da minha vida e sabem que… não é a minha história… 
"És tu, tu és isto, nós estávamos a ler o livro e estávamos-te a ouvir."
Porque são homens e mulheres a dizerem- me o mesmo. 
"Parece que tu estavas a falar… eu estava a ler e tu estavas-me a ditar o livro ao ouvido, eu estava a ouvir a tua voz." "Este livro és tu, quem te conhece sabe. O livro se viesse sem nome sabíamos que eras tu." 
Ainda no outro dia estávamos na praia, aqui há um mês ou dois, éramos um grupo enorme na praia e já vários tinham lido o livro e estavam todos a dizer o mesmo: 
"É que quem te conhece sabe que és tão tu naquele livro, aqueles pensamentos, até a forma como tu te auto-criticas, quando tu dizes: Eu sei que quando começo a divagar, eh pá, sou uma seca e não sei quê…” 
E isso também é um elogio que os meus amigos fazem ao dizer: 
"Paulo, este livro és tu. É um bocado de ti que está aqui connosco." 
É a melhor coisa. E isso para mim, vindo das pessoas que gostam de mim! E eles não precisavam de dizer isto. É um elogio muito grande saber que eu consegui transpor-me tanto para o livro. Eu vou ser o primeiro a dizer: 
"Isso… eu não tenho nada a ver com o personagem. Tem tudo a ver com todos, mas tem a ver tanto com os homens como com as mulheres do livro. E até aquelas conversas entre as mulheres do meu livro foram de amigas minhas e aconteceram todas de verdade."

E os seus filhos? Já leram o livro ou acha que vão ler? 

Os meus filhos mais velhos julgo que sim. Eles não comentaram. (risos)

Mas não tem curiosidade em saber? 

Não, acho que há coisas que é melhor guardarmos uns dos outros. É como aquela coisa dos pais serem os melhores amigos para os filhos. É uma estupidez! Os pais nunca têm de ser os melhores amigos. Há coisas que nós não temos de saber dos nossos filhos.

A minha mãe diz sempre isso… 

Eh pá, eu não quero saber das cenas de sexo dos meus filhos nem nada disso, eu quero é saber o que eles sabem… Olha eu dizia sempre aos meus filhos mais velhos: - Eu não quero saber da vossa vida, eu quero é que respeitem as pessoas, não andem a brincar com elas. Agora, saber das relações, dos namoros, das saídas de fim-de-semana, pormenores? O quê? Eu não sou o seu melhor amigo, sou o pai, eu não quero saber dessas coisas. Não precisamos de saber de pormenores. Porque também já passamos por isso, portanto também já nós os conhecemos. Eu não preciso de saber isso, eu preciso é de saber se cumprem com determinadas coisas, que é o respeitar, dar-se ao respeito, ser respeitado, tomar precauções, claro! Essas coisas todas… Agora de resto cada um tem a sua vida para viver, nós estamos cá como ampara quedas, como…

Almofadas?
Se for preciso, pelo menos à distância. Não é muito próxima porque precisamos dar espaço. Eu também não quero que os meus filhos se metam na minha vida, eu também tenho direito à minha privacidade. Eu uma vez num texto qualquer escrevi que a pior coisa que acontecia, era ouvirmos os nossos pais a falarem de sexo ou ouvirmos os nossos pais a terem sexo, deve ser uma coisa horrenda. Felizmente eu nunca passei por isso mas deve ser uma coisa horrível, chegar a casa e os nossos pais a terem sexo, a gente não os consegue imaginar nessa situação. Nós não queremos saber, é daquelas coisas que nós sabemos que eles têm porque nós nascemos de alguma forma mas não queremos saber, pronto, é a mesma coisa.


Pois, mas como no pequeno-almoço com bloggers tinha falado da sua mãe ir ler o livro e das amigas da mãe, eu lembrei-me o que é que os seus filhos pensariam… No pequeno-alomoço literário perguntaram se tinha havido algum tipo de auto censura. E o Paulo respondeu a rir que tinha cortado nos palavrões. Por isso me lembrei da opinião dos filhos...

As amigas da minha mãe leram todas e vêm ter comigo a dar-me elogios e todas quiseram uma dedicatória. E comovem-se com as minhas dedicatórias porque eu escrevo sempre nas dedicatórias uma história de vida. Eu nas dedicatórias escrevo para elas uma recordação que tenha com elas. Numa delas eu não me esqueci que em 1977 a minha mãe esteve muito doente. Eu fazia anos e a minha mãe estava acamada, não podia ter festa de anos e uma amiga da minha mãe fez-me uma festa, para mim. Mas ela é que fez mesmo os bolos, fez tudo, foi em 77 mas eu nunca me esqueci de uma coisa dessas e eu escrevi-lhe isso. Noutro caso de uma outra amiga, recordei-lhe as tardes em que passava com a filha dela em sua casa e que fazia coisas que nem ela se recordava e eu consigo condensar isso naquela página em branco que ficou para escrever isso tudo. A todas as pessoas eu vou ligar a um momento das pessoas. Ninguém me referiu nada sobre os palavrões que era o que eu temia (risos), mas tu sabes disso, quem não gosta não fala, portanto quem não gosta não vem ter comigo! Deixa-se estar. Também houve muitas amigas da minha mãe que não disseram nada, não sei se leram o livro ou não, também houve muitos amigos meus que eu não sei se compraram o livro ou não. Provavelmente até o leram e não gostaram, só que têm a simpatia de não o dizer… Só os que dizem bem é que falam. Também eu nunca vou saber se gostaram ou não gostaram.

