Luís Represas
Em Fevereiro de 2014 saiu o novo álbum "Cores", o primeiro disco de estúdio a solo desde "Olhos nos Olhos" (2008).
Tivermos o privilégio e a honra de estar à conversa com ele, e este foi o resultado final...
A todas as bandas/músicos, o FLAMES pergunta...
Quais são os artistas que o inspiram?
Ui… sou péssimo nesse tipo de coisas. Não
sou capaz de dizer um, dois, três ou quatro. Sou muito sensível àquilo que me
impressiona, que me toca profundamente. Se fosse agora enumerar artistas seria
uma lista extensíssima e deixaria muitos para trás.
A sua carreira é recheada de colaborações
com outros artistas. Há alguém com quem ainda não tenha tido a oportunidade de
trabalhar e gostasse de o fazer?
Vejam só as pessoas que poderiam integrar
a minha resposta anterior. Não consigo estar a categorizar, a distinguir
artistas. Uma colaboração ou um dueto não implica conhecer agora esse
artista. Posso de hoje para amanhã conhecer alguém de quem goste muito e
decidir trabalhar com esse artista.
Qual o local onde mais gostou de atuar até à
data?
Não tenho nenhum em particular. Tenho
grandes memórias de todos os sítios onde toquei. Não tenho uma hierarquia.
Lembra-se de alguma situação caricata que já
tenha acontecido num concerto seu?
Muitas. Já aconteceram várias. Em muitas
delas as pessoas nem dão por ela. São várias … (pensa durante uns segundos) mas agora não me estou a lembrar de
nenhuma.
Ao Luís Represas o FLAMES pergunta...
Porquê o nome “Cores” para o seu mais
recente álbum de estúdio?
Isto de dar nomes aos discos é como dar
nomes às crianças: só quando elas estão cá fora é que olhamos para elas e
decidimos qual o seu nome.
Este não é um disco conceptual, tem várias
canções distintas.
Quando estava a compor este álbum as
canções sugeriram-me cores. É como nos quadros: as cores valem o que valem por
si mas só quando estão juntas é que dão origem ao resultado final.
Hoje em dia há muito o hábito de se
apresentar as coisas de forma cinzenta, de todos verem uma determinada coisa de
uma única maneira. Com este álbum pretendo que as pessoas sejam capazes de
abrir janelas, de ter outras opções para aquilo que nos aparece à frente. Cada
pessoa que ouvir o meu álbum poderá criar o seu próprio quadro
independentemente daquilo que imaginei.
Já publicou tantos álbuns durante a sua
longa e bem-sucedida carreira. Agora com este seu novo álbum o que sente? É um
sentimento familiar ou cada disco é uma experiência completamente diferente?
É como se tivesse sido o primeiro disco.
Todos os discos são fruto de um momento vivido na gravação, na sua construção.
Todas as etapas até um disco estar cá fora são comuns a todos eles, é um
percurso muito especial.
Todos os discos são especiais.
Os concertos ao vivo de apresentação do
álbum “Cores” vão surpreender mesmo quem já tenha assistido a outros concertos
seus?
Acho que as pessoas vão fundamentalmente
ver as músicas cantadas por mim e aquilo que sempre lhes dei. Ver a minha
emotividade e tudo o que tenho para dar.
Quando vou a um espectáculo ao
vivo quero vir de lá renascido.
O meu espectáculo consiste em
jogar com o inesperado, recriar as canções ao vivo. Cada concerto é um
concerto.
Como é que após mais de 30 anos no mundo da
música ainda se mantém a paixão inicial?
Isso é como se ser músico fosse uma opção.
Foram 38 anos a construir uma carreira porque gostava de música. Fazer música é
aquilo que gosto de fazer. É a vida que tenho.
Quando cantou a versão portuguesa das
músicas do desenho animado da Disney Tarzan sentiu uma responsabilidade
acrescida por estar a cantar as músicas do famoso Phil Collins?
É sempre bom quando mexemos num material
que gostamos. Não podemos esquecer que o Phil Collins ganhou um Óscar com esse
seu trabalho.
É claro que gostei muito de fazer um
trabalho deste tipo. Há um entusiasmo acrescido, mas avanço com o mesmo sentido
de responsabilidade que faço em todos os meus trabalhos.
Chegou a conhecer o Phill Collins?
Claro que sim! Encontrámo-nos para trabalhar nessas músicas.
Agora uma pergunta um pouco mais pessoal:
tem noção de que para a nossa geração, para as gerações mais novas, o primeiro
contacto com o artista Luís Represas foi com o Tarzan?
É mesmo? (risos)
Por acaso já me tinha apercebido disso,
que houve uma geração que me conheceu aí. Sabem, há uma coisa que nunca fiz:
cantar as músicas do Tarzan ao vivo.
Não, a sério?! E pensa um dia vir a fazê-lo?
Sabem, como podem ver, há sempre algo de
novo para fazermos na nossa carreira.
Como é que se imagina daqui a 10/15 anos?
Sei lá… olhem, quando era mais novo havia
uma caderneta militar e tínhamos que pagar uma taxa para sair do país. A minha
caderneta era válida até 2001 e nessa altura essa parecia-me ser uma data a uma
distância astronómica! Depois é claro que veio o 25 de Abril e isso acabou…
Daqui a 10/15 anos não faço a mínima
ideia, nem sei se estou vivo! É claro que gostava de continuar a fazer música,
de estar com os meus filhos e de continuar a trabalhar ativamente.
Muito obrigada ao Luís Represas pela sua disponibilidade e simpatia!
Foi sem dúvida um momento único para o FLAMES!
Vi o Luís pela primeira vez num concerto dos Trovante e apaixonei-me pela voz dele. Acompanho a carreira dele há muitos anos.
ResponderEliminarVou comprar o álbum dele novo. Tenho todos!
Obrigada pela entrevista!
Boa sorte ao Luís e tudo de bom na carreira dele
Adelaide Aguiar
O Luís conseguiu esse feito incrível de fazer parte da vida de pessoas de diferentes gerações. É um artista com "A" grande e só podemos esperar que continue a encantar-nos por muitos, muitos anos!
EliminarObrigada pela visita!
Volte mais vezes**
gosto muito do represas, um grande cantor!!
ResponderEliminarNós também gostamos muito dele!
EliminarConheço o Luís Represas mas confesso que não ouço muito as músicas dele. Mas que é um dos maiores artistas portugueses não há dúvida nenhuma! Gostei da explicação sobre o novo álbum. Vou tentar ouvir para pintar o meu quadro ;)
ResponderEliminarJá ouvimos o novo álbum dele e foi uma agradável surpresa. Vai gostar Eunice ;)
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