Ano de Edição: 2014
Género: Romance
Histórico
Autora: Anabela Natário
Editora: Esfera dos
livros
“E
o destino é como o vinho, umas vezes bom
outras vezes mau, todavia, engole-se.”
Tivesse
este livro sido escrito antes e eu não teria vivido tanto tempo ignorando que,
em tempos, Portugal teve um famoso assassino em série a percorrer as ruas de
Lisboa.
A
história de “O Assassino do Aqueduto” apresenta-nos Diogo Alves, conhecido como
o Pancada, que habita os pesadelos dos Lisbonenses fruto da sua fama de
malfeitor e verdadeiro assassino. Há quem diga que é ele o responsável pelas
numerosas quedas/suicídios de pessoas do alto do aqueduto de Lisboa. Mas a
lista das suas façanhas não se fica por aí pois muitos roubos a moradias,
assaltos na rua e mortes horrendas são atribuídas a esta fugidia personagem.
Contudo,
há um agente da lei, o juiz Bacelar, que decide travar o lanço de Diogo Alves e
companhia. Conseguirá reunir todas as provas para finalmente conduzir o Pancada
à forca?
Em
bom português é usual usar-se a velha máxima “Primeiro estranha-se, depois
entranha-se”. Comigo o que me aconteceu em relação à escrita de Anabela Natário
foi mais “Primeiro estranha-se, depois adora-se” (desculpem a ausência de
rima). A verdade é que a autora teve o cuidado de escrever o livro utilizando a
linguagem da época, século XIX, pelo que a obra está repleta de expressões
curiosas e a “cheirar” a um Portugal de há dois séculos. Assim, foi-me
impossível não ser imersa nesta história e sentir que estava presente em cada
conversa de tasca, em cada esquina mal iluminada e em cada assalto.
Por
ser uma história baseada em factos verídicos, a própria autora revela que fez
uma extensa pesquisa sobre o assunto, “O Assassino do Aqueduto” acaba por
também ser uma pequena lição de História. Aprendemos costumes dessa época e
ficamos a saber ao pormenor como era a vida na capital portuguesa nessa altura.
O
fator mistério também não falta num livro que, a cada página, vai aumentando a
expetativa acerca do seu desfecho: conseguirá o juiz Bacelar condenar o
perigoso Diogo Alves?
Uma
leitura interessante para os apaixonados por livros de época e que queiram
conhecer um pouco mais da História de Portugal.
Eu pretendo lê-lo, mas já tinha lido que era de muito difícil leitura, o que, para mim, é uma dica para o ter mesmo de ler...
ResponderEliminarAs primeiras 20-30 páginas foram algo difíceis mas a partir dessa altura "entrei" no estilo da autora e a leitura da obra tornou-se fácil e agradável. Tem uma escrita ímpar. Nunca encontrei algo que sequer se assemelhasse.
EliminarAcabei de comprar e é daqueles livros que se lê num "ver se te avias". Linguagem e pesquisa fantásticas! As 30 primeiras páginas são fundamentais para o embalar da "coisa". Agradável surpresa. Parabés Anabela Natário!
ResponderEliminarFoi exatamente isso que pensei: as primeiras 30 páginas servem para nos ambientar com a história e depois a leitura torna-se um verdadeiro prazer.
EliminarObrigada pela visita Carlos!