Sei que há a possibilidade de se calhar vir a continuar este livro ou pelo menos haver essa hipótese. Podemos esperar isso ou há outras coisas em mente… 
Eu estou indeciso… a minha primeira ideia era continuar este livro, só que...

Mas com as mesmas personagens, as mesmas histórias…?
Com as mesmas personagens, porque isto passa-se em 2011 e eu já fiz isso de propósito. Como é que é 4 anos depois? Só que, ainda é muito cedo para eu escrever a história do Lucas e da Diana. Mas tudo vai depender também do sucesso do livro, se o livro não for um grande sucesso, também não fico a saber se as pessoas querem que eu continue neste registo ou querem que eu continue a escrever. 

Esgotou a primeira edição…
Isso não me diz nada.

Eu acho que diz.
A questão é, tu vais dizer, “és muito exigente”, “é a primeira vez”, “tu não és a personagem de um Big Brother”, “não és um locutor da televisão”, “não apresentas um programa”, “tu és um desconhecido completamente”, “tiveste uma editora que te pediu o romance, tens uma editora que editou o teu romance, não pagaste nada por ele e para já, já vais na segunda edição, só tens de estar contente”, ok. Mas eu sou muito exigente comigo próprio, isto para mim não me chega. Qual é a parte boa disto tudo? Foi o ter tocado nas pessoas, que é o que eu ouço de retorno. Foi ter-te conhecido! E é a possibilidade de ter corrido tão bem, para que eu possa escrever um segundo livro. Mas também te digo uma coisa, eu não sou escritor e não tenho aquela tal compulsividade de escrita. Não sinto a obrigação, nem comigo próprio de escrever um outro livro. Se me perguntares assim, “vais escrever”, pronto, irei escrevê-lo para mim. Se vou coloca-lo no mercado, não sei, depende. Sabes que a pergunta mais estúpida que me faziam quando eu lancei o livro foi no dia em que eu ia lançar o livro, perguntarem quando é que eu ia lançar o próximo. O que era uma coisa absurda. Agora a segunda pergunta que todos os meus amigos, sem excepção, me faziam era de quanto é que foi a edição. Que é uma coisa muito frustrante. De resto, a editora foi fantástica. Eles próprios me disseram, 
"Paulo, se você tiver algum problema com alguma livraria, que não o encontre, diga-nos que depois nós arranjamos forma de lá o colocar." 
Bertrand, Fnac, Almedina, Bulhosa, Barata, Leya, Continente, Worten, Jumbo, Pingo Doce, Note, Press Center… o livro está em todo o lado, não me posso queixar. Tenho que estar muito agradecido pelo facto de estar colocado em todo o lado. Isso já é uma prova de confiança do caraças. 

O que é que sente quando entra numa livraria e vê o livro à venda? Não é estranho? 
Vou ver se ela está bem exposto (risos

Não acredito, é verdade? 
Mas sabes que as minhas amigas fazem mesmo isso? Oh pá mas fazem mesmo. Chegam a mudar o sítio do meu livro, sem que ninguém esteja a ver. 

Sim, percebo, porque eu faço o mesmo com os autores que gosto mais. (risos
O livro está mesmo em todo o lado em todo o país e sempre bem exposto e nas Caldas da Rainha, a minha terra, fizeram o máximo que podiam sobretudo na Bertrand, nos supermercados eles não têm uma grande ligação com os livros e é como expor vegetais, temos de lá ir pedir para exporem melhor. Mas na Bertrand, estive sempre na montra… O meu livro era sempre o mais vendido. Esgotava sempre ao fim de uma semana. Por exemplo, na Bertrand de Torres Vedras, e eu não conhecia ninguém em Torres Vedras, havia uma coluna só com os meus livros. E eu perguntei o porquê e eles responderam-me que aquele era o top de Torres Vedras. “Esse é o Top nacional, mas o nosso Top é este, é este o que as pessoas mais procuram, e esse é para aqui”. Foi muito giro. 

Muito obrigada ao autor Paulo Caiado pela disponibilidade. O FLAMES continuará muito atenta ao trabalho deste autor!

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