Título Original: Weight
Ano de edição: 2007
Género: Mitologia
Autor: Jeanette Winterson
Lembro-me
das aulas de História relacionadas com a mitologia e do quanto eu gostava delas.
Quer fosse a egípcia, a romana ou a grega, era capaz de passar horas a ouvir o
professor e a ler e reler o manual escolar em casa.
Os anos
foram passando e muita coisa mudou, mas esta minha paixão pelos mitos não
desapareceu. Por isso mesmo, mal tive a oportunidade de ler “Peso”, uma
reconstrução moderna sobre o mito grego de Atlas e Hércules, não hesitei um milissegundo!
“Na
mitologia da Grécia Antiga, Atlas, membro da família original de Deuses, os
Titãs, conduz uma rebelião contra as novas divindades, os Deuses do Olimpo,
pelo que incorre na cólera divina. Os Deuses vitoriosos do Olimpo condenam
Atlas, guardião do Jardim das Hespérides e das suas maçãs de ouro da vida, a
carregar o peso da terra e dos céus por toda a eternidade. Quando o herói
Hércules, como parte dos seus famosos doze trabalhos, é encarregado de roubar
essas maçãs, procura Atlas e oferece-se para carregar com o mundo
temporariamente se o Titã lhe trouxer o cobiçado fruto. Sabendo que Hércules é
a única pessoa com força suficiente para aguentar essa carga e tentado pela
perspectiva de gozar, mesmo por pouco tempo, de alguma liberdade, Atlas
concorda e assim nasce uma complicada sociedade. Com o seu original estilo e
engenho, Janette Winterson faz reviver Atlas neste século XXI e, ao mesmo
tempo, coloca-nos as difíceis questões da natureza do livre arbítrio e da
coerção, e da forma como forjamos o nosso destino.”
Opinião:
No geral esta foi uma leitura desapontante.
Começando
com aquilo que mais me agradou, destaco a magia que envolve todos os mitos e que
não podia ter faltado nesta obra! Toda a história de Atlas é fascinante e gostei
muito de ter um acesso privilegiado aos pensamentos de um ser que, durante
séculos e séculos, aguenta sob as suas costas todo o mundo. O que é que ele
ouvia? O que pensava ele para passar o tempo no meio de toda aquela solidão?
Pequenos
detalhes, como a forma como uma personagem pode segurar o mundo e de seguida
entrar nele relembravam-me, a todo o momento, os contornos fascinantes das
mitologias, em que literalmente tudo é possível.
Contudo,
não gostei do ritmo escolhido pela autora para contar esta história. Senti que
quis contar tudo demasiado depressa e não deu o devido desenvolvimento aos
pormenores que poderiam, de facto, dar uma perspectiva mais profunda à
história.
Pior do
que isso mesmo, só as passagens com teor sexual completamente descabidas e
exageradas. Se a intenção da autora era chocar, cumpriu na perfeição o seu papel!
Todas as descrições de conteúdo sexual foram despropositadas para a história em
questão e para o acontecimento em particular em que apareciam. O máximo que
conseguiram arrancar da minha parte (e pelos vistos da parte de outros
leitores cujas opiniões já tive a oportunidade de ler) foi uma expressão de
desagrado e um suspiro de impaciência. Basicamente, a autora pegou em Hércules
e transformou-o num javardo absolutamente detestável envolvido em diálogos e
situações sem qualquer interesse para esta obra em questão.
Foi uma
pena pois este livro tinha tudo para se tornar numa leitura extremamente
agradável, mas a forma como Jeanette Winterson decidiu contá-la tornou-a numa
experiência bastante decepcionante.
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