sexta-feira, 2 de agosto de 2013

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Livro: Onde vais Isabel?



Editora: Saída de Emergência
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Data 1ª Edição: 20/03/2008
Nº de Páginas: 272

A Rainha Santa Isabel é das personalidades mais conhecidas e mais amadas em Portugal. E foi por gostar tanto das histórias que a envolvem, por ter grande afeição por Coimbra (cidade onde estudámos e que ainda hoje nos acolhe) e por Leiria (uma das cidades onde vivi também) que achei que este livro era, para mim e para todos os amantes de História em geral, da História de Portugal em particular e da Rainha Santa, de cariz obrigatório; opinião esta que se manteve depois da leitura do mesmo.

Lê-lo transformou-se numa agradável surpresa, a começar pela escrita que, parafraseando o Grande Fernando Pessoa "primeiro estranha-se, depois entranha-se". De facto, neste livro, o leitor irá deparar-se com uma linguagem mais típica de outras épocas, alguma mistura de termos e expressões em espanhol (não fosse D. Isabel oriunda da terra de nuestros hermanos) mas que serão facilmente reconhecidas pelo leitor e que são expressas em frases delicadas que encantam os apreciadores de boa literatura.

O livro começa com Xavier, um jovem espanhol que, na companhia de seu tio, tem a missão de entregar uma mensagem à futura rainha de Portugal, mensagem essa que se encontra ligada aos templários. Porquê? O que será? E aqui começa a levantar-se um véu de mistério que nos acompanha durante todo o livro. A partir daqui vamos acompanhando os passos da rainha desde esse dia, até ao seu casamento com D. Dinis, a sua ida e passagem por Leiria, Coimbra, Santarém, etc... os dias em que teve os seus filhos... o dias em que descobre as infidelidades do seu marido (como reagirá ela?)... o dia em que se começa a aproximar do povo que tanto a ama e a venera e que, desde cedo, a considera santa... enfim... percorremos toda a sua vida.
Trata-se, portanto, de um romance que prima pelo rigor e precisão históricos. De facto, a cada página, denota-se o trabalho, a minúcia e o cuidado que a autora teve na descrição dos acontecimentos que, tal como a mesma refere no final da obra "são tão fieis quanto o permitem as obras de referência". Assim, foi com muito agrado que aprendi bastantes factos históricos desta época. No final da história a autora fala-nos, ainda, das personagens que vamos conhecendo ao longo do livro, deixando pequenas biografias que me deliciaram. Por fim, e numa nota mais pessoal, dá a conhecer algumas das obras que a ajudaram na incursão desta aventura e que certamente poderão ser úteis para o leitor mais ávido de conhecimento.

Mas voltando ao enredo, numa grande parte da obra fala-se nas terras que rodeiam Leiria. Ora, como lá vivi muitos anos, é muito interessante ver como as coisas eram na altura, como se decidiram as questões ligadas à construção do castelo, à plantação do pinhal, à construção da própria Universidade de Coimbra.... Coimbra...! Outra cidade à qual a autora dedica inúmeras páginas e como cá moro, despertou em mim uma curiosidade crescente. Hoje olho para a cidade com outros olhos, imaginado que "aqui esteve Santa Isabel" ou "aqui passou D. Dinis"... E por falar nestas duas personagens... ficamos a conhecê-las muito melhor! D. Dinis deixou de ser visto, por mim, como aquele rei sabedor mas arrogante; e a rainha Isabel deixou de ser aquela que colocava num pedestal, achando-a um modelo perfeito, sem defeitos, para a passar a ver de forma muito mais humana. A Rainha Santa demonstra, durante o livro, ser uma pessoa lutadora, amável, prestável, com os defeitos e as qualidades que qualquer um de nós, como um ser Humano, pode possuír. Afinal, a Rainha não olha para as infidelidades do rei de forma pacífica... de facto, revolta-se bastantes vezes e, apesar de criar os seus bastardos como se fossem seus filhos também, não deixa de colocar o rei em algumas situações embaraçosas (relacionadas com as infidelidades).
E que dizer da zanga entre D. Dinis e o herdeiro ao trono, o rei Afonso? Na torre de menagem de Leiria havia o símbolo de Aragão e das terras governadas por D. Afonso. Nunca me esquecerei da primeira vez que vi a zona que D. Dinis mandou picar para apagar o local onde, um dia, esteve o símbolo de um dos reis de Portugal mais temidos (o seu próprio filho). Assim, foi com muito agrado que fiquei a conhecer mais pormenores sobre a zanga entre pai (D. Dinis) e filho (D. Afonso), que tanta discórdia gerou e tanto sangue levou a derramar.

Enfim... é daqueles livros para os quais olhamos para a capa e exclamamos "este parece ser um bom livro".. e é que é mesmo!

Por: Roberta Frontini

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2 comentários:

  1. Ohh... se vocês continuarem a escrever assim ou eu fico terrivelmente frustrada por não seguir as vossas sugestões ou dedico o resto da minha vida a tentar acompanhar-vos. :P
    Este livro pareceu-me super interessante! :D

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    Respostas
    1. Cátia, estamos a ver que tem gosto por romances históricos :) que bom! Também fazem parte dos nossos favoritos. Tem de o ler, e não se esqueça de depois nos dizer o que achou da "Papisa Joana!" ;)

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