quinta-feira, 19 de setembro de 2013

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Livro: A Era dos Malditos


Ano de Edição: 2013
Género: Político, Pós-Apocalíptico
Autor: Ana Gonçalves
Editora: Alphabetum

“A Era dos Malditos” poderia ser lido em qualquer altura, mas a atual crise económica que o país e a Europa atravessam tornam-no num livro de caráter quase obrigatório para os dias difíceis de hoje.
Nesta obra, Ana Gonçalves apresenta um Portugal repleto de Malditos, pessoas que em tempos viveram na ilusão de possuírem uma vida estável e segura para agora se encontrarem desempregados, famintos, desalojados e desesperados. A situação torna-se de tal forma insustentável que uma revolução figura-se inevitável: os Malditos decidem sair às ruas e protestar contra aqueles que lhes roubaram uma ideia de futuro, contra aqueles que, há muito, deixaram de se preocupar pelo seu bem-estar e dignidade.
Em pouco tempo, um pouco por todo o mundo, Governos são destituídos e sociedades vêem-se mergulhadas no caos.
Este não é um livro fácil. O seu tom fortemente pós-apocalíptico desperta no leitor um incómodo constante ao reconhecer algumas semelhanças entre a revolta e sofrimento dos Malditos e aquilo que se passa em Portugal e em alguns países europeus, embora numa escala muito menor…ainda.
Assim, ao longo desta história, Ana Gonçalves dirige a sua crítica aos Governos que, durante anos, como que adormecidos, deixaram que os seus países se afundassem numa crise profunda, crise essa que acaba por afetar todos os cidadãos: aqueles que sempre foram pobres, os da classe média e até a mais alta elite da sociedade. Ninguém está seguro e não há nenhum local no mundo onde a temida crise não se faça sentir.
Contudo, os Malditos também não estão a salvo da crítica da autora, já que esta não deixa de também atribuir culpas àqueles que, durante demasiado tempo, viveram como que adormecidos num aparente conforto e numa ilusão de estabilidade.
“A Era dos Malditos” torna-se, assim, numa leitura que belisca a consciência do leitor ao mesmo tempo que o desperta para a necessidade ação, para que todos nós não venhamos a ser, um dia, Malditos.

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