domingo, 25 de agosto de 2013

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21ª Entrevista: Paulo M. Morais (escritor)


Paulo M. Morais

(imagem de Hervé Hette)

Lisboa foi a cidade que viu nascer o autor Paulo M. Morais em 1972. É jornalista freelancer e já viajou imenso pelo mundo fora. Foi em 2013 que lançou, pela Porto Editora, a sua primeira obra “Revolução Paraíso”. Vamos então conhecê-lo melhor…

Qual é a sua nacionalidade: Portuguesa

O seu Filme favorito: Apocalypse Now, de Francis Ford Coppola
O seu Livro favorito: sempre o próximo
O seu Anime favorito: filmes de Hayao Miyazaki
O seu Manga favorito: não tenho
O seu Evento/Espectáculo de música/Programa de Entretenimento favorito: Feiras do Livro
A sua Série de televisão favorita: Sete Palmos de Terra

O seu livro retrata uma época que já foi muito falada, quer em filmes, quer em livros e documentários. Não teve medo de “arriscar” num assunto já tantas vezes abordado?
Por diversas razões, o Revolução Paraíso impôs-se com uma força que fui incapaz de contrariar. Quis viver o meu pós-25 de Abril e, ao mesmo tempo, procurei ser imaginativo no tratamento desse período histórico. Se calhar arrisquei ao escolher um assunto bastante badalado. Mas os comentários de leitores que tenho recebido têm sido muito reconfortantes e recompensadores da aposta.
  
Gostaria de ver o seu livro adaptado para o cinema? Acha que seria possível?
Sou apaixonado por cinema, pelo que seria fantástico ver o romance adaptado a filme. Parece-me que o plano histórico-ficcional seria facilmente transposto para o grande ecrã; já a personagem Eva do Paraíso e toda a ação do Sótão das Delícias constituiriam um enorme desafio para o realizador...

Um livro deste género requer imensa investigação por parte do autor. É, a seu ver, muito importante que um escritor goste da temática que está a abordar, ou pensa que é mais importante que o escritor siga as “modas” literárias da altura para ter sucesso?
Julgo que se me limitasse a seguir as modas literárias, sem ter gosto pelas mesmas, jamais poderia aspirar a qualquer sucesso. Se calhar nem sequer seria publicado. Os leitores percebem muito bem quando um autor está a ser genuíno ou falso. Escrevi o Revolução Paraíso porque a temática do pós-25 de Abril é realmente entusiasmante. E por ter achado que podia acrescentar uma “leitura” diferente e romanceada dessa época.

Alternar realidade e ficção como fez no seu livro é uma tarefa mais árdua, ou sente que assim tem o trabalho “facilitado”?
À partida, pensei que o fundo histórico me facilitasse a escrita do romance; mas no fim, o trabalho revelou-se muito difícil e complexo. Começou logo pela delicada escolha dos episódios reais a incluir no livro. Depois, veio o puzzle de entrelaçar as peças históricas e ficcionais que resultou, por vezes, num verdadeiro pesadelo. De tal forma que no livro que escrevi a seguir não quis ter qualquer amarra histórica!

O Paulo é um escritor bastante ativo nas redes sociais e interage com alguns dos seus leitores… já alguém lhe contou alguma história interessante relacionada com a leitura do seu livro que gostasse de partilhar connosco?
Houve um leitor que me disse ter chegado a pensar que o sótão que ele tem com vista para a Praça de São Paulo é o que aparece no livro. Fiquei de visitar o espaço, um dia... Também houve um leitor que me disse, emocionado, que tinha tido uma Pandora na sua vida e que, por isso, essa fora a personagem de que mais gostara. É uma sensação extraordinária tocar assim na vida dos leitores.

Em todas as nossas entrevistas pedimos à pessoa entrevistada para deixar uma pergunta para a próxima pessoa a entrevistar. No seu caso, foi o autor Jeff Abbot que lhe deixou uma pergunta (pode ver a sua entrevista aqui http://flamesmr.blogspot.pt/2013/08/entrevista-jeff-abbott.html). A pergunta foi: What are you working on now?
Neste momento estou a terminar a estruturação de um novo romance. A fase de pesquisa incluiu visitas a cemitérios. Quando dizia o que andava a fazer, os meus amigos e familiares ficavam a olhar para mim com um ar entre o espantado e o arrepiado... “Cemitérios?! Brrr...”

Agora é a sua vez... Pedimos-lhe para deixar uma pergunta ao próximo entrevistado e, se possível, que fosse “diferente”:
Quando tem de “matar” alguma das suas personagens, emociona-se? Chega a chorar quando dá cabo dela?


As administradoras do blogue com o autor - Janeiro 2014

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