Marine Antunes
Marine Antues é a jovem autora do livro “Cancro com Humor” editado pela Livros de Ontem. Sobreviveu a um linfoma aos 13 anos e é a criadora do projeto Cancro com Humor e fundadora e Presidente da Associação Cancro com Humor, sem fins lucrativos. Dá palestras, é criativa num projeto da COOPJOVEM, é letrista, escreve teatro e dinamiza diferentes atividades e projetos para os doentes oncológicos.
Vamos conhecê-la um pouco melhor.
Página facebook: https://www.facebook.com/CancroComHumor
Qual é a sua nacionalidade: Portuguesa
O seu Filme favorito: É
díficil escolher O filme - Antes do Amanhecer e Divã.
O seu Livro favorito: Ensaio sobre a Cegueira e agora, li recentemente um que ficou no meu top
10 - Gayvota de Guilherme de Melo.
O seu Anime favorito: As Navegantes da Lua! Todas!
O seu Manga favorito: O
Samurai X! Graças a ele, e à séria "Xena a Princesa Guerreira", fui
treinar karate.
O seu programa de Entretenimento favorito: Adoro
espetáculos de humor e de stand-up comedy ao vivo; vibro com teatro e música ao
vivo mas cada vez estou mais apaixonada pelos espetáculos de improviso que se
fazem cá dentro e lá fora.
A sua Série de televisão favorita: No
Limit, Modern Family. Existem outras séries que também gosto muito mas estas
duas representam o diferente humor que gosto, o mais light e o mais negro.
Como nasceu este projecto e porque
é importante falar de cancro com humor?
Este
projeto nasceu como uma ideia, ainda meio vaga e abstrata. Sabia que gostava de
escrever, comunicar e de humor e quis fazer isso tudo, num só projeto. Depois,
ao perceber como era urgente falar de cancro sem medo, e de perceber que este projeto
era arrojado e pioneiro, decidi torná-lo público. Falar com os doentes.
Mostrá-lo ao mundo. Em texto, na oralidade e nas atividades criadas pela
Associação que fundei. Falar de cancro com humor é fundamental para os doentes,
para os médicos, para os que apoiam os doentes. As pessoas têm tanto medo,
tantas reservas que tornam o tema ainda mais pesado, dificultam o processo de
cura, tornando tudo mais escuro e difícil. Ajudar a que as pessoas se exprimam
e que não tenham medos nem preconceitos com os doentes é, para mim, essencial.
Tendo em conta o título que deu ao
livro, não teve medo de críticas negativas ou de não ser levada a sério?
Não
ligo muito a críticas mas também não ligo muito aos elogios. Se acho que é correto
se tenho provas de que as palestras, os textos, as atividades, as partilhas
fazem bem aos doentes e aos seus amigos, porque hei-de ter medo? Sou demasiado
teimosa para não fazer só porque o Mundo torce o nariz. Adoro criar, adoro
inventar, adoro estar na linha da frente. Por vezes, estou demasiado exausta
(todo este trabalho é voluntário) e tenho vontade de desistir mas, se o fizer,
não serei mais eu.
Tem outros projetos em mente?
Envolvem o mesmo tema ou não?
Tenho
mil projetos em mente. Estou com uma equipa a trabalhar num projeto da COOPJOVEM,
europeu e muito interessante que brevemente ouvirão falar; estou a trabalhar
com um grupo de teatro no peça que irei estrear este ano, quero escrever mais
letras, estou a trabalhar em outro projeto também sobre cancro, ainda secreto
mas muito empolgante e vou continuar a sonhar, e a querer fazer ainda mais e
melhor. Quero ter uma crónica só minha, um dia destes, numa rádio talvez,
porque não?
Como tem sido a reação dos leitores
vítimas de cancro e seus familiares? Acredita que o livro possa ser uma forma
de terapia para eles?
Tem
sido bastante positiva, felizmente. Tenho muitas pessoas que compram para
oferecerem a uma amigo que está doente e que precisa de uma força extra. Sem
dúvida que a melhor coisa que posso ouvir é isso - o livro Cancro com Humor
ajudou o meu amigo. Isso é tudo para mim. Espero que seja pelo menos uma
companhia e sinto que o livro quebra tabus e permite que se converse sobre o
tema, o que só isso, já é importante.
Sendo a Marine uma sobrevivente de
cancro, sente que este livro de alguma forma a ajudou a encerrar esse capítulo
na sua vida de uma forma mais positiva e otimista?
Sempre
encarei assim mas, de facto, o livro foi também uma libertação. Desde que
comecei este projeto que os meus pesadelos diminuíram e isso, é um sinal. Este
cancro foi importante para mim, fez-me bem passar pelo que passei e não
desejaria não o ter vivido. As experiências da vida é que nos fazem crescer.
O autor Samuel
Pimenta deixou-lhe a seguinte pergunta (pode ver a sua entrevista aqui – http://flamesmr.blogspot.pt/2014/02/entrevista-samuel-pimenta.html).
“O que é que a sua voz tem a dizer?”
A minha voz tem a dizer - pensa
antes de falares mas encontra um equilíbrio para nunca perderes a espontaneidade.
Agora
é a sua vez... Pedimos-lhe para deixar uma pergunta ao próximo entrevistado,
mesmo sem saber de quem se trata:
"
Sabe sempre quem é realmente?"
Obrigada Marine, e até à próxima entrevista!
Admiro muito a coragem da Marine para falar de um assunto tão delicado. Continue a encorajar quem mais precisa!
ResponderEliminarBelas palavras Eunice :)
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