A
cultura em Portugal está boa e recomenda-se. Ontem tive mais uma oportunidade de
testemunhar isso mesmo ao assistir à peça “Vai haver um dia em que eles vão ter
de olhar para nós”, uma encenação de Ricardo Correia e representação dos alunos
do 3º ano do curso de teatro da ESEC, no Teatrão na bela cidade de Coimbra.
A
peça é baseada numa criação de Aleksandr Gálin, a peça “Casting”, e conta a
história de um grupo de mulheres residentes em Kursk, uma pequena povoação
russa, que responde a um anúncio de uma companhia japonesa que procura mulheres
talentosas para um trabalho irresistível. Está-se em inícios dos anos 90 e todo
o país sofre uma grande transformação social e atravessa profundas dificuldades
financeiras. Por isso mesmo, o heterogéneo grupo de 6 mulheres fará de tudo
para agradar aos japoneses e conseguir o trabalho que poderá salvar as suas
vidas e a dos seus familiares.
Esta
interessante peça serviu vários propósitos: abordou com pormenor o desespero de
milhares de russos numa altura precária do seu país ao mesmo tempo que
equilibrou o dramatismo com cenas de comédia na dose certa provocando no
público valentes gargalhadas.
O cenário intimista conseguiu criar o ambiente ideal para esta peça que me deixou a rir em alguns momentos e em suspenso noutros tal o dramatismo de algumas sequências.
O cenário intimista conseguiu criar o ambiente ideal para esta peça que me deixou a rir em alguns momentos e em suspenso noutros tal o dramatismo de algumas sequências.
Resta-me
destacar o profissionalismo destes jovens, ainda alunos, que se sujeitam à
crítica do público quando ainda estão a aprender a sua arte. O seu empenho e
dedicação foram evidentes e são iniciativas destas que fazem muita falta no
nosso país, um país que por vezes parece esquecer-se dos grandes talentos que
possui e do quão importante é qualquer forma de arte numa sociedade.
Quem
quiser pode ir ver esta peça pois ainda se encontra em cena até ao dia 8 de
Fevereiro no Teatrão em Coimbra de segunda a sábado às 21h30 e domingo às 17h, o preço do bilhete são 4 euros.
Apareçam e ajudem a cultura que se faz em Portugal!
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