quinta-feira, 9 de outubro de 2014

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Livro: Peso - O Mito de Atlas e Hércules


Título Original: Weight
Ano de edição: 2007
Género: Mitologia
Autor: Jeanette Winterson
  
Lembro-me das aulas de História relacionadas com a mitologia e do quanto eu gostava delas. Quer fosse a egípcia, a romana ou a grega, era capaz de passar horas a ouvir o professor e a ler e reler o manual escolar em casa.
Os anos foram passando e muita coisa mudou, mas esta minha paixão pelos mitos não desapareceu. Por isso mesmo, mal tive a oportunidade de ler “Peso”, uma reconstrução moderna sobre o mito grego de Atlas e Hércules, não hesitei um milissegundo!

 Sinopse:
“Na mitologia da Grécia Antiga, Atlas, membro da família original de Deuses, os Titãs, conduz uma rebelião contra as novas divindades, os Deuses do Olimpo, pelo que incorre na cólera divina. Os Deuses vitoriosos do Olimpo condenam Atlas, guardião do Jardim das Hespérides e das suas maçãs de ouro da vida, a carregar o peso da terra e dos céus por toda a eternidade. Quando o herói Hércules, como parte dos seus famosos doze trabalhos, é encarregado de roubar essas maçãs, procura Atlas e oferece-se para carregar com o mundo temporariamente se o Titã lhe trouxer o cobiçado fruto. Sabendo que Hércules é a única pessoa com força suficiente para aguentar essa carga e tentado pela perspectiva de gozar, mesmo por pouco tempo, de alguma liberdade, Atlas concorda e assim nasce uma complicada sociedade. Com o seu original estilo e engenho, Janette Winterson faz reviver Atlas neste século XXI e, ao mesmo tempo, coloca-nos as difíceis questões da natureza do livre arbítrio e da coerção, e da forma como forjamos o nosso destino.”

Opinião:
No geral esta foi uma leitura desapontante.
Começando com aquilo que mais me agradou, destaco a magia que envolve todos os mitos e que não podia ter faltado nesta obra! Toda a história de Atlas é fascinante e gostei muito de ter um acesso privilegiado aos pensamentos de um ser que, durante séculos e séculos, aguenta sob as suas costas todo o mundo. O que é que ele ouvia? O que pensava ele para passar o tempo no meio de toda aquela solidão?
Pequenos detalhes, como a forma como uma personagem pode segurar o mundo e de seguida entrar nele relembravam-me, a todo o momento, os contornos fascinantes das mitologias, em que literalmente tudo é possível.
Contudo, não gostei do ritmo escolhido pela autora para contar esta história. Senti que quis contar tudo demasiado depressa e não deu o devido desenvolvimento aos pormenores que poderiam, de facto, dar uma perspectiva mais profunda à história.
Pior do que isso mesmo, só as passagens com teor sexual completamente descabidas e exageradas. Se a intenção da autora era chocar, cumpriu na perfeição o seu papel! Todas as descrições de conteúdo sexual foram despropositadas para a história em questão e para o acontecimento em particular em que apareciam. O máximo que conseguiram arrancar da minha parte (e pelos vistos da parte de outros leitores cujas opiniões já tive a oportunidade de ler) foi uma expressão de desagrado e um suspiro de impaciência. Basicamente, a autora pegou em Hércules e transformou-o num javardo absolutamente detestável envolvido em diálogos e situações sem qualquer interesse para esta obra em questão.
Foi uma pena pois este livro tinha tudo para se tornar numa leitura extremamente agradável, mas a forma como Jeanette Winterson decidiu contá-la tornou-a numa experiência bastante decepcionante.

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